Realmente a Jade era uma pessoa incrível, eu tava amando conhecer ela, seu jeito tranquila, solta, do mundo, ela era inspiradora. Fiquei boa parte do dia conversando com ela e a Letícia, ela nos contou sobre suas viagens e as confusões que já arrumou. Depois de um tempo, resolvi ir conversar com o Eduardo. Ele me pareceu meio chateado com o resultado, apesar da boa colocação.
— O que meu bichinho tem? – sento no colo dele, sorrindo.
— Meu avô disse que eu devia ter me dedicado mais.
— Você foi ótimo! Não seja bobo, ele só está exigindo pra que você não venha a cair, mas sabemos o quanto você arrasou ali.
Deposito vários beijos em seu rosto até que ele sorri.
— Obrigada, pensei que não ia abrir esse sorriso pra mim nunca.
— Bobinha!
Ele me pega no colo e começa a correr comigo pelo jardim até a área de trás da casa, pulando comigo dentro da piscina.
— Dudu, não! – choramingo, gargalhando logo depois.
— Tô curtindo muito você, sabia? – ele me abraça pela cintura e se encosta na parede da piscina.
— Também tô curtindo você. Ainda bem que temos mais 3 semanas pela frente!
— Não me lembra que vai acabar...
— É duro enfiar isso na minha cabeça, mas essa não é a minha vida. Deixei tudo meio que pausado no Brasil, você sabe...
Ele me solta e vira o rosto.
— Ei, não fica assim. Eu não tô dizendo que minha vida é o Renato. Mas eu estou entrando em ano de vestibular e bem, você mora em outro país, vai ficar meio insustentável um relacionamento assim. Mas, vamos dar tempo ao tempo. Tá muito bom do jeito que tá, né?
— Tudo bem, tudo bem. Vem cá. – ele me puxa novamente e nós nos beijamos.
Ficamos de denguinho até que a piscina lotou com Iago, Letícia, Luana, Jade, Rodrigo e Joana. Caíra levou uns lanches pra gente e Ícaro tava fazendo drinks pra comemorarmos os resultados dos surfistas da casa. Mais tarde, haveria um luau e eu tava bastante animada. Saí um pouco da piscina e fui ajudar a Caíra na cozinha enquanto o pessoal aproveitou pra fazer duplas e brincar de briga de galo.
— Vim te ajudar, Cá. – digo, entrando na cozinha.
— Mas, meu Deus né, Lili, nem precisa. – ela sorri. — Volte pra sua turma.
— Não, não. Quero ajudar, você tá fazendo mil coisas aí. – pego um pote de frutas da mão dela, junto com a faca.
— Devolve isso, Alina. – sorrio e balanço a cabeça, negando. — Não vai desistir né? Então, corta em tamanho médio que é pra bater no liquidificador como drink e decorar os copos também.
— Sim senhora.
Começo a cortar as frutas, sentada numa banqueta e apoiada no balcão.
— Tô tão feliz por você e pelo meu filho. – ela diz depois de um tempo. — Você é diferente das garotas que ele já se envolveu. Não gosto de me meter, mas no fim ele sempre acabava se machucando.
— Caíra, eu posso ser sincera? Tenho muito medo de que quando eu for embora, nós dois fiquemos feridos. – suspiro. — Mas, a gente vai vivendo.
— Mas esse tipo de machucado não é tanto. Ele já sofreu demais pelas pessoas erradas, me entende? Sofrer pela certa seria um privilégio até.
Caíra conversava comigo como se tivesse desabafando e agradecendo pela Joana e eu na vida de seus filhos. Eu não sabia muito dos relacionamentos passados deles, mas soube que o fim envolveu traição, aborto, drogas, coisas bem pesadas, pode-se dizer.
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Sobre o Verão Passado
Romance"Eu nunca soube bem como funciona o amor, mas acredito que todo tipo de sentimento deve ser vivido intensamente. Eu tinha tudo que sempre quis (ou achei que quisesse) nas mãos, porém por acreditar nesse sentimentalismo barato, me vi jogada numa encr...