Depois da notícia de melhora da Lili, tudo tava mais leve. Todo mundo tava mais feliz e esperançoso, graças a Deus. Hoje seria meu dia de visita, mas tenho trabalho do colégio pra fazer, então troquei com o Edu.
Tomo banho, visto uma saia jeans e uma regata branca, me perfumo, escovo os dentes e prendo o cabelo num rabo de cavalo. Vou até a cozinha, me despeço do Rodrigo e da Joana que tá jogada no sofá, pego minha mochila e desço correndo pelas escadas do prédio, saindo da portaria e indo direto ao ponto de ônibus. Não demora muito e passa o meu número, pego e quase 20 minutos depois chego na minha parada, na esquina da rua da Letícia.
Assim que desço, meu telefone toca.
— Alô?
Reconheço a voz e sorrio.
— Jadoca! Que saudades de você.
Ela quase me engole por não ter avisado que estávamos no Brasil. A única coisa que disse foi que a Lili tava hospitalizada, na verdade, mandei um email, mas não garanto que ela tenha lido.
— Chega hoje?
Ela diz que chegará no Rio hoje e que ainda essa semana dá uma passada aqui pra ver todo mundo. Leia-se todo mundo como: Letícia.
— Tô indo pra casa dela agora.
Enquanto falo ao telefone, ando pela calçada em direção a casa e percebo alguém me acompanhando do outro lado da calçada, um pouco mais atrás.
— Jade, manda uma mensagem pro Renato o mandando sair aqui na porta, acho que tão me seguindo.
"A mensagem nem chega no celular dele, Lua. Corre."
Sinto uma mão passar pelo meu pescoço e quando penso em gritar, a voz sussurra no meu ouvido.
— Calma, tu tá sendo seguida, mas agora vai ficar tudo bem.
Reconheço e o abraço de lado. Era o Renato.
Ele me envolve pela cintura e então eu desligo o telefone e coloco na bolsa, ele passa direto da casa dele e entra num consultoria de advocacia que tinha duas casas depois.
Nos sentamos na sala de espera e o cara que me seguia para do outro lado, olhando pra dentro. No escritório, tem uma escada na parte de trás. Renato me manda subir, então ele vem logo atrás e sentamos na mesma, espiando por uma brecha o tal cara.
Era um senhor mais velho, aparentava ter uns 50 anos, ele ficou mais 10 minutos parados, mas como não nos via e nem nós saímos, ele foi embora. Renato me deu um copo d'água e esperamos mais 20 minutos até termos certeza que ele não estava mais lá.
Antes de irmos, Renato saiu primeiro e foi até a outra esquina pra confirmar, então saímos e entramos em sua casa.
— Tá doida de vim naquela lerdeza e ainda mais no telefone pela rua esquisita, Luana?
Ele diz, um tanto chateado.
— Eu não tô acostumada com essa insegurança.
— Sabia que assalto era a menor das possibilidades?
Arrepio.
— Para, não fala assim. E onde você tava?
— Tava voltando do hospital, tinha acabado de descer na parada. Quando dobrei a esquina, vi o cara te olhando e então apressei o passo pra te alcançar. Pensei em gritar pra chamar tua atenção, mas ele podia fazer alguma coisa.
Ele pega o celular e então, a mensagem chega.
— Você deu sorte, Lua. Não vacila mais, por favor.
Ele segura meu rostoem suas mãos e beija minha testa, mas então eu ponho as mãos na sua nuca eencosto meus lábios nos seus, o beijando.
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Sobre o Verão Passado
Romance"Eu nunca soube bem como funciona o amor, mas acredito que todo tipo de sentimento deve ser vivido intensamente. Eu tinha tudo que sempre quis (ou achei que quisesse) nas mãos, porém por acreditar nesse sentimentalismo barato, me vi jogada numa encr...