61. - ☼

50 4 1
                                    

A semana tava até passando rápido, Joana não conseguiu mais vim porque os pais tavam dando duro sobre os estudos. Voltamos ao centro durante a semana pra comprar material escolar e essas coisas que precisaríamos. Joana mandou algumas lojas de lá que tavam pegando currículos pro Rodrigo, afinal ele era o único que não estudava mais, então ia trabalhar pra aliviar as costas dos nossos pais. Ele agendou uma entrevista em uma loja de artigos de surf e com certeza ele ia conseguir. Seu Ícaro deu um jeito e conseguiu um apartamento pra vender por perto do das meninas e então financiou o que era melhor do que pagar aluguel.

Hoje à noite, eu ia levar a Blumena pra jantar. Era nossa segunda saída, se eu não me engano. Ela tava se mostrando muito gente boa e conhecia quase a cidade toda, porque cresceu aqui, mas não era amiga da Alina, por que eu não sei.

Dona Vera me emprestou a caminhonete, então às 19:30 saí pra buscar a Blume. Buzino na porta do que devia ser sua casa e ela sai toda arrumada, ela tinha um estilo muito patricinha.

— Oi Du.

Ela entra no carro e me cumprimenta com um beijo no canto da boca.

— Oi Blume. Tá linda.

— Você merecia uma produçãozinha. – ela sorri.

Dirijo até um restaurante com uma pegada mais rústica, onde serve pratos nordestinos e tem um ar todo aconchegante com velas e lampiões à gás.

— Sabia que desde que me entendo por gente, nunca tinha vindo nesse aqui? – ela diz, encantada com o lugar.

— Que bom então, assim fica a surpresa pros dois.

Passo o olho pelo cardápio e peço um prato chamado "cuscuz" com carne seca e queijo coalho. Blumena pede o mesmo. Pra beber, ficamos na coca-cola mesmo.

Conversamos sobre várias coisas e ela me conta que é ex namorada do Iago. Parece nunca faltar assunto entre a gente, o que acho bacana demais. Depois que a comida chega e terminamos de comer, o garçom nos diz que precisamos provar a sobremesa "cartola" então ele traz apenas uma, diz que para os casais o bom é dividir.

Dividimos a cartola e depois ela insiste em dividir a conta, então pagamos e saímos.

Ela diz que quem vai me levar em algum lugar agora é ela, então pega as chaves do carro e nos guia até um jardim, uma estufa que fica vazia durante a noite.

— Costumava brincar aqui quando menor.

— Devia ser divertido.

— Sim, vem cá.

Caminhamos até um banco e assim que ela senta, me sento virado, de frente pra ela. Ela não hesita em me beijar, então eu retribuo o beijo e ficamos ali, curtindo a noite e a presença um do outro.

— Preciso voltar pra casa, Du.

Ela diz e quando olho a hora, quase meia noite.

— Tenho trabalho amanhã, mocinho.

— Tudo bem, vem que te levo em casa.

— Mas, amanhã eu te vejo?

Ela tem uma expressão manhosa agora.

— Vê sim senhora.

Beijo-a rápido e voltamos ao carro. Não demoramos até sua casa, nos despedimos com mais beijos e ela entra, enquanto eu sigo de volta ao sítio. Chego em casa, devolvo a chave do carro ao pote de dona Vera e vou pro quarto dormir.

Depois que conheci a Alina, não tinha saído com mais ninguém e confesso que tinha receio, mas curti demais sair e conhecer a Blumena e cansei de me privar das coisas por uma garota que me prometeu mundos e fundos e na primeira chance que teve voltou com alguém que ela disse que havia afastado. Não ia me afundar nessa merda sentimental da Lili.

Sobre o Verão PassadoOnde histórias criam vida. Descubra agora