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Continuamos nos beijando por um tempo até que ouvimos o barulho da porta se abrindo.

- COF COF - o médico que acabou de entrar no quarto tosse falsamente.

Inconveniente. - penso e reviro os olhos.

- Então doutor já posso ir pra casa? - pergunto animado.

- Antes tenho que saber se você está bem, precis... - o interrompo bruscamente.

- Eu tô ótimo. - me sento na cama e faço menção de descer, mas ele segura meu braço, e me impede.

- Tudo bem, vou assinar sua alta mas você só pode ir amanhã. - ele fala e sai do quarto, olho pra Rob que me olha com uma expressão anciosa no rosto.

- Chato... - falo me referindo ao médico que acabou de sair - Rob? - o chamo.

- Sim, meu lindo. - ele faz uma expressão estranha e se aproxima me fazendo ri.

- Eu precisei de uma transfusão? - pergunto e ele engole em seco e muda de humor visivelmente.

- Sim, você perdeu muito sangue, e precisou sim de uma transfusão. - ele explica sério.

- Obrigado por me doar o sangue que eu precisei. - só pode ter sido ele, já que ele me trouxe pro hospital. Ele permanece calado, apenas me olhando inexpressivo.

- O que foi? - pergunto num tom calmo e confuso.

- É que... não fui eu que doei o sangue pra você. - ele responde com a voz embargada, parece magoado por isso.

- Mas se não foi você, então quem salvou minha vida? - penso alto, não queria perguntar no tom que saiu, mas não consigo evitar.

- Um amigo do Edu. - ele responde e revira os olhos.

- Quem? Preciso saber Rob. - falo sério, o olhando nos olhos.

- Pra quê? Não importa. - ele não quer me falar, mas não entendo o motivo.

- Como não importa, ele salvou minha vida Rob, o mínimo que merece é que eu o agradeça. - falo num tom de indignação.

- Justin. Se quer agradecer quem salvou sua vida, agradece o Justin. - ele fala e sai pisando firme, me deixando completamente desnorteado, essa é a segunda vez que ele salva a minha vida.

Preciso agradecer a ele. - penso e me levanto da cama, um segundo antes do meu quarto ser invadido por - ao que parece um bando de loucos - mas são apenas meus amigos que vieram me visitar, e estão super eufóricos por eu estar acordado aparentemente.

- Que bom que você acordou Chris, sentimos sua falta. - falaram em coro, pareciam ter tudo ensaiado, e me abraçam todos ao mesmo tempo me derrubando novamente na cama.

- Se você fizer isso de novo, eu vou te dar uns bons tapas. - Angel fala, parecendo segurar as lágrimas.

- Não vou mais fazer isso, agora eu sei que vocês são minha familia. - falo e uma sensação de dejavu me invade.

- Quando você sair daqui, vamos beber pra comemorar. - Anna grita toda eufórica e Mike a acompanha batendo as mãos em comemoração.

- Como você tá? - Amy pergunta séria.

- Eu tô bem Amy. - respondo sorrindo e ela me enche de tapas nas pernas e nos ombros.

- Ai.. - reclamo, todos olham pra ela com a mão na boca, e Angel com um olhar de aprovação.

- Isso é pra você não fazer mais isso com a gente, estávamos super preocupados - e em seguida ela me abraça e me beija na bochecha - e isso por você ter acordado. - dou um sorriso amarelo.

O resto do dia passa assim, o médico depois de tentar várias vezes tirar eles do quarto desiste, e mais tarde Rob se junta à nós e ficamos todos conversando e rindo.

°°°

Já é 18:16 quando eles decidem ir embora, eu contei que vou passar minha recuperação na chácara de Rob, e Angel me olhou com uma cara de safada, a ignorei totalmente.

Rob continuou no quarto comigo, insistindo em colocar o jantar na minha boca, pra eu não esforçar os pulsos, mas já não doí tanto, eu só me sinto um pouco fraco. Acabo cedendo já que estou completamente faminto e ele não quer me entrega a colher.

- Deixa eu cuidar de você amor. - ele pede todo meloso, e eu sorrio pra ele e faço uma careta em seguida.

Já passa das 22:00 quando Justin entra no meu quarto, ele parece genuinamente surpreso ao me ver acordado, atrás dele está o Edu.

- Eu não sabia que você tinha acordado Chris, mas fico feliz que você esteja de volta. - Justin fala sorrindo timidamente.

- Acordei durante a madrugada. - respondo me lembrando de estar escuro quando eu abri os olhos.

- Oi Chris, cara você me deu um baita susto. - falou Edu sorrindo cheio de bom humor, retribuí seu sorriso.

- Obrigado por salvar minha vida Justin, de novo. - agradeço e levanto minha mão, ele a segura levemente e sorri.

- Não precisa agradecer, eu faria tudo de novo. - ele responde e acaricia minha mão com o polegar.

Será que ele sente algo por mim? Espero que não, pelo bem dele, eu nunca vou poder corresponder esse sentimento. Eu nunca poderei amar ninguém além de Rob. - penso o olhando.

Conversamos um pouco, e eles vão embora, depois de convencer Justin que não precisa ficar, acabo pegando no sono.

Quando acordo o quarto já está claro, e tem um aparelho hospitalar parecido com uma maca pequena com meu café da manhã ao lado da cama.

Sorrio agradecido e começo comer uma poção de torradas, assim que termino me levanto da cama, minha bolsa está em um canto, troco de roupa e saio do quarto, ainda me sentindo um pouco fraco, mas perfeitamente capaz de me manter em pé.

- Ei ei ei, aonde pensa que vai hein? - Rob aparece atrás de mim me assustando.

- Quero sair logo daqui. - respondo o olhando.

- Eu estava resolvendo isso, o médico acabou de assinar sua alta, e receitou uns remédios, vamos? - ele fala levantando a receita, e só então percebo que ele está usando uma aliança igual a minha, meus olhos ficam marejados imediatamente.

Emotividade idiota.

- Você também usa. - falo levantando a mão mostrando a minha.

- Acabou de chegar, estava na joalheria, mandei gravar seu nome. - ele fala me abraçando.

- Eu te amo Chris. - ele sussurra no meu ouvido.

Eu também te amo, Robert. - respondo mentalmente, e o aperto em meus braços, espero que ele entenda minha resposta.
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Beijos e até o próximo...

Doce Vizinho. (ROMANCE GAY)Onde histórias criam vida. Descubra agora