Me esforço pra lembrar de onde eu o conheço, mas sou despertado pela voz imponente e grave dele.
- Boa tarde, esse é o meu novo secretário, Alice? - ele pergunta arrogante.
- Sou sim senhor, Prazer Christian. - respondo antes dela, e estendo a mão, mas ele apenas olha e sorri, um sorriso misterioso e feio.
- Sou seu chefe, não seu amigo, faça seu trabalho - ele fala passando por mim - vamos ver quanto tempo ele dura aqui. - ele fala pra Alice, e dá uma risada sarcástica ao entrar no que eu acho ser sua sala.
- Educação passou longe dele né, Lice? - comento fazendo uma careta.
- Eu disse. - ela responde fazendo um gesto de quem tinha me avisado - vou te mostrar sua mesa, e o restante do escritório, vamos? - ela completa sorrindo.
- Claro.
Porque eu tive essa sensação ao ver esse homem, e o que ele quis dizer com isso de quanto tempo eu duro aqui, preciso saber mais sobre os tais boatos. - penso e decido arriscar uma pergunta pra Alice.
- Alice? - chamo em um tom sério.
- Sim? - ela franze a testa.
- Quais são os boatos que falam sobre o chefe? - pergunto ficando de frente pra ela.
- Boatos? Não sei do que você tá falando, eu nunca ouvi nenhum. - ela tenta desconversar, parecendo ter medo de alguma coisa.
- Minha mãe me falou pra tomar cuidado com ele, você não acha que eu mereço saber com que tipo de pessoa eu vou conviver? - pergunto em tom de frustração, ela suspira e pensa por um instante.
- Algumas pessoas falam que ele já abusou de alguns garotos, antes de se mudar pra essa cidade, mas ninguém tem provas, mas por algum motivo nenhum secretário pessoal dele fica mais de um mês na vaga - ela fala cochichando e olhando pros ladoa - por favor, eu não te disse nada, tá? - ela me implora.
- Claro, mas a quanto tempo ele se mudou pra cá? - pergunto sentindo um arrepio gelado, sei exatamente o que é ser violentado, e agora que eu vou conviver com uma pessoa que causa isso.
Preciso descobrir se são apenas boatos, ou se ele é mesmo um monstro. - penso decidido.
- Já faz quatro anos. - sinto minhas pernas fraquejarem, e meu coração sobe pra boca.
Já faz tanto tempo que ele está aqui, agora mais que nunca preciso descobrir a verdade.
°°°
Já são quase 15:00 quando o Sr. August me chama na sala dele, entro receoso como um cordeiro indo pro abate, observando cada canto daquela sala. Mapeando mentalmente os objetos que eu posso usar como arma de defesa.
- Imagino que tenha ouvido boatos asquerosos à meu respeito. Mas eu já vou exclarecer que sou mutilado à seis anos por conta de um acidente que eu sofri, então impossível esses boatos serem verdadeiros, não é que eu te deva satisfações mas eu não gosto de fofocas a meu respeito. Além do mais, só faço o que me permitem fazer, se é que me entende. - ele fala assim que paro a sua frente, e uma onda de alívio me invade.
Solto a respiração que eu nem percebi que estava prendendo.- Eu sinto muito, senhor. - respondo de cabeça baixa.
- Não quero sua pena, quero apenas sua competência, faça um email pra você usar enquanto estiver no meu escritório, não quero você distraído com o celular, e só me passe ligações importantes, mando a lista pra você assim que seu email estiver pronto. - ele fala, e eu entendo porque nenhum secretário durou na vaga, esse homem é insuportável.
- Tudo bem...
- Pode ir, e me traga um café. - ele me interrompe.
Folgado. - penso assim que trago o café.
Mais se é guerra que ele quer, darei guerra a ele. - penso arqueando a sombrancelha aceitando o desafio.
Faço o email e ele me manda a lista de pessoas importantes assim que meu novo email fica pronto.
Como ele soube meu email, se eu nem passei pra ele ainda. - penso surpreso, mas resolvo focar no meu trabalho, não posso dar motivos pra ele reclamar.
Tenho uma crise de risos, quando Alice tenta pegar uma caneta que caiu e acaba caindo da cadeira giratória.
- Quem é essa hiena que está rindo dessa altura, não vê que eu estou trabalhando? - August grita de dentro da sala, e logo em seguida aparece na porta, me olhando com uma cara de poucos amigos. Tinha me esquecido que minha mesa ficava ao lado da porta da sala dele.
- Desculpe senhor, não vai mais acontecer. - respondo o encarando, não tenho mais medo dele.
- Acho ótimo. - e entra pra sala dele.
Olhei pra Alice que fazia cara de dor e fui até ela ajuda-la.
°°°
17:00 eu já estpu de saída, tirando o mal humor do sr. August, foi tranquilo meu primeiro dia de trabalho, quando abro a porta, lá está ele me esperando ao lado do carro preto dele, corro e lhe dou um abraço apertado.
- Como eu senti sua falta, meu lindo. - falo me soltando dele.
- Eu também senti muita, estava ajudando minha mãe, a resolver uns assuntos pessoais dela, te liguei e você não atendeu. - ele responde abrindo a porta do carro e eu entro.
- O chato do meu chefe proibiu uso de celular em horário de trabalho. - respondo e ele já está sentando ao meu lado, no banco do motorista.
- Falando nisso como foi seu primeiro dia de trabalho meu amor?
- Ele é muito insuportável, mas se ele quer guerra, ele vai ter. - respondo em tom firme.
- Toma cuidado tá? - ele fala me olhando.
- Claro. - respondo e ele me beija, e todo o estresse, todo cansaço, vão embora, e tudo o resta é o amor que esse beijo me transmite.
Esperei o dia todo por esse beijo. - penso com uma mão em sua nuca, enquanto a outra desce rumo ao seu quadril.
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Obrigado por lerem.
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Beijos de luz. E obrigado de novo.
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Doce Vizinho. (ROMANCE GAY)
RomanceNÃO RECOMENDADO PARA MENORES DE 16 ANOS. CONTÉM CENAS FORTES, DE VIOLÊNCIA E ABUSO SEXUAL. Oiie gente, esta que vos fala é a autore desse livro. Antes de tudo eu quero agradecer a vocês por lerem e acreditarem na minha obra, ou eu não estaria aqui...