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Faz dois meses desde o incidente com meus pulsos, e eu já estou completamente recuperado.

Meu emprego está indo de vento em popa. Me tornei o secretário que ficou mais tempo no cargo, e assim provei pra Lice que quando eu me proponho a fazer uma coisa, eu consigo.
Com o tempo nossa amizade se tornou cada vez mais sólida, ela me arranca várias risadas durante nossas tardes de trabalho no escritório. Saímos juntos várias vezes, e em uma dessas vezes encontramos com um rapaz que pareceu super interessado nela, mas ela é tão lenta que sequer percebeu o mole do cara.

Por outro lado os estudos não estão indo tão bem quanto meu emprego. A verdade é que eu, especificamente, não estou indo muito bem e sei bem disso, mas com a tensão do fim do terceiro bimestre meus nervos estão a flor da pele. Se eu ainda morasse com minha mãe, ela certamente tentaria me estrangular por estar indo tão mal.

As coisas com ela também seguem iguais, ela continua fria comigo, e me ignora na maioria das vezes, mas acabamos nos falando algumas vezes nos últimos dias, civilizadamente e sem agressões (progresso!). Quanto a isso, eu suspeito seriamente que tenha um dedinho de Dona Paola nessa história.

Dona Paola me trata como um terceiro filho, e eu já a considero como minha segunda mãe. Ela me acompanhou ao banco assim que recebi meu salário, e se apresentou como minha mãe, o que me deixou feliz e surpreso ao mesmo tempo, seu Henrique não parece nem um pouco incomodado com minha presença, ao contrário, ele sempre fica a vontade e de boas, inclusive sempre que eu e Robert nos desentendemos, ele me ouve e me apoia na maioria das vezes, o que deixa Robert bem chateado pra ser sincero.

Meu namoro com Robert também tá num momento complicado, pois ele é muito ciumento e imaturo com tudo relacionado ao nosso namoro, e não é que eu seja maduro demais, é só que ele não está disposto a compreender algumas situações. Como por exemplo, a primeira crise de ciumes que ele teve. Num domingo, decidimos passar o dia no clube curtindo o sol junto com a Angel e o Matheus. Pois bem, estavamos os quatro sentados na beira da piscina, quando passa um rapaz olhando pra gente, sorri e pisca, aparentemente pra mim. Antes que eu pudesse processar a informação, Robert levantou enfurecido, xingando e partiu pra cima do cara. Matheus não deixou e ele se voltou puto pra mim, e me puxou pelo braço pra fora do clube.
Desde então o ciúmes dele só piora, e cada vez os showzinhos são mais frequentes, e isso que me deixa incomodado, mas eu ainda espero que ele amadureça e deixe de ser um namorado ciumento.

Justin continua insistindo em ficar comigo apesar de eu sempre deixar claro que eu não tenho interesse nele, ou em trair meu namorado com ninguém, mas ele aparentemente não vai desistir tão fácil.

Adrian como sempre não perde nenhuma oportunidade de me importunar com absolutamente qualquer coisa. Sempre na espreita me lançando um sorriso de deboche ou jogando indiretas altas o suficiente pra eu ouvir e sacar que são pra mim, apesar disso eu sempre o ignoro e as vezes até esqueço da existência dele, ao contrário da Angel, que não deixa passar uma só provocação sem dar umas boas respostas não muito elegantes pra ele, me arrancando várias risadas, o que deixa o Adrian completamente possesso.

Angel tá extremamente empolgada e feliz com seu "ficante" fixo. Na minha opinião, eles são namorados, só falta oficializar a relação, pois eles estão sempre de mãos dadas, e se beijando a cada dois segundos, sem dúvidas são o casal mais meloso do grupo.

Seu Fernando tem vindo na cidade várias vezes nesses dois meses, o que me deixou muito surpreso e contente, ele tá sempre de bom humor e arranca várias risadas da família de Rob, que agora também é a minha. A verdade é, que, juntos parecemos ser todos uma grande família.

Numa dessas visitas sou pego de surpresa quando seu Fernando chega com o rapaz da festa, eu sequer sabia que eles se conheciam, imaginem minha surpresa quando ele o apresentou como seu advogado.
E embora ele parecesse muito jovem pra ser advogado, se nota de longe que ele ama esse trabalho.
Passamos a tarde toda conversando e ele me conta que se chama Felipe, e se formou a pouco tempo e que no dia da festa ele tinha acabado de voltar pra sua cidade natal, onde queria viver e construir sua carreira.
Quando ele decide ir embora com o Fernando, já tá anoitecendo. Nos despedimos e ele pede meu telefone, o que faz com que Robert me olhe com um olhar mortal, mas eu passo meu telefone pro Felipe, somos amigos afinal de contas.

Doce Vizinho. (ROMANCE GAY)Onde histórias criam vida. Descubra agora