42. - Alina Cardoso ☼

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Realmente a Jade era uma pessoa incrível, eu tava amando conhecer ela, seu jeito tranquila, solta, do mundo, ela era inspiradora. Fiquei boa parte do dia conversando com ela e a Letícia, ela nos contou sobre suas viagens e as confusões que já arrumou. Depois de um tempo, resolvi ir conversar com o Eduardo. Ele me pareceu meio chateado com o resultado, apesar da boa colocação.

— O que meu bichinho tem? – sento no colo dele, sorrindo.

— Meu avô disse que eu devia ter me dedicado mais.

— Você foi ótimo! Não seja bobo, ele só está exigindo pra que você não venha a cair, mas sabemos o quanto você arrasou ali.

Deposito vários beijos em seu rosto até que ele sorri.

— Obrigada, pensei que não ia abrir esse sorriso pra mim nunca.

— Bobinha!

Ele me pega no colo e começa a correr comigo pelo jardim até a área de trás da casa, pulando comigo dentro da piscina.

— Dudu, não! – choramingo, gargalhando logo depois.

— Tô curtindo muito você, sabia? – ele me abraça pela cintura e se encosta na parede da piscina.

— Também tô curtindo você. Ainda bem que temos mais 3 semanas pela frente!

— Não me lembra que vai acabar...

— É duro enfiar isso na minha cabeça, mas essa não é a minha vida. Deixei tudo meio que pausado no Brasil, você sabe...

Ele me solta e vira o rosto.

— Ei, não fica assim. Eu não tô dizendo que minha vida é o Renato. Mas eu estou entrando em ano de vestibular e bem, você mora em outro país, vai ficar meio insustentável um relacionamento assim. Mas, vamos dar tempo ao tempo. Tá muito bom do jeito que tá, né?

— Tudo bem, tudo bem. Vem cá. – ele me puxa novamente e nós nos beijamos.

Ficamos de denguinho até que a piscina lotou com Iago, Letícia, Luana, Jade, Rodrigo e Joana. Caíra levou uns lanches pra gente e Ícaro tava fazendo drinks pra comemorarmos os resultados dos surfistas da casa. Mais tarde, haveria um luau e eu tava bastante animada. Saí um pouco da piscina e fui ajudar a Caíra na cozinha enquanto o pessoal aproveitou pra fazer duplas e brincar de briga de galo.

— Vim te ajudar, Cá. – digo, entrando na cozinha.

— Mas, meu Deus né, Lili, nem precisa. – ela sorri. — Volte pra sua turma.

— Não, não. Quero ajudar, você tá fazendo mil coisas aí. – pego um pote de frutas da mão dela, junto com a faca.

— Devolve isso, Alina. – sorrio e balanço a cabeça, negando. — Não vai desistir né? Então, corta em tamanho médio que é pra bater no liquidificador como drink e decorar os copos também.

— Sim senhora.

Começo a cortar as frutas, sentada numa banqueta e apoiada no balcão.

— Tô tão feliz por você e pelo meu filho. – ela diz depois de um tempo. — Você é diferente das garotas que ele já se envolveu. Não gosto de me meter, mas no fim ele sempre acabava se machucando.

— Caíra, eu posso ser sincera? Tenho muito medo de que quando eu for embora, nós dois fiquemos feridos. – suspiro. — Mas, a gente vai vivendo.

— Mas esse tipo de machucado não é tanto. Ele já sofreu demais pelas pessoas erradas, me entende? Sofrer pela certa seria um privilégio até.

Caíra conversava comigo como se tivesse desabafando e agradecendo pela Joana e eu na vida de seus filhos. Eu não sabia muito dos relacionamentos passados deles, mas soube que o fim envolveu traição, aborto, drogas, coisas bem pesadas, pode-se dizer.

Sobre o Verão PassadoOnde histórias criam vida. Descubra agora