Eu nunca estive tão nervosa na minha vida. Todo mundo já tinha se direcionado pra igreja, em casa só estavam Lili, meu pai e eu. Minha vontade era de chorar, por tanta emoção e foi difícil me segurar, mas não podia estragar a maquiagem antes de por os pés naquela praia.
Assim como havíamos pedido e planejado, foi montada uma espécie de capelinha da praia, era quase tudo coberto, menos a parte em que nós ficaríamos de frente. Queríamos nos casar olhando pro mar, tal mar que nos uniu.
Meu pai bate no quarto e avisa que todos já chegaram. Seguro a barra do vestido e me dirijo, com a Lili até o elevador e em seguida até o carro. Levamos cerca de 30 minutos pra chegar até o local. Todo mundo achava que seria numa igreja, no convite colocamos apenas o endereço, sem numeração. Foi uma surpresa.
Quando o carro estaciona, todas as emoções vem a tona novamente e penso no Iago e em como queria entrar ali e vê-lo ao meu lado no altar, sendo padrinho e me abençoando nessa jornada. Mas, fisicamente ou não, sei que ele estaria lá.
Respiro fundo e solto um longo suspiro.
Lili, que já havia descido do carro, enfia a cabeça dentro da janela.
— Hora do show, tubaroa!
Ela sorri.
Desço do carro, meu pai tranca tudo e estende os braços. Antes de segurá-lo, lhe dou um abraço forte e Lili se junta a nós. Ela se posiciona e diz.
— Quando quiser.
A música começa a tocar e meus olhos enchem de lágrimas.
Damos os primeiros passos e finalmente enxergo o Rodrigo, lá na frente, me esperando. Minha vontade é correr até seus braços, mas me contenho em fazer como manda o figurino.
Cada um dos nossos amigos, escolhidos a dedo pra esse momento, estão lá. Minha mãe chora como uma criança e nos braços dela, o Téo. Minha coisa mais próxima de filho. Ao vê-lo, sinto uma súbita vontade de acariciar minha barriga, mas não posso me entregar tão fácil assim.
Eduardo, Renato, Letícia e Luana. Amigos de anos, outros de meses e agora, família também. Tava tudo impecável.
Se algum dia eu sonhei em me casar, teria sido exatamente assim.
Finalmente, chego ao altar e posso me juntar ao homem da minha vida. Entrelaço minha mão a dele e aperto forte, sorrindo enquanto derrubo um milhão de lágrimas. Ele sorri de volta e limpa meu rosto, roçando o nariz ao meu logo depois.
(...)
— Nós nos escolhemos e não foi à toa. Se existir isso de predestinação, nós estávamos predestinados a nos encontrar, nos amar e estarmos aqui hoje e amanhã.
Ele diz.
— Sou muito mais do que sortudo por ter você ao meu lado. Esse é só o começo das nossas vidas. Obrigada por ser a mulher da minha vida, Joana. Eu a amo mais do que qualquer pessoa que já amei antes. Eu aceito ter você ao meu lado até que a morte nos separe.
Como faz pra não chorar?
Ouvi-lo ali, só me deu mais certeza de tudo que eu sentia.
— Meu coração te escolheu antes mesmo que eu pudesse pensar em alguma coisa. – começo dizendo... — E graças a Deus por isso! Não sou muito boa com as palavras, mas obrigada pela série de escolhas que precisou fazer e por ter me incluído, me aceitado e me escolhido em cada uma delas. Eu te amo demais! Você é tudo que eu nunca achei que tivesse sonhado ou precisasse. Eu aceito ser sua mulher hoje, amanhã e sempre.
Trocamos as alianças e enfim, nos beijamos.
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Sobre o Verão Passado
Romantizm"Eu nunca soube bem como funciona o amor, mas acredito que todo tipo de sentimento deve ser vivido intensamente. Eu tinha tudo que sempre quis (ou achei que quisesse) nas mãos, porém por acreditar nesse sentimentalismo barato, me vi jogada numa encr...