Lepida, a mãe adotiva de Naala, andava de um lado para o outro no quarto de Hermíone. Haviam se passado três dias desde a revolta dos escravos. "Não era culpada,não é?" Lépida se questionava. "Afinal, não era mãe de Naala, e ela nem a chamava de mãe." Além disso, tudo estava muito difícil para ela, ela estava tentando sobreviver em meio aos conflitos de Helena e Hermíone.
Tudo havia se complicado para ela desde que começou os preparativos do casamento de Hermíone. Lépida era a escrava mais velha que a princesa tinha. Por isto Hermíone lhe deu uma função especial: Lépida devia se envolver nos preparativos do casamento, em nome da princesa. Hermione odiava aquele casamento mas não queria que a mãe soubesse disso. E, era função de Lépida fazer Helena pensar que Hermíone estava totalmente envolvida naqueles preparativos.
O vestido deveria ser bordado com ouro, o cabelo deveria lavado com águas do mar, e não com as águas sagradas... Ah, Lépida lembrava como tudo aquilo foi difícil. Ela a todo o momento tinha medo que Helena se irritasse com ela e a mandasse matar. Mas, se não fosse corajosa com Helena, para inventoras aquelas pequenas disputas, então era Hermíone que a castigava e não a deixava comer. Ah, não conseguia acreditar que este casamento tinha acabado.
E, afinal Hermíone conseguiu o que queria. Lépida se sentou nas escadas que levavam ao tanque onde Hermíone se banhava.
"Não, não era culpada. Não teve tempo de dizer nada a Naala. Queria dizer que havia algo errado naquela revolta, mas no dia em que disse isto Naala não escutou. No meio desta confusão, acabou dizendo que apoiava à revolta, que apoiava Thalos na Assembléia dos escravos."
Lépida se levantou, e novamente começou a andar...
"Era culpada sim. Naala era sua filha. As mães devem cuidar dos seus filhos ate o fim. E, ela falhou. Sabia que algo estava errado com o sonho de Naala e não disse nada. Não tinha como dizer. Afinal, todo mundo acreditou no sonho de Naala. Naala nunca iria ouvir o que Lépida tinha dizer."
Lépida continuava caminhando em círculos pelo quarto.
"Mas, devia ter tentado dizer. Naala era sua filha. Uma filha que tantas vezes lhe deu alegria e orgulho. Ela tinha sido a sua única família quando saiu de Tróia. Naala foi um motivo para ela continuar vivendo. Só escapou com vida de Tróia por causa de Naala. Como podia ter deixado Naala ser presa sem ter feito nada?"
Neste momento a princesa Hermíone entrou no quarto. Lépida se assustou. Ultimamente ela se assutava fácil pensando que a qualquer momento alguém da família real iria interroga-la e perguntar sobre sua participação na revolta. mas a princesa não parecia incomodada com isto. Ela dizia:
– Tomei uma decisão! Vou comemorar a morte de Neoptoleno. Não importa se minha mãe me veja comemorando e descubra que eu torci pela morte dele. Pelo menos ela vai saber que eu a venci, pelo menos uma vez na vida, eu a venci. Tenho que comemorar. Chame Lena, preciso falar com ela.
– Lena está morta.
– É verdade. Bem, não tem problema. Chame Graazi, e prepare algo para comer. Bem, preciso pensar no que vou comer... Quero um comer aquele peru que foi alimentado com beterraba, mel, macas, romãs, pão, bolos, e, e claro, vinho... Depois de ir a cozinha vai chamar Galem preciso falar com ele.
– Eu acho que Galem fugiu.
– Chame Xoloni, não, chame Zidantas, preciso falar com ele.
Lépida ficou satisfeita com a potura da princesa, Hermíone não se importava nem um pouco com a revolta, ou com os escravos que participaram dela. Ela só queria comemorar. E, graças aos deuses Tértulo estava morto, se estivesse vivo já estaria açoitando cada escravo troiano para descobrir o que tinha acontecido. Mais, tranquila, Lépida caminhou em direção à porta. Quando chegou a porta, um novo susto: Helena. Ela não podia deixar de pensar que algo ruim lhe aconteceria.
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A Herdeira de Tróia: a dimensão oculta do poder
Fantasía"... 4 homens, 4 mulheres, 4 caminhos para o poder: força, astúcia, sedução ..." Tróia está em ruínas e Páris morto, mas Helena encontra forças e relembra o que aprendeu com o amor. Ao voltar para casa ela enfrentará o rancor de sua filha Hermío...