97. - Joana Cardoso ☼

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Eu nunca estive tão nervosa na minha vida. Todo mundo já tinha se direcionado pra igreja, em casa só estavam Lili, meu pai e eu. Minha vontade era de chorar, por tanta emoção e foi difícil me segurar, mas não podia estragar a maquiagem antes de por os pés naquela praia.

Assim como havíamos pedido e planejado, foi montada uma espécie de capelinha da praia, era quase tudo coberto, menos a parte em que nós ficaríamos de frente. Queríamos nos casar olhando pro mar, tal mar que nos uniu.

Meu pai bate no quarto e avisa que todos já chegaram. Seguro a barra do vestido e me dirijo, com a Lili até o elevador e em seguida até o carro. Levamos cerca de 30 minutos pra chegar até o local. Todo mundo achava que seria numa igreja, no convite colocamos apenas o endereço, sem numeração. Foi uma surpresa.

Quando o carro estaciona, todas as emoções vem a tona novamente e penso no Iago e em como queria entrar ali e vê-lo ao meu lado no altar, sendo padrinho e me abençoando nessa jornada. Mas, fisicamente ou não, sei que ele estaria lá.

Respiro fundo e solto um longo suspiro.

Lili, que já havia descido do carro, enfia a cabeça dentro da janela.

— Hora do show, tubaroa!

Ela sorri.

Desço do carro, meu pai tranca tudo e estende os braços. Antes de segurá-lo, lhe dou um abraço forte e Lili se junta a nós. Ela se posiciona e diz.

— Quando quiser.

A música começa a tocar e meus olhos enchem de lágrimas.

Damos os primeiros passos e finalmente enxergo o Rodrigo, lá na frente, me esperando. Minha vontade é correr até seus braços, mas me contenho em fazer como manda o figurino.

Cada um dos nossos amigos, escolhidos a dedo pra esse momento, estão lá. Minha mãe chora como uma criança e nos braços dela, o Téo. Minha coisa mais próxima de filho. Ao vê-lo, sinto uma súbita vontade de acariciar minha barriga, mas não posso me entregar tão fácil assim.

Eduardo, Renato, Letícia e Luana. Amigos de anos, outros de meses e agora, família também. Tava tudo impecável.

Se algum dia eu sonhei em me casar, teria sido exatamente assim.

Finalmente, chego ao altar e posso me juntar ao homem da minha vida. Entrelaço minha mão a dele e aperto forte, sorrindo enquanto derrubo um milhão de lágrimas. Ele sorri de volta e limpa meu rosto, roçando o nariz ao meu logo depois.

(...)

— Nós nos escolhemos e não foi à toa. Se existir isso de predestinação, nós estávamos predestinados a nos encontrar, nos amar e estarmos aqui hoje e amanhã.

Ele diz.

— Sou muito mais do que sortudo por ter você ao meu lado. Esse é só o começo das nossas vidas. Obrigada por ser a mulher da minha vida, Joana. Eu a amo mais do que qualquer pessoa que já amei antes. Eu aceito ter você ao meu lado até que a morte nos separe.

Como faz pra não chorar?

Ouvi-lo ali, só me deu mais certeza de tudo que eu sentia.

— Meu coração te escolheu antes mesmo que eu pudesse pensar em alguma coisa. – começo dizendo... — E graças a Deus por isso! Não sou muito boa com as palavras, mas obrigada pela série de escolhas que precisou fazer e por ter me incluído, me aceitado e me escolhido em cada uma delas. Eu te amo demais! Você é tudo que eu nunca achei que tivesse sonhado ou precisasse. Eu aceito ser sua mulher hoje, amanhã e sempre.

Trocamos as alianças e enfim, nos beijamos.

Sobre o Verão PassadoOnde histórias criam vida. Descubra agora