Shadow

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Parte. 3 - Sombras impermeáveis ( Final )
Leitora/Batman
***

Nos segundos que antecederam a total volta de meus sentidos, ouço o bip que parece ser de um aparelho cardíaco. Lentamente sinto os membros de meu corpo voltarem a vida.
Quando abro os olhos, encaro um teto alto, escuro e cavernoso. Ainda sem me mexer, reproduzo os últimos momentos de consciência, tentando entender que lugar é esse e como vim parar aqui.
Lembro-me de Joker e Arlequina, aquele maldito martelo, a bomba... A bomba! O que aconteceu? Claramente não explodiu, mas como?
Meu rosto não dói tanto, nem as costelas... quer dizer, a menos que eu os mexa muito. Sento-me e olho em volta, os eletrodos ligados em mim são puxados até soltarem. Levo uma mão ao rosto e vejo que meu nariz esta com um grande curativo. Olho para baixo, percebendo que estou apenas com roupas intimas, todo meu abdômen está coberto por faixas, me sinto uma múmia.
- Como se sente?
Viro o corpo bruscamente na direção da voz e me arrependo imediatamente, faço uma careta de dor e volto a posição normal. Batman se aproxima de mim e para a minha frente. Me sinto muito desconfortável sem a máscara.
- Péssima - Resmungou. Estou confusa e muito perdida, milhares de perguntas rondam minha cabeça. - Que lugar é esse?
- É seguro, isso é tudo o que precisa saber agora - Responde, seco.
Fico em silêncio, esperando para me recuperar de seu tom arisco.
- O que aconteceu? A bomba...
- Consegui tira-la de você a tempo, mas o armazém explodiu e Joker escapou.
Fecho os olhos e solto a respiração, eu nem havia notado que a estava segurando. Deus, o que eu fiz? Estraguei tudo.
- Olha, eu... sinto muito, nunca quis...
- Eu disse para ficar longe dele. Você não sabe do que ele é capaz. Bom, agora sabe - Seu tom ainda era duro. Ele capta meu olhar desolado e sua expressão suaviza. Ele se abaixa e pousa uma mão na lateral de meu rosto.- Pensei que fosse perde-lá.
Isso me pegou de surpresa.
- Eu queria ajuda-lo. Desculpe.
Batman não respondeu, ele se aproximou devagar de meu rosto e uniu nossos lábios, no primeiro movimento afasto-me.
- Algum problema? - Pergunta preocupado.
- Meu rosto todo dói - Resmungo.
Sua expressão congela outra vez.
- Você quebrou o nariz e fraturou alguns outros ossos da face. Quebrou duas costelas também - Murmura, enquanto se levanta. Ele vai até um armário e volta alguns minutos depois com um comprimido. Tomo sem questionar.
Procuro algo para falar, tentando me distrair da dor.
- Acho que acabou o encanto - Falo, ao me lembrar que estou exposta sem a máscara. Aponto para meu rosto e ele assente, um rastro se sorriso tomando seu rosto.
- Talvez um pouco - Ele sorri minimamente. - Então, S/n S/s, acredito que não poderá trabalhar durante uns dias.
- Que dia é hoje?- Indago, meus olhos levemente arregalados.- Quanto tempo fiquei inconsciente?
- Dois dias - Responde. - Não se preocupe, cuidei disso, você tera o tempo necessário para sua recuperação.
- O que disse para eles?
- Aparentemente está em quarentena com alguma doença não identificada.
Ele parece muito calmo com essa desculpa ridícula.
- E você acha que alguém vai acreditar nisso?
- Não podem discutir com o laudo medico - Seu sorriso é presunçoso.
Minha cabeça começa a pesar, deve ser o remédio. Não quero dormir, mas não consigo evitar.
- Esta me dopando?- Pergunto, lançando-lhe um olhar irritado.
- É isso ou sentir a dor de um nariz e duas costelas quebradas - Ele retruca.- Agora durma.
A contragosto, deito outra vez e em segundos estou dormindo.
***

Acordo me sentindo um pouco melhor. Ainda estou no mesmo lugar cavernoso, porem não tem mais nenhum aparelho cardíaco ligado a mim. Examino meu corpo e já estou vestida, em meu rosto ainda esta o curativo.
Tento levantar da cama, tropeço um pouco mas me apoio no colchão e consigo ficar de pé. Olho em volta, esse lugar é enorme.
Não vejo Batman em lugar algum, sera que devo procura-lo? Não. Só quero ir para casa.
Fico diante uma parede, me sinto melhor, acho que tenho forças suficiente para chegar em meu apartamento. Invoco as sombras que formam a passagem e a atravesso, saindo em minha sala, caminho cambaleando ate meu quarto e desabo em minha cama.
Mal posso acreditar que estou viva e bem. Também não posso acreditar em como fui burra. O que eu tinha na cabeça? Eu queria impressiona-lo, queria que ele ficasse orgulhoso. Droga!
Meu telefone toca, na sala. Não quero me levantar, mas já estou ausente a muito tempo e não sei se a desculpa que Batman arrumou vai funcionar por muito mais tempo.
Levanto e caminho ate a sala, jogando-me no sofa e atendendo ao aparelho que não cala a boca.
- Alo? - Atendo, minha voz soa rouca e grogue.
- S/n?! - É Nick.- Deus. Garota o que houve com você? Esta tudo bem? Estou te ligando a dias.
Eu deveria saber que a desculpa não funcionaria para Nick. Ele me comece e sabe quase tudo sobre mim.
Solto um suspiro e me arrependo, sentindo uma fisgada nas costelas.
- Estou doente - Respondo, simplesmente.
- E se você acha que essa desculpa me convenceu por mais de um minuto, não me conhece srta. S/s - Ele resmunga. - Anda, o que esta acontecendo? Estou preocupado.
Eu deveria contar tudo a ele, Nick merece saber.
- Tudo bem - Cedo.- Pode vir aqui em casa agora? Vou estar esperando você.
- Claro que posso, estarei ai em meia hora.
Ele não me da tempo para responder e desliga logo em seguida.
Descanso a cabeça no braço do sofá e encaro meu teto branco, isso será difícil.
***

Imagines MARVEL/DC COMICS || PEDIDOS FECHADOSOnde histórias criam vida. Descubra agora