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Fico um tempo chorando no ombro de Edu, e então nos sentamos, na recepção mesmo eu coloco minha cabeça no peito dele, não consigo conter as lágrimas, ele fica só mexendo no meu cabelo em silencio.

- Não vai avisar a mãe dele não, Rob? - Edu pergunta depois de um tempo, levanto a cabeça do colo dele.

- Mas é claro que não, por culpa dela ele tá morrendo. - respondo o olhando.

- Mas você não pode ficar aqui a noite toda. - ele responde também me olhando.

- Claro que posso, tanto que posso que vou ficar, não vou deixar ele aqui sozinho. - respondo firme.

- Porque Rob?

- Por que ele não tem mais ninguém. - tento convence lo, tenho medo da reação dele quando souber a verdade, eu e meu irmão sempre fomos muito unidos e sempre contamos tudo um pro outro, mas isso é diferente.

- Você o ama não é? - sou pego de surpresa com essa pergunta.

- Não negue Rob, tá na sua cara. - ele me interrompe quando eu abri a boca pra negar, respiro fundo.

- Sim, eu o amo, agora eu tenho certeza que o amo. - respondo mais pra mim que pra ele.

- Ei, você pode sempre contar comigo, eu te amo maninho. - ele fala com uma voz fofa e bagunça meu cabelo, eu o abraço forte.

- Só não conta pra mamãe que eu tenho um namorado, não agora que ele está morrendo. - respondo sentindo as lágrimas retornarem.

- Ele não vai morrer, seja forte eu estou aqui com você. - ele responde e segurou minha mão.

Nesse momento o médico volta com uma expressão preocupada, me levanto automaticamente e Edu me segue.

- Como ele tá doutor? - pergunto aflito.

- Não vou mentir, o estado dele é grave, ele perdeu muito sangue, e precisa urgente de uma transfusão. - ele fala coçando a cabeça, parece estar nervoso.

- Então o que você está esperando, faz logo essa transfusão. - respondo ainda mais nervoso, não é possível que ele seja tão incompetente.

- O problema, é que ele tem um tipo sanguíneo raro, e não temos aqui no hospital. - minhas pernas bambeam ao ouvir isso.

- E qual é o tipo sanguíneo dele. - Edu pergunta calmo.

- B negativo.

- Faz o teste em mim doutor, pra saber se eu sou compatível. - falo o empurrando, pra que fossemos logo.

- Tudo bem.

°°°

Já fiz o tal teste, só tô esperando uns minutos enquanto sai o resultado.

- Você não é compatível senhor. - ele fala aparecendo na porta da sala de exames.

- Não pode ser.

- Faz em mim doutor, talvez eu seja. - Edu se oferece, ele olha pra mim e sorri, mas alguns minutos depois a mesma noticia, Edu também não é compatível.

Merda. E agora? Ai meu Deus me ajuda. - penso quase em voz alta.

Edu fica em silêncio, muito pensativo desde que saiu da sala de exames. Eu tentando pensar em alguma forma de conseguir o sangue pra Chris mas não consigo pensar em ninguém.

- Já sei, eu tenho um amigo com o mesmo tipo sanguíneo de Chris, Rob. - Edu fala de repente me olhando e eu sorrio aliviado.

- Mesmo? Tem certeza? - pergunto um pouco animado demais.

- Sim, ele me disse quando fez os exames pra entrar no time da escola. - responde já pegando o celular.

- Pede ele pra ajudar Chris, por favor. - peço a Edu que já tá com o celular no ouvido.

Oi... mais ou menos, preciso de um favor seu... É uma doação de sangue... Você pode?... Te espero, estamos aqui no hospital central... Não demora... Obrigado... - e desligou o celular.

- Ele já vem, acordei ele. - ele fala rindo.

°°°

Meia hora depois chega um rapaz no hospital, e vem direto falar com o Edu.

- Quem tá precisando de uma doação de sangue Du? - eles são bem íntimos ao que parece.

- É o Christian, você lembra dele? - Edu pergunta, eu só fico ouvindo tudo atento.

- O Christian? - ele pergunta assustado - o que aconteceu com ele Eduard? - ele fica claramente balançado com a notícia.

- Ele tentou se matar, mas depois te explico, esse é meu irmão Robert, Rob esse é Justin. - ele pega minha mão, e a mão dele tá gelada.

- Vamos falar com o médico, ele precisa do sangue com urgência. - falo com a mão no ombro dele.

- Claro. - eu o levo até o médico que está atendendo o Christian.

- Doutor, esse é o Justin ele tem o mesmo tipo sanguíneo do Chris, e está disposto a doar, por favor doutor salva a vida dele. - falo e saio deixando eles a sós.

°°°

Já passa das três da madrugada e nada do médico trazer notícias, eu já ficando desesperado, andando de um lado pro outro, a recepcionista faz uma cara de saco, de tanto que eu pedi pra ela chamar o médico e ela não pode.

- Calma Rob. Vai dar tudo certo. - meu irmão tenta me confortar.

Mas cada vez mais minhas forças me deixam, dando lugar ao medo, medo de perde lo.

Porque eu não saí alguns minutos antes, e não evitei que ele fizesse isso. Preciso ver ele, senão vou pirar. Meu Deus não tira ele de mim, por favor. - suplico mentalmente.

- Vai ficar tudo bem sim. - afirmo mais pra mim que pro Edu. Ele apenas sorri pra mim.

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Doce Vizinho. (ROMANCE GAY)Onde histórias criam vida. Descubra agora