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Ele mergulha e some por alguns instantes, mas logo sinto ele emergindo atrás de mim, e me pega de surpresa me arrancando um grito de susto, mas ao invés de me afogar dando continuidade a brincadeira ele me abraça por trás, e eu me viro aproximando nossos rostos.

- Eu senti tanto sua falta nesses dias que você dormiu. - ele fala me olhando no fundo dos olhos.

- Me beija. - peço e ele não espera eu pedir de novo, cola seus lábios nos meus se encaixando perfeitamente, em um beijo intenso, e calmo ao mesmo tempo.

Ele beija tão bem. - penso antes de separarmos nossos lábios já sem fôlego, e eu começo a sentir frio.

- Eu.. estou.. com frio.. - falo ainda ofegante pelo beijo.

- Vamos sair da água. - ele chama e me estende a mão, que eu prontamente seguro firme.

Saímos da água e começamos a dar uma volta pela praia, paramos em uma barraca de cachorro quente pra comer, e saímos novamente, pra um lugar mais afastado na praia.

- ROB AMOR. - ouço alguém gritar e nos viramos ao mesmo tempo na direção da voz e nos deparamos com uma garota linda, vindo em nossa direção, mas seus olhos estão fixos em Rob, que a olha com um sorriso enorme no rosto.

- Rebecca? - ele pergunta assim que ela se aproxima de nós, dele na verdade, pois eu me afastei pra observa-los.

- Sim. Por que a surpresa? - ela dá um beijo na bochecha de Rob, muito perto da boca na minha opinião.

Sinto uma raiva enorme começar a crescer dentro de mim rapidamente, mas tento controlar meu ciúme.

Vadia.

- Você tá diferente. - Rob fala pra ela, parecendo ter se esquecido completamente da minha presença, pois em nenhum momento ele olha pra mim, é muito menos ela.

- Mais gostosa eu espero. - ela responde rodando e empinando a bunda pra que ele visse melhor.

Oferecida. Diz que não Rob. Por favor - peço mentalmente.

- Muito. - ele responde sorrindo.

Ah é assim? Ótimo. - penso e sinto a raiva crescendo cada vez mais dentro de mim. Só percebo que estou apertando minhas mãos com tanta força quando sinto uma pontada de dor nos pulsos.

- Ai. - reclamo baixo, olho meus pulsos, eu tirei os curativos antes de vir pra praia, está quase cicatrizado, mas vai ficar duas cicatrizes nos lugares dos cortes.

E só então eles parecem me notar ao resmungar de dor, já que não estou muito longe deles.

- Tá tudo bem Chris? - Rob pergunta me olhando preocupado. Ou fingindo estar.

- Eu tô ótimo. - tento disfarçar meu ciúme, mas minha voz sai mais irônica do que eu esperava.

- Oi, eu sou a Rebecca, ficante do Rob aqui da praia e você quem é? - ela me olha com desdém, fuzilo Robert com o olhar, e ele olha pro chão.

Ficante? Que porra é essa? - penso e forço um sorriso, mas acho que parece mais um rosnado que um sorriso.

- Eu sou Christian, AMIGO - falo alto e olhando pra ele e depois volto a olhar pra ela - de Robert. - completo mas minha voz sai mais fria que um iceberg, pois o sorriso dela se desfaz e ela apenas me olha antes de se virar pra ele.

- Te vejo hoje a noite em sua casa. - ela fala no ouvido dele, mas eu consigo ler nos lábios dela, e dá um selinho nele. No meu namorado.

Sinto meus olhos se encherem de lágrimas, mas não permito que nenhuma delas desçam, apenas corro em direção à chácara.

Mas antes de entrar na propriedade me dou conta que com certeza Robert vai me encontrar aqui, afinal é a casa dele, e eu não quero vê-lo agora. Se ele quiser ver alguém que vá atrás da ficante dele.

Decido ir pra propriedade vizinha a dele, mesmo não sabendo quem é o dono, corro e entro pelo portão, fico alguns segundos surpreso, apenas observando ao meu redor. Essa é com certeza maior que a chácara da família de Robert, a casa é maior, e tem três andares, um pomar junto com o jardim, cheio de árvores carregadas com alguns tipos de frutas, com certeza essa chácara é de uma família muito rica.

Saio do meu transe e entro no jardim, me escondo atrás de uma macieira, me sinto tentado a pegar uma maçã vermelha muito perto da minha cabeça, mas não pego, apenas me sento na grama, e deixo as lágrimas descerem livremente.

Eu não quero acreditar que Rob me traiu, talvez não tenha traído, mas por que ele não empurrou aquela oferecida?

Continuo sentando na grama chorando por algum tempo, me sinto cansado talvez porque eu tava nadando e agora chorando, acabo adormecendo na grama mesmo.

Acordo de repente, estou numa cama, macia e confortável, muito diferente da grama onde eu dormi.

Será que Rob me encontrou deitado lá no jardim e me levou pra casa? Será que as famílias são amigas, e eles chamaram Robert pra me buscar?

Ainda não quero vê-lo, então continuo com os olhos fechados fingindo dormir, mas acabo os abrindo depois de um tempo, minha visão tá um pouco embaçada por causa do sono, pisco várias vezes e então dou um pulo me sentando na cama bruscamente, meus pulsos reclamaram, mas eu ignoro.

Eu não estou no quarto de Rob, estou em um quarto totalmente diferente do quarto da chácara de Rob, eu estou numa cama de casal, tem o que parece ser um closet, um banheiro enorme posso ver pois a porta tá aberta, e um criado de cada lado da cama com um abajur em cima.

Onde raios eu estou? Será que eu tô sonhando?

Calço meu chinelo que tá ao lado da cama, ainda tô usando apenas minha sunga e começo a sentir frio, olho pela janela e já tá escuro lá fora.

Saio do quarto devagar observando cada detalhe dessa casa, é linda, e só então me dou conta que eu estou dentro da casa ao lado da casa de Rob, mas como eu vim parar aqui se eu tava dormindo no jardim?

Respiro fundo e sigo pelo corredor tem uma escada na metade do corredor, que leva pra sala, desço e dou de cara com um senhor não muito velho, aparenta ter uns 40 anos bem conservado que me olha surpreso e sorri em seguida.

- Acordou o belo adormecido. - ele fala alegre e eu sinto minhas bochechas corarem.

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Beijos, até o próximo.

Doce Vizinho. (ROMANCE GAY)Onde histórias criam vida. Descubra agora