03. - ☼

125 8 1
                                    

A semana tava passando rápido, hoje já era quarta-feira. Cheguei da escola muito cansada, já tinha almoçado e arrumado a louça. A Joana teria treino de surf mais tarde, então era meu dia de ficar cuidando do Téo. Já havia adiantado todos os conteúdos das provas de amanhã, então seria tranquilo.

— Nina, eu tô indo, precisa de alguma coisa? – Jo pergunta.

— Ficaremos bem, né Téo? – brinco com as mãozinhas dele.

— Na volta, eu passo na padaria. Mamãe e papai chegaram mais tarde hoje, devem sair ou algo assim, não tenho certeza. Cuidado, qualquer coisa liga pra mim ou pro Renato, sei lá. – ela dá de ombros e fecha a porta, saindo de casa.

Pego os brinquedos do Téo e me sento com ele no tapete da sala, ligo a tv e fico brincando com ele lá. Depois de longas horas de brincadeira, já não aguentava mais, finalmente ele vem se enroscando pra cima de mim e entendo o recado. Olho no relógio e já são 19:00 horas, nada dos meus pais, nem da Joana.

Organizo as coisas do tapete, pego o Téo no colo e vou até o quarto dos meus pais com ele. Deito na cama, ligo o ar-condicionado, ponho os bichinhos de pelúcia dele e ligo a tv no desenho animado. Não demora muito e ele apaga, dormindo feito um anjinho. Ponho os travesseiros ao redor, me levanto e deixo a porta entre aberta. Decido ligar pra Joana.

— Cadê você, Joana? – digo assim que ela atende.

— Encontrei com o Iago no caminho, aí você já sabe... – ela sorri e fala com alguém do outro lado. — Aconteceu alguma coisa?

— Não, estamos bem, Téo dormiu quase agora. Eu tô com fome. Passe no mc donalds com o imprestável do Iago e venham pra cá. Agora! Chega de trepar, pelo amor. – falo, dando risada.

— 20 minutos e chegamos aí. Tchau, beijinhos.

Ela desliga e eu dou uma geral na sala, que o Téo bagunçou inteira. Passo no quarto pra olhar ele, desligo a tv e abro um pouco mais a porta. Volto pra sala, ligo a tv e me jogo no sofá, onde acabo cochilando.

— Acorda, Lili, o amor da sua vida chegou. – abro um dos olhos e vejo o Iago me cutucando. — Vou comer seu lanche.

— Nada disso, já acordei, lindinho. – pulo no pescoço dele. — Que saudade, carrapato!

— Você tem quantos anos? 10? Nunca vai deixar de me chamar assim? – ele diz sorrindo, me abraçando também. — Saudades, Luluzinha. Você me larga, só quer saber do Renato.

— Ah, para. Deixa de ciúmes. Cadê a Joana? E meu lanche? – pergunto, soltando ele.

— Seu lanche tá no balcão e a Jo está deitada com o Téo.

Vou até o balcão, tiro meu lanche da embalagem e ponho num prato, coloco todo o catchup que vem e mais um pouco, volto pra sala e me sento no tapete, encostada na perna do Iago. Ele era nosso primo, a Joana se pegava com ele às vezes, mas era só diversão e bem, ele era meu melhor amigo. Crescemos juntos, como irmãos. Bem, eu e ele né...

Sobre o Verão PassadoOnde histórias criam vida. Descubra agora