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HH

O dia da partida para Reverbel finalmente chegou, não que eu estivesse tão ansioso para as aulas, mas estava ansioso para sair da minha casa e ficar um tempo longe dos meus pais. Eu precisava disso, mesmo que depois de um dia eu já estarei enjoado em Reverbel.

- Não vamos chegar no jantar novamente – Amélia suspira do meu lado.

- A gente nunca chega Lia – Dou de ombros e olho para a janela do avião que não tinha nada além de escuridão.

- Fazer o que se eles querem passar cada segundo com a gente – Lia sorri provavelmente lembrando-se de nossos pais.

- Tenho dó do Peter, ele não vê a hora de chegar ano que vem e ir para Reverbel também.

Peter era o nosso irmão quatro anos mais novo, minha mãe só permitiria de ele ir para Reverbel aos 14 anos e ele não poderia estar mais ansioso. Nossos pais não são ruins ou algo parecido, eles são ótimos e às vezes até demais.

- Acho que Peter termina a escola antes do dos 17, o que você acha? – Lia pergunta pensativa.

- Aquele pequeno gênio poderia terminar agora se quisesse. Mas acho seguirá nossos passos igual a nós – Dou um sorriso e ela sorri também.

- Temos motivos diferentes para estar lá ainda, Hugo – Ela me olha um pouco séria – Você precisa decidir.

- E você precisa me deixar, já não bastam eles – Suspiro e viro-me na tentativa de evitar o assunto e descansar até chegarmos a Reverbel.

O lugar não mudara nada afinal, mesmo escuro eu conhecia cada canto daquele lugar gigante, não tinha como ficar impressionado cada vez que chegávamos aqui.

Reverbel já era praticamente nosso segundo lar, entremos quando tínhamos 11 anos e Peter lembra minha mãe disso a cada segundo. Mas antes ela o tinha enquanto nós íamos para escola, agora ela não teria mais ninguém em casa.

- Não está com fome? – Amélia pergunto enquanto caminhávamos até a nossa ala.

- Não, não depois daquele banquete com a vovó – Só de lembrar o quanto eu comi, o meu estomago grunge.

- Ninguém mandou você comer tanto! – Lia me reprende, mas logo deixa o ar sério e cai na risada.

- Você me conhece desde a barriga da mãe, Lia. Desde aquela época eu não deixava nada para você – Eu mostro a língua para ela e ela me empurra.

- Vou para meu quarto, daqui a pouco Luna aparece por aqui – Lia diz com um ar de cansada, Luna sempre vinha no dormitório para contar tudo o que aconteceu nas férias e Lia como melhor amiga teria que ouvir cada palavra.

- Você é a gêmea mais boazinha que eu conheço – Dou risada da sua cara de irritada ao ouvir minhas palavras.

- E você é o mais rabugento que eu conheço! – Ela cruza os braços e seu olhar muda em um segundo – Tenta se divertir esse ano H, afinal ele é o nosso último ano aqui.

Apenas assinto e evito falar para ela que pode ser quase impossível, mas seu olhar era muito cuidadoso e preocupado, não posso desaponta-la. Lia me dá um beijo na bochecha e segue para seu quarto não muito longe do meu.

O dia amanheceu como eu gostava e como sempre ele teria que começar com uma boa caminhada pelo campus, nesse horário todos os alunos ainda estava em suas camas dormindo, isso me dava o privilégio de ter o campus todo para mim.

Coloco uma calça e uma blusa com capuz para a corrida e saio da ala leste seguindo minha rota de sempre. Correr sempre me fazia bem, eu corria o máximo possível até que minhas pernas alegassem que não aguentaria mais, mas tinha dias que nem a corrida me ajudava tirar pensamentos complicados da minha cabeça. Talvez eu precisasse de uma distração, algo novo e fácil, eu só precisava pensar no que seria essa distração.

Falling for HH •Concluída• Onde histórias criam vida. Descubra agora