Durante o almoço seu Fernando me coloca a par de todo o plano que vamos executar para dar uma lição em Robert.
Vamos juntos pra praia depois de almoçar e ficamos tomando sol e conversando sobre a vida, na verdade o Sr. Fernando me conta sobre a vida dele enquanto eu ouço e ocasionalmente dou alguma opinião sobre determinado assunto. Na maior parte do tempo minha mente divaga entre Robert e minha mãe, mais especificamente na reação dela.
Mesmo sentindo a falta de Robert o tempo todo, eu não me sinto nem um pouco culpado por não ter falado com ele o dia todo, se ele queria apenas me fazer ciúmes, ou seja lá qual a intenção dele com essa atitude, o meu pouco orgulho não me permite procurar por ele em nenhum momento.
Ele também não me procura em nenhum momento durante todo o dia, e eu acabo ficando mais chateado com essa atitude dele. Ele sempre se mostrou super preocupado comigo e com meu bem estar, mas ultimamente, mais especificamente depois que uma certa pessoa apareceu nas nossas vidas, ele não parece mais tão interessado em me fazer bem. Isso só remove o restante de culpa antecipada pelo que vou aprontar com ele.
ººº
Saio do banho e visto uma calça jeans escura, uma camisa branca de gola V com manga longa, já que durante a noite o clima fica bastante frio, por ser litoral, arrumo o cabelo no meu penteado de sempre, calço meu vans azul escuro, um dos meus preferidos, faço minha higiene bucal, borrifo um pouco do meu perfume que eu ganhei no meu último aniversário, ele é o meu preferido, e desço.
Encontro Robert sentado na sala, não está chorando e muito menos sorrindo, ele tá completamente inexpressivo, o que não é normal se tratando dele, mas como nada parece normal nesses últimos dias, tento não me preocupar com isso agora, preciso seguir todos os passos do plano, e parte dele consiste em não perdoar ele antes de concluir o mesmo. Me dirijo a porta pra sair sem ao menos me despedir, mas ele me chama antes mesmo que eu cruze a porta.
- Christian? - ele chama meu nome completo com uma voz fria que fica extremamente desagradável nele. Estremeço um pouco mas não deixo transparecer nada, afinal eu aperfeiçoei minha capacidade de disfarçar o que eu tô sentindo, a vida me ensinou isso, e não de uma maneira muito dócil diga-se de passagem, eu aprendi bem.
- Robert. - respondo no mesmo tom, sem me virar pra ele completamente.
- Onde você está indo? - ele pergunta indo direto ao ponto.
- O Fernando me convidou pra uma festa que vai acontecer hoje na casa de um amigo dele... Ahh.. E eu não sei que horas vou voltar, não precisa ficar acordado me esperando. - falo e vejo a expressão impassível dele se transformar em incredulidade. Dou gritinhos e faço uma dancinha mentalmente.
- Você não pode sair sozinho com esse tal Fernando. - ele responde autoritário me encarando.
- Posso sim - falo me aproximando dele lentamente como forma de tortura, não sei se pra ele ou pra mim, até ficarmos cara a cara - tanto posso que vou. - finalizo com um sorriso sarcástico na cara.
- Se você me tra... - o interrompo assim que percebo o que ele vai falar.
- Primeiro, não me ameace... Segundo, eu não vou te trair, vou a uma festa... E terceiro, você não está em posição de reclamar nada, meu amor. - termino colocando o dedo nos lábios dele em sinal de silêncio, em seguida saio de casa sem dar chance pra ele sequer responder.
Rob Pov.
Ainda não consegui compreender o motivo que levou a Rebecca a falar com Chris que somos ficantes. Éramos ficantes a muito tempo atrás, na adolescência. Fazia anos que eu sequer a via, ela parece ter dito isso pra provoca-lo, embora sem motivo aparente pois ela não sabe que ele é meu namorado.
E agora por causa disso, Chris está muito chateado comigo, mal tá falando comigo, e hoje passou todo o dia fora sem eu ao menos saber onde ele estava. Mas se ele acha que eu vou ficar de braços cruzados enquanto ele sai pra se divertir com esse tal de Fernando, ele nunca esteve tão enganado.
Chris Pov.
O local da festa não é muito longe da mansão de Fernando, por isso demoramos um tempo na casa dele antes de vir pra festa. Mas apesar da nossa proposital e planejada demora na casa dele, chegaram poucos convidados até agora, tem um DJ tocando algumas músicas bastante calmas e monótonas, um casal está abraçado balançando os corpos colados, e o restante das pessoas estão sentados em algumas das várias mesas, conversando.
Mas quem chama minha atenção imediatamente é um rapaz que está sentado sozinho numa das mesas. Ele está distraído enquanto ouve músicas em um fone de ouvido conectado a um celular e as murmura sem som, apenas movimentando os lábios, alguma coisa nele me causa um desconforto gostoso no estômago. Ele parece ter entre vinte, e vinte e um anos, pele maravilhosamente negra, o cabelo cacheado preto e um pouco longo.
Não consigo decidir o que prende minha atenção, se a maneira como ele não parece nem um pouco preocupado com as pessoas o observando enquanto ele faz caras e bocas imerso em seu show particular, ou se a forma como sua pele escura reluz com a luz morna do salão, ou se a aura dourada ao redor dos cachos soltos que conferem a ele um ar quase angelical, talvez seja o conjunto que prende minha atenção, a verdade é que eu nunca vou ter certeza. Assim que ele volta o olhar em minha direção, e me percebe observando o sorriso dele se amplia por um segundo antes dele abaixar a cabeça parecendo repentinamente tímido. Desvio o olhar.
- Você acha que vai funcionar? - pergunto ao Sr. Fernando, voltando a ficar nervoso com o possível fracasso do nosso plano.
- Claro que vai. Você seguiu minhas instruções?
- Segui sim, falei seu nome de forma super sensual, pra despertar ciúmes nele. - respondo orgulhoso de mim mesmo. Mas em seguida sinto uma pontada de vergonha pelo que estou fazendo.
- Então não tem erro. Logo ele virá pedir desculpas. - ele fala piscando, e sorri de lado.
- Conhecendo ele, a qualquer momento ele entra aqui, derrubando tudo. - falo mais pra mim, que pra ele, já começando a me arrepender.
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Obrigado por lerem meus amores.
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Beijos, amo vocês..
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Doce Vizinho. (ROMANCE GAY)
RomanceNÃO RECOMENDADO PARA MENORES DE 16 ANOS. CONTÉM CENAS FORTES, DE VIOLÊNCIA E ABUSO SEXUAL. Oiie gente, esta que vos fala é a autore desse livro. Antes de tudo eu quero agradecer a vocês por lerem e acreditarem na minha obra, ou eu não estaria aqui...