A semana passou rápido, por Deus, porque aquele namorado da Alina é um saco. Eles dois ficam num grude e ela parece até outra pessoa quando ele tá por perto, parece ter medo de fazer as coisas e ele reprovar. Nunca gostei dele e ela sabe que quando encano com alguém, no final das contas, estou certo.
Depois do jantar, todos foram se arrumar para a festa de revéllion, mas eu fui pra parte de trás do celeiro do sítio. Queria ficar sozinho, gosto de meditar sobre o meu ano anterior e agradecer...essas viadagens.
— Por que você tá aqui sozinho? – Joana surge e eu a olho.
— Me achou, morena. – sorrio. — Tava pensando.
— Você ainda faz sua retrospectiva, Ia? – ela dá risada. — Posso? – aponta pro lugar vazio ao meu lado.
Me afasto um pouco, dando mais espaço pra ela sentar.
— Pode, claro né.
— Você tá só pensando no ano que tá indo embora ou tá assim por conta da Lili e do Renato.
— Ah, sei lá, Jojo. Sua irmã muda completamente comigo quando ele tá por perto.
— Ela quer evitar conflito, Iago.
— Isso me afasta dela, você sabe o quanto odeio isso.
Ela olha pra baixo e mexe os pés e os dedos da mão.
— Fale, vá. Fale o que tá pensando.
— Ah, às vezes eu acho que você curte a Lili, sabia? Apesar desse fogo no rabo que a gente tem de se pegar.
— É coisa de irmão, Jo.
— Se você diz... — ela dá de ombros. — Mas, se você gostar dela mesmo, não tem problema. A gente tem esse lance porque nunca encontramos ninguém, mas sei que você não é o amor da minha vida e nem eu sou o da sua, né? Se sua pessoa for a Alina, eu dou a maior força. – ela respira fundo. — Só cuidado pra não demorar a sacar e acabar perdendo ela de vez.
— Você tá me dispensando, Joana Cardoso? – nós damos risada. — Não se preocupe comigo. – dou um beijo no canto da boca dela. — Vamos nos trocar ou vamos atrasar todo mundo.
Abraço a Jojo e saímos do celeiro, voltando pra casa. Ela vai pro seu quarto e eu vou pro meu. Pego uma bermuda branca, uma camisa de botão branca também e deixo em cima da cama. Tomo um banho rápido, visto minha roupa, calço o chinelo que a vó me deu e seco o cabelo, jogando pro lado.
Quando saio do quarto, todo mundo que está pronto tá na cozinha. Joana e Letícia ainda estão se arrumando, então resolvo ir pro terraço.
— Opa, não sabia que já tava ocupado. – coço a nuca e dou um sorriso.
— Não tem problema, senta aí, carrapato. – Lili sorri.
Sento na cadeira de frente pra ela.
— Saudade de você, nem parece que estamos na mesma casa. – ela diz.
— Verdade, mas estamos. É que você tem outras ocupações agora, por isso a gente mal se esbarra.
— Ah... – ela suspira. — Tô sendo uma péssima amiga, né? Me desculpa. – ela levanta e senta no meu colo. Porra. — Não quero começar o ano com você boladinho. Eu te amo. – ela me dá um beijo no rosto. — Você é o melhor do mundo.
— Aposto que seu namoradinho não vai gostar dessa cena. – sorrio e ela se levanta. — Não se preocupa, Lili. Tá tudo bem, ok? – levanto e dou um beijo na testa dela. — Você não vai me perder.
Todo mundo ainda se acomoda lá por dentro, mas quando se dão conta, já está na hora da contagem regressiva.
Lili passa a mão pela minha cintura e me puxa mais pra frente do terraço, ganhando a vista do céu.
— 5, 4, 3... – ela me olha. — 2, 1... – completo junto com ela.
Os fogos dominam o céu.
— Feliz ano novo, carrapato. – ela me dá um beijo na bochecha e um abraço forte.
— Feliz ano novo, Luluzinha. – sorrimos e ela entra.
— Psiu. – Jojo aparece do meu lado. — Feliz ano novo! – ela me dá um beijo no canto da boca.
— Feliz ano novo, morena. – abraço ela forte e dou um beijo em sua testa.
Ano novo...
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Sobre o Verão Passado
Roman d'amour"Eu nunca soube bem como funciona o amor, mas acredito que todo tipo de sentimento deve ser vivido intensamente. Eu tinha tudo que sempre quis (ou achei que quisesse) nas mãos, porém por acreditar nesse sentimentalismo barato, me vi jogada numa encr...