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Alguns longos minutos depois do Edu tentar me acalmar, o médico aparece no corredor, em questão de segundos já estou em frente a ele, ouço o celular de Edu tocar, mas não escuto com quem ele está falando.

- Doutor, onde está Justin, já fez a transfusão? - pergunto segurando os ombros dele pra que ele me olhasse no lugar da prancheta, na qual ele anotava alguma coisa.

- Já sim... O doador está repousando, já que o paciente precisou de bastante sangue, sorte que esse rapaz apareceu, ele parece gostar muito do paciente. - o médico responde apontando uma porta mais adiante onde está Justin, faço uma careta ao pensar que ele pode gostar do Chris, do meu Chris.

- Posso entrar pra vê lo? Digo Justin, preciso agradecer ele por salvar a vida do meu na...migo. - o médico me olha desconfiado e assente.

- Mas a vida de Christian não está completamente salva, ele já devia ter reagido, mas parece que ele não quer acordar, temo que isso o prejudique. - o doutor faz uma expressão preocupada, e Edu se aproxima de nós, já tinha encerrado a ligação.

- Como assim? - pergunto com a voz um pouco alterada.

- Se ele não lutar pra acordar, pra voltar pra nós, ele pode entrar em coma. - ele afirma o que eu já suspeitava.

- Não permita doutor, faça alguma coisa, traga ele de volta. - o balanço pelos ombros, mas Edu me puxa.

- Talvez pessoas que ele ame, possam estimular na recuperação dele, talvez ele possa ouvir.

- Preciso vê lo, em qual quarto ele está doutor? - pergunto mais calmo, preciso traze lo de volta, eu o amo, agora tenho total certeza disso, e não posso permitir que ele morra.

- Lamento, mas você só poderá vê lo amanhã. Agora ele está com o enfermeiro que está cuidando de tudo. Fique calmo, você precisa ser forte. - o médico responde e sorri pra me reconfortar.

- A mamãe está a caminho. - Edu me tira dos meus pensamentos.

- O quê? Como assim a mamãe. - pergunto o encarando e então me lembro da ligação.

- Ela ligou, estava preocupada porque já é quase dia e nós não avisamos que íamos sair.

- Verdade, você contou a ela o que aconteceu? - pergunto mas já sei a resposta.

- Claro, ela está vindo pra ficar com a gente, e resolver o que precisar. - ele acaricia meu rosto.

- Obrigado - agradeço por ele ter contado a ela, preciso dela aqui comigo - vou ver Justin, preciso agradece lo. - falo e saio em direção ao quarto de Justin.

Bato na porta e ouço a voz dele cansada me mandar entrar.

- Como você está Justin? - pergunto ao vê lo pálido e com um soro no braço.

- Eu estou bem, não se preocupe, o importante é que pude salvar a vida dele mais uma vez. - me lembro do que o médico disse no mesmo instante.

- Ele ainda não está salvo, Justin. Ele pode entrar em coma, se não acordar logo. - respondo sentindo meus olhos arderem, mas seguro as lágrimas.

- Não, ele não pode entrar em coma. - Justin responde com a voz embargada de choro.

- Obrigado por doar o sangue que ele precisava.

- Não foi nada, faria tudo de novo se fosse preciso. - sinto uma pontada de ciumes ao ouvi lo falando assim em relação ao meu Christian.

Não pode ser, ele não pode gostar dele. - penso.

- Acredite, eu também faço qualquer coisa por ele. - falo o olhando sério e saio do quarto, a primeira pessoa que me deparo ao sair do quarto é a minha mãe, ela abre os braços e eu a abraço sem pensar duas vezes.

- Ele pode entrar em coma mamãe. - falo já chorando.

- Ele não vai meu amor, nós não vamos deixar. - ela responde e beija minha orelha.

Chris Pov.

Abro meus olhos, e vejo que eu estou num hospital, olho pro lado e tem alguém deitado comigo, me levanto, olho meus pulsos, eles estão completamente curados, não entendo o motivo de estarem curados se eu os cortei horas atrás, e porque eu ainda estou vivo?

Estou sentado de costas pra pessoa que tá comigo, mas ele não se move, ouço os sons dos aparelhos apitando mas não estão conectados em mim, me viro e me assusto ao me ver ali deitado. O outro eu está com os pulsos enfaixados e está pálido, mas como isso é possível?

- Será que eu morri? - falei, mas os aparelhos estão instáveis.

- Eu estou fora do meu corpo - falo me dando conta do que está acontecendo - é como estar duplicado. - eu quero voltar, preciso acordar, quero ver Rob, abraça lo.

A porta do quarto se abre e eu me escondo atrás da cama, pra não ser visto, mas o médico dá a volta parando atrás de mim, e continua examinando o eu deitado na cama, mas não me vê ali abaixado, me levanto e começo a pular pra chamar a atenção dele. Mas ele não me vê.

Saio do quarto e ando um tempo pelo corredor até chegar a recepção, e lá está ele, Rob abraçado a sua mãe junto com seu irmão.

- Rob. - eu grito, ele nem se move.

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Capítulo novo em breve..

Doce Vizinho. (ROMANCE GAY)Onde histórias criam vida. Descubra agora