Andrômeda estava no quarto das escravas , e desfazia sua trança , para então, com os dedos, desembaraçar seu cabelo. O seu cabelo, comprido até os joelhos, trazia um pouco da dignidade que ela tinha quando era uma princesa, fazia Andrômeda se sentir uma princesa. Ela se via em Troia, sentada confortavelmente em sua varanda enquanto suas escravas penteavam seu cabelo, e seu lindo príncipe perguntava sua opinião sobre os recentes acontecimentos políticos. Não fazia tanto tempo que tudo isto tinha acontecido, para que aquele passado, parecesse tão distante, quase irreal. Mas, era melhor assim, não lhe fazia bem ficar presa ao seu passado. Então, as lembranças se apagaram e os acontecimentos agitados do dia voltaram a mente de Andrômeda.
" Hoje fiz um comentário tão desnecessário que podia ter dar problemas". Ela estava conversando com Hermíone (como se a conversa fosse de " princesa para princesa" ) quando lembrou de um óleo perfumado que suas escravas passavam no seu cabelo. O óleo era feito de alecrim e manjerona, e algumas flores que ela não se lembrava do nome. O comentário, que devia ser um simples comentário, lhe rendeu uma difícil tarefa. E Hermíone lhe pediu para produzir um óleo perfumado. Andrômeda nunca havia feito perfumes e cosméticos antes.
Mas, no final as coisas foram mais fáceis do que Andrômeda havia imaginado. Tértulo ofereceu a Andrômeda que tomasse 4 meninas para ajudarem em sua tarefa. E agora ao cair da noite, de volta ao quarto das escravas, Andrômeda recordava o dia agradável que passou com as meninas.
Elas haviam corrido pelos campos em busca de ervas aromática. E, pela graça, do Príncipe dos céus, as meninas encontraram uma flor diferente, mas muito perfumada. Usando o pouco que sabia da técnica de maceração, que consistia em colocar as pétalas em azeite quente, Andrômeda conseguiu preparar o perfume. De modo que Andrômeda agradou Hermíone, e recebeu um elogio de Tértulo.
Foi Stesha, menina de cabelo ondulados que encontrou a flor. Ela voltou correndo para Andrômeda dizendo:
-Eu encontrei porque sou a mais corajosa de todas as meninas.
Stesha era uma menina alta para sua idade, era bonita e conversava bastante. Andrômeda havia perguntado a Stesha, porque ela queria ser corajosa e a menina lhe contou sua história. Uma história triste.
Ela havia perdido sua mãe e suas duas irmãs. Quando a casa em que morava começou a pegar fogo, por causa da guerra, Stesha e suas irmãs correram para o terraço da casa. A casa era alta, mas sua mãe, que estava em baixo, gritava. "Vocês precisam pular, não fiquem com medo, eu seguro vocês". Stesha pulou, mas suas irmãs tiveram medo da altura. A mãe tentou entrar na casa para buscar as irmãs, e não voltou mais. Depois disto Stesha resolveu que sempre seria corajosa.
A forma como Stesha contava com naturalidade sobre um passado tão triste surpreendia a Andrômeda. "Ela é uma criança, mas tem sabedoria. Ela aprendeu com o passado, um passado tão triste, mas não se abate com ele.." Andrômeda queria ser grata como a menina. E pensava que, na verdade, estava bem. Desde que passou a servir a Hermíone começou a melhor fase de sua vida como escrava.
Hermíone não a tratava com hostilidade. Ela a enchia de perguntas sobre Troia e sua mãe, e tratava Andrômeda com certa consideração.
Andrômeda recordava suas conversas com a jovem princesa. Lembrava cidade de Troia, e quando percebeu, já havia inclinado seu rosto sobre os joelhos, estava dormindo. Percebendo que estava nesta posição achou que era melhor deitar, o cabelo ficaria para o dia seguinte.
(...)
Na noite seguinte, quando Andrômeda chegou ao quarto das escravas , não pensava em nada além de dormir. A escrava deitou esperando uma boa noite de sono. Mas, logo se sentou.
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A Herdeira de Tróia: a dimensão oculta do poder
Fantasy"... 4 homens, 4 mulheres, 4 caminhos para o poder: força, astúcia, sedução ..." Tróia está em ruínas e Páris morto, mas Helena encontra forças e relembra o que aprendeu com o amor. Ao voltar para casa ela enfrentará o rancor de sua filha Hermío...