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Iago se aproxima com uma caixa de skol beats senses e tira uma pra mim e outra pra Joana. Abro minha latinha, dou um gole e olho ao redor.

— Aquela ali é a Blumena, Iago? – dou risada, apontando a cabeça pro lado.

— Me esconde dessa louca. – ele diz.

Blumena era a ex-namorada do Iago. Na verdade, foi um namorico de adolescente enquanto passávamos uma das férias de julho aqui no interior. Ela se apaixonou e escreveu pra ele todos os meses até o verão, quando voltamos. Eles sempre ficavam, mas então ele e a Jojo começaram a se pegar e ele largou a Blu de vez. Ela costumava andar com a gente, mas depois disso sumiu, foi morar em outra cidade. A gente acha que ela nunca superou o Iago e o pior que era verdade...

— Iaguinho.. – ela diz atrás de mim. — Quanto tempo.

Prendo o riso e observo a Joana revirar os olhos.

— Blumena, tá de volta? – ele diz, forçando um sorriso.

— Vim passar as férias com meus tios... – ela se aproxima mais. — Olha só. Oi Joana, oi Lili.

— Oi Blume. – digo e a Joana só sorri.

Iago oferece uma cerveja pra ela e então ela se acomoda junto de nós. A praça estava cheia, era o primeiro dia da quermesse de fim de ano. Meus pais estavam nos brinquedos com o Téo e meus avós estavam com uma barraquinha de queijo, a especialidade deles e o maior sucesso aqui na cidade.

Blumena tenta beijar o Iago diversas vezes, mas ele fica fugindo. Joana fica se contorcendo de ciúme, mas somente nossa avó sabe desse casinho dela com o Iago, se nossos pais soubessem, ia ser um escarcéu. E se a Blumena soubesse, não perderia a chance de espalhar pra todo mundo. Ela sempre foi cobra criada.

Pra tentar salvar a pele do meu melhor amigo, resolvi fazer alguma coisa.

— Iago, não quero ficar dispensando marmanjo e tem uns me olhando ali. Você vai fingir que é meu namorado, viu?

— Mas todo mundo conhece vocês aqui, Lili. – Blumena diz.

— Shhh, Blumena. Primos também namoram.

Abraço o Iago pela cintura e a Blumena bufa do meu lado, se afastando um pouco. Minutos depois ela acena pra um grupinho de garotos e se despede da gente, dizendo que encontrou uns amigos. Mentira, claro. Lá vai ela dar o bote...

— Obrigada, Lili. – Iago beija minha cabeça.

— Você não existe, Alina. – Joana ri e manda beijos no ar.

Continuamos bebendo econversando. Depois fomos dar uma volta, Iago ganhou chocolates pra mim no tiroao alvo. Quando cansei de rodar, me sentei perto dos meus avós e deixei ospombinhos irem se curtir um pouco.

Sobre o Verão PassadoOnde histórias criam vida. Descubra agora