78. - Luana Harper ☼

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Depois da notícia de melhora da Lili, tudo tava mais leve. Todo mundo tava mais feliz e esperançoso, graças a Deus. Hoje seria meu dia de visita, mas tenho trabalho do colégio pra fazer, então troquei com o Edu.

Tomo banho, visto uma saia jeans e uma regata branca, me perfumo, escovo os dentes e prendo o cabelo num rabo de cavalo. Vou até a cozinha, me despeço do Rodrigo e da Joana que tá jogada no sofá, pego minha mochila e desço correndo pelas escadas do prédio, saindo da portaria e indo direto ao ponto de ônibus. Não demora muito e passa o meu número, pego e quase 20 minutos depois chego na minha parada, na esquina da rua da Letícia.

Assim que desço, meu telefone toca.

— Alô?

Reconheço a voz e sorrio.

— Jadoca! Que saudades de você.

Ela quase me engole por não ter avisado que estávamos no Brasil. A única coisa que disse foi que a Lili tava hospitalizada, na verdade, mandei um email, mas não garanto que ela tenha lido.

— Chega hoje?

Ela diz que chegará no Rio hoje e que ainda essa semana dá uma passada aqui pra ver todo mundo. Leia-se todo mundo como: Letícia.

— Tô indo pra casa dela agora.

Enquanto falo ao telefone, ando pela calçada em direção a casa e percebo alguém me acompanhando do outro lado da calçada, um pouco mais atrás.

— Jade, manda uma mensagem pro Renato o mandando sair aqui na porta, acho que tão me seguindo.

"A mensagem nem chega no celular dele, Lua. Corre."

Sinto uma mão passar pelo meu pescoço e quando penso em gritar, a voz sussurra no meu ouvido.

— Calma, tu tá sendo seguida, mas agora vai ficar tudo bem.

Reconheço e o abraço de lado. Era o Renato.

Ele me envolve pela cintura e então eu desligo o telefone e coloco na bolsa, ele passa direto da casa dele e entra num consultoria de advocacia que tinha duas casas depois.

Nos sentamos na sala de espera e o cara que me seguia para do outro lado, olhando pra dentro. No escritório, tem uma escada na parte de trás. Renato me manda subir, então ele vem logo atrás e sentamos na mesma, espiando por uma brecha o tal cara.

Era um senhor mais velho, aparentava ter uns 50 anos, ele ficou mais 10 minutos parados, mas como não nos via e nem nós saímos, ele foi embora. Renato me deu um copo d'água e esperamos mais 20 minutos até termos certeza que ele não estava mais lá.

Antes de irmos, Renato saiu primeiro e foi até a outra esquina pra confirmar, então saímos e entramos em sua casa.

— Tá doida de vim naquela lerdeza e ainda mais no telefone pela rua esquisita, Luana?

Ele diz, um tanto chateado.

— Eu não tô acostumada com essa insegurança.

— Sabia que assalto era a menor das possibilidades?

Arrepio.

— Para, não fala assim. E onde você tava?

— Tava voltando do hospital, tinha acabado de descer na parada. Quando dobrei a esquina, vi o cara te olhando e então apressei o passo pra te alcançar. Pensei em gritar pra chamar tua atenção, mas ele podia fazer alguma coisa.

Ele pega o celular e então, a mensagem chega.

— Você deu sorte, Lua. Não vacila mais, por favor.

Ele segura meu rostoem suas mãos e beija minha testa, mas então eu ponho as mãos na sua nuca eencosto meus lábios nos seus, o beijando.

Sobre o Verão PassadoOnde histórias criam vida. Descubra agora