Fui bem sincera com ele e contei tudo que aconteceu e como eu tava me sentindo. Evitei alguns detalhes como, por exemplo, que me senti com o Eduardo de um jeito que nunca me senti com ele. Era diferente, mas não sei qual era melhor.
— E como a gente fica?
Ele pergunta e eu enfio uma colher gigante de sorvete na boca que congela até meu cérebro.
— Lili, você é uma criança.
Ele dá risada.
— Acho que a gente pode voltar. Não vou mentir e dizer que não curti o Eduardo, mas ele seria uma "ameaça" – gesticulo às aspas. — Apenas se estivesse aqui. E olhe lá. O que temos sempre foi estável e eu gosto disso.
Ele me ouve atento e sorri quando termino, segurando minha mão e inclinando o corpo pra me beijar. Nos beijamos e em seguida voltamos pra casa.
Chegamos em casa, minha mãe fritava os pastéis e o Téo se agarrou no Renato e não quis mais soltar. Aproveitei e puxei a Letícia lá pro quarto, pra contar pra ela como foi a conversa.
— Voltamos.
— Não acredito, Alina. E o Eduardo?
— Está do outro lado do continente e ignorou minhas mensagens.
Rolo os olhos.
— Nunca daria certo à distância.
— Verdade, mas... sei lá.
— E a Jade? Hum?
— Contei pro Renato e ele super apoiou, acredita? Mas, ela é do mundo. Não vou me apegar e nem prendê-la.
Sinto meu celular vibrar e é o Skype. Chamada da Joana.
— Oi sua vaca! Você me deixou numa enrascada, sabia? Trate de comprar suas passagens e voltar no fim de semana pra cá.
— É o Dudu, Alina.
Ele ri no outro lado da linha e meu corpo se arrepia.
— Oi, Eduardo.
— Eita, que frieza. Oi, Lili. Tudo bem?
— Por que tá me ligando pelo Skype da Jo?
— Ela não queria ouvir o sermão.
Dou risada.
— Garota trouxa! Como estão as coisas?
— Com saudades e por aí?
— Compromissada novamente.
Ficamos em silêncio por um tempo, então resolvo quebrar.
— Você sabe o que eu vou dizer. Isso não significa nada. Deixa o destino agir, mas enquanto houver distância entre nós, meu coração pertence a outro.
— Aí é que você se engana, mas tudo bem. Eu te prometi e vou acatar. Vou passar pra Joana. Se cuida, beijo pra Lê também.
— Beijo, Duuuu!
Letícia grita. Joana entra na linha.
— Eu não quero saber de você, Joana. Liga pra nossa mãe e se acerta com ela. Não vou te acobertar, a gente tinha um trato, eu precisava de você aqui. Af, te odeio. Não quero falar com você.
— Te amo, boba. Pela cara do Edu, você e o Renato se acertaram, né?
— Sim.
— Não tenho tempo de conversar agora, mas eu vou voltar pro Brasil no sábado. Mas, depois volto pro Havaí de vez.
— Quê?
A ligação cai e elanão me atende mais, não sei o que houve, mas ela só podia ter enlouquecido.
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Sobre o Verão Passado
Romance"Eu nunca soube bem como funciona o amor, mas acredito que todo tipo de sentimento deve ser vivido intensamente. Eu tinha tudo que sempre quis (ou achei que quisesse) nas mãos, porém por acreditar nesse sentimentalismo barato, me vi jogada numa encr...