Hoje iríamos até Mauí porque amanhã começavam as provas do torneio de surf. Minhas coisas já estavam todas organizadas, porque não consegui dormir durante a noite. Só conseguia pensar no que tinha rolado com a Alina. Esse jeitinho dela todo meigo, mas independente, toda certinha, que sabe se impor, que é um mulherão, mas também é uma pirralha.
— Tudo pronto, meu filho? – diz minha mãe, abrindo a porta do quarto.
— Tudo sim, mãe. – respondo.
— Que carinha é essa do meu bebê? – dou uma risada fraca e ela fecha a porta do quarto, sentando na cama. — O que aconteceu?
Conto pra ela tudo que rolou na Koconut e de tudo que vinha passando na minha cabeça antes e depois disso. Minha mãe era minha melhor amiga e por mais gay que isso soe, ela era a única que sabia tudo da minha vida e bem, conselho de mãe são sempre os melhores.
— Dê tempo ao tempo, meu filho. Não force nada, até porque ela não pode faltar com respeito ao relacionamento dela. Mas, se ela gostou do que houve, ela dará um jeito. Não está nas suas mãos e você não pode obrigar ninguém a isso.
— Tudo bem, dona Caíra. Obrigado! – dou um beijo na testa dela e ela me abraça.
— Agora vamos almoçar pra sair!
Descemos, ela põe a mesa com a ajuda da Alina e da Luana, Rodrigo e Joana descem logo depois e meu pai chega com uns pacotes. Nos sentamos a mesa e almoçamos, conversando sobre coisas aleatórias. Depois de ontem, não falei mais com a Alina sobre esse assunto e ela parecia estar me evitando, resolvi respeitar e ficar na minha.
Depois do almoço, colocamos tudo dentro do carro e pegamos estrada. Depois de uma hora de viagem, tinha mais 30 minutos de balsa até Mauí. Lá, ficaríamos na casa do nosso avô, que também era surfista e nos hospedava sempre nos períodos de torneios.
— Tô tão ansiosa! Muito sonho vim surfar no Havaí. – Joana diz.
— Certeza que você vai mandar bem. – digo.
— Ainda bem que vocês não competem, ou ficaria dividido na torcida. – Rodrigo diz e todos nós sorrimos.
— Olha só pro meu filho todo bobinho. – a mãe diz.
— Mostra a que veio, meu garoto. – completa o pai.
Depois que pegamos a balsa, quase todos nós cochilamos, então logo chegamos ao outro lado, as ilhas Mauí. Pegamos mais 20 minutos de estrada e logo estávamos na rua da casa do meu avô.
— Adoro que vocês gostam todos de morar em frente ao mar. – Alina diz.
— Só tem que ter cuidado, porque banho aí é mais complicado. – meu pai diz.
— Melhor ficar pela piscina, sereia. – respondo e entro com minhas bagagens.
— Engraçadinho. –Lili resmunga.
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Sobre o Verão Passado
Romans"Eu nunca soube bem como funciona o amor, mas acredito que todo tipo de sentimento deve ser vivido intensamente. Eu tinha tudo que sempre quis (ou achei que quisesse) nas mãos, porém por acreditar nesse sentimentalismo barato, me vi jogada numa encr...