A semana tava passando rápido, hoje já era quarta-feira. Cheguei da escola muito cansada, já tinha almoçado e arrumado a louça. A Joana teria treino de surf mais tarde, então era meu dia de ficar cuidando do Téo. Já havia adiantado todos os conteúdos das provas de amanhã, então seria tranquilo.
— Nina, eu tô indo, precisa de alguma coisa? – Jo pergunta.
— Ficaremos bem, né Téo? – brinco com as mãozinhas dele.
— Na volta, eu passo na padaria. Mamãe e papai chegaram mais tarde hoje, devem sair ou algo assim, não tenho certeza. Cuidado, qualquer coisa liga pra mim ou pro Renato, sei lá. – ela dá de ombros e fecha a porta, saindo de casa.
Pego os brinquedos do Téo e me sento com ele no tapete da sala, ligo a tv e fico brincando com ele lá. Depois de longas horas de brincadeira, já não aguentava mais, finalmente ele vem se enroscando pra cima de mim e entendo o recado. Olho no relógio e já são 19:00 horas, nada dos meus pais, nem da Joana.
Organizo as coisas do tapete, pego o Téo no colo e vou até o quarto dos meus pais com ele. Deito na cama, ligo o ar-condicionado, ponho os bichinhos de pelúcia dele e ligo a tv no desenho animado. Não demora muito e ele apaga, dormindo feito um anjinho. Ponho os travesseiros ao redor, me levanto e deixo a porta entre aberta. Decido ligar pra Joana.
— Cadê você, Joana? – digo assim que ela atende.
— Encontrei com o Iago no caminho, aí você já sabe... – ela sorri e fala com alguém do outro lado. — Aconteceu alguma coisa?
— Não, estamos bem, Téo dormiu quase agora. Eu tô com fome. Passe no mc donalds com o imprestável do Iago e venham pra cá. Agora! Chega de trepar, pelo amor. – falo, dando risada.
— 20 minutos e chegamos aí. Tchau, beijinhos.
Ela desliga e eu dou uma geral na sala, que o Téo bagunçou inteira. Passo no quarto pra olhar ele, desligo a tv e abro um pouco mais a porta. Volto pra sala, ligo a tv e me jogo no sofá, onde acabo cochilando.
— Acorda, Lili, o amor da sua vida chegou. – abro um dos olhos e vejo o Iago me cutucando. — Vou comer seu lanche.
— Nada disso, já acordei, lindinho. – pulo no pescoço dele. — Que saudade, carrapato!
— Você tem quantos anos? 10? Nunca vai deixar de me chamar assim? – ele diz sorrindo, me abraçando também. — Saudades, Luluzinha. Você me larga, só quer saber do Renato.
— Ah, para. Deixa de ciúmes. Cadê a Joana? E meu lanche? – pergunto, soltando ele.
— Seu lanche tá no balcão e a Jo está deitada com o Téo.
Vou até o balcão, tiro meu lanche da embalagem e ponho num prato, coloco todo o catchup que vem e mais um pouco, volto pra sala e me sento no tapete, encostada na perna do Iago. Ele era nosso primo, a Joana se pegava com ele às vezes, mas era só diversão e bem, ele era meu melhor amigo. Crescemos juntos, como irmãos. Bem, eu e ele né...
VOCÊ ESTÁ LENDO
Sobre o Verão Passado
Romance"Eu nunca soube bem como funciona o amor, mas acredito que todo tipo de sentimento deve ser vivido intensamente. Eu tinha tudo que sempre quis (ou achei que quisesse) nas mãos, porém por acreditar nesse sentimentalismo barato, me vi jogada numa encr...