20. - Iago Tavares ☼

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A semana passou rápido, por Deus, porque aquele namorado da Alina é um saco. Eles dois ficam num grude e ela parece até outra pessoa quando ele tá por perto, parece ter medo de fazer as coisas e ele reprovar. Nunca gostei dele e ela sabe que quando encano com alguém, no final das contas, estou certo.

Depois do jantar, todos foram se arrumar para a festa de revéllion, mas eu fui pra parte de trás do celeiro do sítio. Queria ficar sozinho, gosto de meditar sobre o meu ano anterior e agradecer...essas viadagens.

— Por que você tá aqui sozinho? – Joana surge e eu a olho.

— Me achou, morena. – sorrio. — Tava pensando.

— Você ainda faz sua retrospectiva, Ia? – ela dá risada. — Posso? – aponta pro lugar vazio ao meu lado.

Me afasto um pouco, dando mais espaço pra ela sentar.

— Pode, claro né.

— Você tá só pensando no ano que tá indo embora ou tá assim por conta da Lili e do Renato.

— Ah, sei lá, Jojo. Sua irmã muda completamente comigo quando ele tá por perto.

— Ela quer evitar conflito, Iago.

— Isso me afasta dela, você sabe o quanto odeio isso.

Ela olha pra baixo e mexe os pés e os dedos da mão.

— Fale, vá. Fale o que tá pensando.

— Ah, às vezes eu acho que você curte a Lili, sabia? Apesar desse fogo no rabo que a gente tem de se pegar.

— É coisa de irmão, Jo.

— Se você diz... — ela dá de ombros. — Mas, se você gostar dela mesmo, não tem problema. A gente tem esse lance porque nunca encontramos ninguém, mas sei que você não é o amor da minha vida e nem eu sou o da sua, né? Se sua pessoa for a Alina, eu dou a maior força. – ela respira fundo. — Só cuidado pra não demorar a sacar e acabar perdendo ela de vez.

— Você tá me dispensando, Joana Cardoso? – nós damos risada. — Não se preocupe comigo. – dou um beijo no canto da boca dela. — Vamos nos trocar ou vamos atrasar todo mundo.

Abraço a Jojo e saímos do celeiro, voltando pra casa. Ela vai pro seu quarto e eu vou pro meu. Pego uma bermuda branca, uma camisa de botão branca também e deixo em cima da cama. Tomo um banho rápido, visto minha roupa, calço o chinelo que a vó me deu e seco o cabelo, jogando pro lado.

Quando saio do quarto, todo mundo que está pronto tá na cozinha. Joana e Letícia ainda estão se arrumando, então resolvo ir pro terraço.

— Opa, não sabia que já tava ocupado. – coço a nuca e dou um sorriso.

— Não tem problema, senta aí, carrapato. – Lili sorri.

Sento na cadeira de frente pra ela.

— Saudade de você, nem parece que estamos na mesma casa. – ela diz.

— Verdade, mas estamos. É que você tem outras ocupações agora, por isso a gente mal se esbarra.

— Ah... – ela suspira. — Tô sendo uma péssima amiga, né? Me desculpa. – ela levanta e senta no meu colo. Porra. — Não quero começar o ano com você boladinho. Eu te amo. – ela me dá um beijo no rosto. — Você é o melhor do mundo.

— Aposto que seu namoradinho não vai gostar dessa cena. – sorrio e ela se levanta. — Não se preocupa, Lili. Tá tudo bem, ok? – levanto e dou um beijo na testa dela. — Você não vai me perder.

Todo mundo ainda se acomoda lá por dentro, mas quando se dão conta, já está na hora da contagem regressiva.

Lili passa a mão pela minha cintura e me puxa mais pra frente do terraço, ganhando a vista do céu.

— 5, 4, 3... – ela me olha. — 2, 1... – completo junto com ela.

Os fogos dominam o céu.

— Feliz ano novo, carrapato. – ela me dá um beijo na bochecha e um abraço forte.

— Feliz ano novo, Luluzinha. – sorrimos e ela entra.

— Psiu. – Jojo aparece do meu lado. — Feliz ano novo! – ela me dá um beijo no canto da boca.

— Feliz ano novo, morena. – abraço ela forte e dou um beijo em sua testa.

Ano novo...    

Sobre o Verão PassadoOnde histórias criam vida. Descubra agora