A semana tava até passando rápido, Joana não conseguiu mais vim porque os pais tavam dando duro sobre os estudos. Voltamos ao centro durante a semana pra comprar material escolar e essas coisas que precisaríamos. Joana mandou algumas lojas de lá que tavam pegando currículos pro Rodrigo, afinal ele era o único que não estudava mais, então ia trabalhar pra aliviar as costas dos nossos pais. Ele agendou uma entrevista em uma loja de artigos de surf e com certeza ele ia conseguir. Seu Ícaro deu um jeito e conseguiu um apartamento pra vender por perto do das meninas e então financiou o que era melhor do que pagar aluguel.
Hoje à noite, eu ia levar a Blumena pra jantar. Era nossa segunda saída, se eu não me engano. Ela tava se mostrando muito gente boa e conhecia quase a cidade toda, porque cresceu aqui, mas não era amiga da Alina, por que eu não sei.
Dona Vera me emprestou a caminhonete, então às 19:30 saí pra buscar a Blume. Buzino na porta do que devia ser sua casa e ela sai toda arrumada, ela tinha um estilo muito patricinha.
— Oi Du.
Ela entra no carro e me cumprimenta com um beijo no canto da boca.
— Oi Blume. Tá linda.
— Você merecia uma produçãozinha. – ela sorri.
Dirijo até um restaurante com uma pegada mais rústica, onde serve pratos nordestinos e tem um ar todo aconchegante com velas e lampiões à gás.
— Sabia que desde que me entendo por gente, nunca tinha vindo nesse aqui? – ela diz, encantada com o lugar.
— Que bom então, assim fica a surpresa pros dois.
Passo o olho pelo cardápio e peço um prato chamado "cuscuz" com carne seca e queijo coalho. Blumena pede o mesmo. Pra beber, ficamos na coca-cola mesmo.
Conversamos sobre várias coisas e ela me conta que é ex namorada do Iago. Parece nunca faltar assunto entre a gente, o que acho bacana demais. Depois que a comida chega e terminamos de comer, o garçom nos diz que precisamos provar a sobremesa "cartola" então ele traz apenas uma, diz que para os casais o bom é dividir.
Dividimos a cartola e depois ela insiste em dividir a conta, então pagamos e saímos.
Ela diz que quem vai me levar em algum lugar agora é ela, então pega as chaves do carro e nos guia até um jardim, uma estufa que fica vazia durante a noite.
— Costumava brincar aqui quando menor.
— Devia ser divertido.
— Sim, vem cá.
Caminhamos até um banco e assim que ela senta, me sento virado, de frente pra ela. Ela não hesita em me beijar, então eu retribuo o beijo e ficamos ali, curtindo a noite e a presença um do outro.
— Preciso voltar pra casa, Du.
Ela diz e quando olho a hora, quase meia noite.
— Tenho trabalho amanhã, mocinho.
— Tudo bem, vem que te levo em casa.
— Mas, amanhã eu te vejo?
Ela tem uma expressão manhosa agora.
— Vê sim senhora.
Beijo-a rápido e voltamos ao carro. Não demoramos até sua casa, nos despedimos com mais beijos e ela entra, enquanto eu sigo de volta ao sítio. Chego em casa, devolvo a chave do carro ao pote de dona Vera e vou pro quarto dormir.
Depois que conheci a Alina, não tinha saído com mais ninguém e confesso que tinha receio, mas curti demais sair e conhecer a Blumena e cansei de me privar das coisas por uma garota que me prometeu mundos e fundos e na primeira chance que teve voltou com alguém que ela disse que havia afastado. Não ia me afundar nessa merda sentimental da Lili.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Sobre o Verão Passado
Romance"Eu nunca soube bem como funciona o amor, mas acredito que todo tipo de sentimento deve ser vivido intensamente. Eu tinha tudo que sempre quis (ou achei que quisesse) nas mãos, porém por acreditar nesse sentimentalismo barato, me vi jogada numa encr...