Irmãos, Amigas e Amantes

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Lalita, a escrava troiana alta e desconjuntada, dizia:

– Ele está olhando para você, Nephele, ele está olhando. – Lalita dizia com o olhar fixo no chefe dos escravos.

Nephele ria, e escondia o seu sorriso, enquanto tentava colher as ervas de que precisava para preparar um banho especial para a rainha Helena. Amuna estava sentado no cavalo, com as costas bem eretas, e um olhar que de vez em quanto se voltava para ela. Amuna, o chefe dos escravos, aquele todas as meninas desejavam, realmente parecia estar interessado nela.

Nephele sorria por se alvo dos olhares de alguém tão importante. Quase mostrou para Amuna um de seus sorrisos, mas então, teve receio o escondeu. Amuna era diferente de todos os outros garotos que gostaram dela. Com os outros ela podia brincar, pois eles não se importavam se ela lhe oferecia sua simpatia e não o seu amor. Mas, Amuna parecia sério demais para isto.

Lalita começou a falar com uma voz cheia de lamento.

– Ah, eu gostaria tanto que Nicostratos olhasse desse jeito para mim. Mas, ele nem me vê. Com Trífone ele até que conversava. Mas, comigo ele é sempre distante. Faz tempo estou pedindo a Cupido lance uma fleche em Nicostratos. Mas, ele não faz nada. Vou começar pedir a Afrodite que peça por mim ao filho dela. Sei que se ela pedir o filho vai responder.

Nephele olhava para Lalita sem saber bem o que responder. Lalita era um pouco alta, magra e desengonçada, seu rosto não era bonito, e sua voz soava um pouco grossa. Ela se admirava que Lalita ainda amasse Nicostratos.

– Lalita, porque você um dia, enquanto trabalha, por "acidente" não rasga a gola do seu vestido, para que apareça um pouco dos seus seios? Você tem seios cheios, tenho certeza que Nicostratos iria prestar atenção neles.

– Não acredita que os deuses podem me ouvir?

– Acredito sim, mas nós também temos que lutar com as armas de sedução que temos. Você tem belos seios. Eu adoraria ter seios como os seus, mas eu não tenho. Então tenho que usar meus sorrisos e olhares.

– É, mas parece que os seu sorriso e seu rosto bonito, funciona muito mais do que os meus seios. Veja, Amuna está de novo olhando para você.

Nephele se afastou um pouco de Lalita, ia em direção de outras hortaliças. Ela ainda não sabia como agir com Amuna. Nephele, no fundo ela sabia que nunca o amaria. O fato de ele ser hitita realmente atrapalhava, mas não era só isto. O problema era que: Amuna não era Gálem.

Nephele selecionava, uma ou outra erva por entre a o chão escuro, e arrancava. Ela lembrava que, não importava o quando tentava esquece-lo, sempre voltava a se apaixonar por Gálem, e isto desde que ela tinha doze anos.

(...)

Tércio caminhava no final da planície, contornando o monte. O rio estava próximo, mas Tércio não seguia na sua margem. Sabia que o caminho próximo ao monte, apesar de mais difícil era o mais seguro. Enquanto caminhava ele se lembrava de seu último encontro com Stesha. Ele estava com suas flechas, e ela corria atrás dele com seus dois punhais. Os dois estariam treinando para o dia do banquete, e no final, do treino, como em geral acontecia, ele roubou um beijo dela.

"Ah! Os beijos de Stesha! " Tércio nunca se esquecia deles "O seu sorriso, e aquela alegria de falar, a sua disposição e coragem: nenhuma menina era igual a ela. Nem, Nephele, por quem ele foi apaixonado tanto tempo. Nephele não era a metade do que era Stesha. Era por isto que ele não podia perdoar Nephele. O que ele ela tinha feito tinha custado à vida de Stesha. Não havia nada, nos céus ou na terra, que faria Tércio aceitar o fato de Stesha estar morta. Ele não perdoaria os deuses do Olimpo, ele não perdoaria o Príncipe Uranon de Andrômeda, e nunca perdoaria Nephele. "

A Herdeira de Tróia: a dimensão oculta do poderOnde histórias criam vida. Descubra agora