Apesar de estar super mega master feliz e ansioso pelo misterioso jantar com meu homem - sorrio com as imagens da nossa noite juntos voltando a minha memória - não deixo de notar que ele não marcou horário no bilhete, e tampouco disse que me buscaria.
Sinto a apreensão me invadir trazendo com ela vários pensamentos desagradáveis.
Será que ele está fazendo um jogo comigo?
E se não for um jogo, que horas eu chego no restaurante?
E se eu chegar atrasado e ele se cansar de esperar?
E se...
- Chris?
- AAAAAAAAAA - respondo com um berro - quer me matar do coração? - pergunto a minha mãe que me olha chocada, talvez pelo berro que eu dei ao me assustar, talvez pelo embrulho enorme em cima da minha cama.
- Não quero matar ninguém, só vim dar um oi e avisar que to indo pro consultório e seu almoço tá no microondas. - ela explica o motivo de aparecer no meu quarto de supetão me assustando e vendo o presente.
- Obrigado, mãe. Amo você. - dou um beijo nela tentando despacha la dali sem que ela perguntasse sobre o embrulho. Não deu muito certo.
- E esse presente? - ela pergunta esticando o pescoço pra ver melhor a caixa.
- É um presente pro Mike. - minto mas ela continua me olhando impassível, como se nem tivesse ouvido.
- Está mentindo. - ela afirma.
- Não estou mentido. - rebato ofendido, esquecendo por um milésimo de segundo que eu realmente estava mentindo.
- Está sim.
- Por que a senhora acha que eu tô mentindo? - pergunto torcendo pra que não estivesse em neon na minha testa a mentira. Nunca fui bom em mentir.
- Você cruza os dedos toda vez que tá mentindo. - ela sorri presunçosa, e eu olho minha mão em total descrença.
- Que lindo, traído pela minha própria mão. - resmungo descontente.
- E então, vai me contar a verdade? - minha mãe pergunta me encarando.
- Mãe a senhora não estava indo trabalhar não? - pergunto cruzando os braços, enquanto ela olha distraidamente a hora em seu relógio de pulso e se alarma ao ver a hora.
- Ai meu Deus, tô atrasada. - ela corre pra fora do quarto deixando pra trás o presente e um sorriso enorme no meu rosto. - mas não pense que o assunto acabou. - ela grita de algum cômodo da casa, provavelmente da sala.
Balanço a cabeça ainda sorrindo, e pego o motivo do interrogatório pra guardar no meu guarda roupas. Coloco mais força que o necessário, esperando que o embrulho fosse pesado, e acabo batendo a caixa no meu próprio rosto. Super leve pro tamanho da caixa.
Por favor meu Deus, que não seja nenhum inseto. - faço uma prece mental e guardo o embrulho na penúltima gaveta.
A ansiedade volta assim que eu vejo novamente o bilhete que Rob me deixou. No mesmo restaurante dizia o bilhete. Ao menos eu sabia onde ir.
Deito, chamando o sono mentalmente pra me embalar, fazendo me esquecer da ansiedade que me rodeia como se o bilhete tivesse criado uma bolha de apreensão ao meu redor tentando me sufocar.
O sono não vem. Levanto e decido me depilar, totalmente. Braço, perna, barriga, axila, enfim, tudo. Preparo o que vou precisar, colocando em uma bacia e levo pro banheiro.
°°°
Quando finalmente saio do banheiro depois da sofrida experiencia que é se depilar por completo com um Gillette, me sinto mais leve. Passo a mão pelo meu corpo nu, e esta desliza suavemente. Isso.
Visto uma boxer preta e uma camisa azul escura, grande e folgada - que eu comprei a um tempo atrás em um brechó pra customizar. Meu estômago dói agressivamente, como se meu intestino estivesse se comendo.
Corro pra cozinha, abro o microondas pra conferir e depois dígito alguns minutos. Depois de longos e torturantes três minutos o microondas apita informando que minha refeição está pronta.
- Obrigado, meu amor. - a que ponto eu cheguei, conversando com um microondas. Uau.
°°°
Depois de esparramar todas minhas roupas pela cama, e quando eu digo todas é literalmente todas, tentando escolher uma combinação decente. Mas nada se encaixava. Tudo estava fora de lugar.
Não pode ser tão formal assim. - penso tirando a roupa social que eu vestia.
Nem tão informal. - jogo longe a blusa pink que eu tinha acabado de tirar.
Droga, que merda é essa? Nunca na história da minha existência passei por algo parecido com isso. Jesus.
Escolho uma calca jeans clara, com um rasgado discreto no joelho esquerdo e outro em cima do bolso direito, com uma camisa pólo azul escura. Arrumo o cabelo como de costume, de lado jogado pra trás, e espirrei duas borrifadas do meu Armani Black, acabei borrifando mais uma vez só pra garantir.
°°°
Já passava das seis e meia, eu sentado no sofá em dúvida se tá na hora ou não de ir. Me decido finalmente ir, caso chegue antes eu o espero. Mas tomo um enorme susto ao ver um táxi parado na porta de casa, aparentemente me esperando.
- Boa noite, - o taxista me cumprimenta educadamente enquanto abre a porta pra mim. - o Sr. Robert pediu que eu o levasse até o restaurante Gold Star. - ele explica quando vê minha expressão dúvida a respeito da presença dele ali.
- Tudo bem. - respondo entrando e sentando no banco traseiro do gol prata com um pequeno retângulo no teto escrito de LED, Táxi.
°°°
O taxista, que descobri se chama Cléber, estaciona o carro em frente ao Gold Star que ao contrário do normal as luzes estão apagadas, e pelo vidro consigo ver que o restaurante está iluminado por uma luz tremeluzente. Velas.
Sinto meu coração pulsando mais rápido ao imaginar o motivo desse jantar, mas acabo afastando esses pensamentos. Me iludir agora só iria me magoar ainda mais. Uma vez eu ouvi uma senhora idosa falando que não é possível viver sem amar alguém. E ela não podia estar mais certa, não posso fugir do amor, mas também não preciso correr atrás dele.
Levanto minha mão pra empurrar a porta, mas ela é prontamente aberta pelo mesmo rapaz sorridente com uniforme de garçom.
- Boa noite, Sr. - ele faz um pequeno gesto com a cabeça ao me cumprimentar. - fique a vontade, tem uma pessoa a sua espera. - completou e se retirou me deixando ali parado, meus olhos varrendo todo o salão a minha volta em busca da pessoa que estava a minha espera. Robert.
Até que finalmente eu o vejo, e ele está vindo na minha direção sorrindo. Todas as outras pessoas presentes no restaurante entram em terceiro plano, e toda a minha atenção se volta pra ele. O sorriso lindo e sexy dele quase me faz deixar de perceber o que ele traz. Meus olhos lacrimejam ao perceber que ele tem uma rosa vermelha na mão.
Uma rosa pra mim. Ninguém jamais me dera uma rosa. Até agora.
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Doce Vizinho. (ROMANCE GAY)
RomanceNÃO RECOMENDADO PARA MENORES DE 16 ANOS. CONTÉM CENAS FORTES, DE VIOLÊNCIA E ABUSO SEXUAL. Oiie gente, esta que vos fala é a autore desse livro. Antes de tudo eu quero agradecer a vocês por lerem e acreditarem na minha obra, ou eu não estaria aqui...