Final.
Leitora/Tony Stark
***A confusão se mudou para o centro de Manhattan. Times Square estava lotada de civis. Agentes da S.H.I.E.L.D que estavam de prontidão aos pés do edifício evacuavam as vias tentando liberar caminho.
- O que faremos agora, Capitão?- Pergunto. - Não conseguiremos controlar todos esses meta-humanos.
- Damos um jeito. Eles precisam nos deixar ir - Capitão lança um olhar para o alto do prédio. Percebi com desgosto que eles não nós deixaria ir, nunca. A equipe do Homem de Ferro já saltava do buraco vindo na nossa direção.
- Steve, os civis - Eu o alerto, preocupada com a quantidade de pessoas na zona de guerra.
Capitão olhou para as pessoas, assustada e perdidas.
- Um passo de cada vez. Um tijolo de cada vez - Murmurou. - SAM!
Falcão desce em uma velocidade assustadora e agarra Capitão pelos ombros, levando-o para o outro lado da avenida, onde dois da nossa equipe eram atacados por Venon e Mercenário. Dois supervilões que agora fazem parte da operação Thunderbolts.
Olhei em volta, por um momento sem saber o que fazer. Logo Tony viria em pessoa atrás de nós, assim que se recuperasse, ele seria escoltado por todas as forças da S.H.I.E.L.D e agora ele não teria pena de nós.
Engulo em seco. Onde fomos parar? Não era isso o que eu queria, nunca foi isso.
Alguem toca meu braço, viro-me em posição defensiva mas relaxo quando encontro Sue Storm.
- Precisamos sair daqui o mais rápido possível - Ela estava visivelmente calma, mas eu vi, vi em seus olhos algo que apenas eu poderia reconhecer. Porque era a mesma coisa que tinha no meu rosto. Ela estava preocupada com Reed, seu marido. O Senhor Fantástico podia ser o cachorrinho de Tony mas ainda era o amor dela, assim com o Stark ainda era o meu. E nós duas os abandonamos.
- Ele vai ficar bem - Digo. Sue me encara de volta.
- Gostaria de acreditar nisso - Murmura.
Juntas olhamos para o Edifício Baxter sendo destruído e os vários heróis tentando matar uns aos outros.
- Isso precisa terminar.
Sue concorda em silêncio.
No alto, vejo a pequena figura vermelha e dourada mover-se. O Homem de Ferro fez um arco no ar e mergulhou em direção ao solo, fazendo um pouso pesado e quebrando parte do concreto da calçada.
Vejo sua armadura se acende, ele estende suas mãos em frente ao corpo e mira em mim. Tony lança um raio repulsor em minha direção e eu o intercepto com um campo de força. Recuo em direção a parte mais vazia da rua, recebendo todos os raios lançados por ele. Não posso mais ver seu rosto, esta todo coberto pelo capacete, a única coisa que vejo é um homem de metal e olhos vermelhos.
Acerto um raio de energia em seu peito, Tony bate contra a parede. Levanto vôo e começo a subir, tirando a luta do chão. Tony aciona as botas e sobe atrás de mim. Estamos a quase vinte metros de altura, o ar gelado invade me peito junto com o cheiro de fuligem.
Intercepto mais três tentativas de ataque. Continuo recuando, sem mais atacar. Seu peito se acende, a voz metálica e inumana de Tony aciona algum comando para a armadura que eu desconheço. Antes que eu perceba o que estava acontecendo, um raio em última potencia, me acerta, lançando-me metros para trás e fazendo com que eu bata contra a lateral de um prédio. A coluna de energia fervente ainda esta concentrada em meu peito, não contenho o grito que sai de minha garganta e quando o ataque cessa, despenco para a rua.
Quando bato na calçada, segundos antes de que tudo escurecer, ouço uma confusão de gritos e exclamações a minha volta.
***A dor chega antes da consciência. Abro os olhos e solto um gemido baixo. Tudo dói. Sinto como se meu peito pegasse fogo, minha garganta ainda arde e minhas costelas doem.
Por um momento não me lembro de nada, mas logo as lembranças me invadem. Eu deveria estar morta, aquele raio era para ter me matado.
Pela visão periférica consigo dar um giro pela sala, reconheço quase imediatamente o lugar onde estou. É um quarto na enfermaria da Torre Stark. Fui capturada.
Mas não tem nenhuma algema presa em meus pulsos e até onde percebo estou completamente livre. Se bem que no estado em que me encontro, não conseguiria fugir nem se quisesse.
Fico deitada, encarando o teto e ouvindo o bip do aparelho cardíaco. Ouço passos se aproximando pelo corredor e a porta se abre.
Não faço questão de saber quem é meu visitante, por isso não me mexo. Mesmo assim é impossível não o reconhecer quando ele se aproxima da cama.
- Como se sente?- Tony pergunta, seu tom não revelava nada.
- Sinto como se tivesse sido esfolada e queimada viva. Depois de tomar uma surra - Respondo, ainda sem encara-lo.- Por que estou aqui?
- Estava ferida, para onde acha que deveríamos te-la levado?
- Sou uma traidora lembra?- Solto em tom acusatório.- Eu deveria estar um uma das celas da sua super prisão estúpida.
Tony suspira.
- Eu... eu nunca a levaria para lá - Ele fala.- Eu quase a matei, S/n. Quando vi você caída, inconsciente. Achei que estava morta.
- Não queria outra morte na sua consciência, não é?- Pergunto. - Bill Foster já foi o suficiente. Bem, já estou viva como pode ver, não precisa mais se sentir culpado.
Tony fez uma careta diante de minhas palavras.
- Você ficou duas semanas em coma - Falou. Arregalei os olhos, tomada pelo pânico. E a luta? O que aconteceu com os outros?
- O que aconteceu?
- Depois que todos viram você inconsciente, acreditaram que estava morta. Ninguém queria mais mortes. Capitão se rendeu e eu vi o quanto aquilo não valia a pena.
Meu Deus. Tudo havia desmoronado. Uma sensação ruim invadiu meu peito, eu sentia que algo de muito ruim aconteceu.
- O que aconteceu com Steve?
Tony engole em seco, repentinamente mais nervoso do que já estava, como se temesse minha reação.
- S/n...
- O que aconteceu, Tony?- Eu o pressiono.
- Ele está morto - Ele responde.
Todo o sangue foge de meu rosto, sinto-me entorpecida. Steve... morto?
- Como...?
- Ele se rendeu, estavam escoltando-o até o Capitólio para um julgamento. Ele sofreu um atentado, foi baleado.
Meu amigo... meu melhor amigo, morto. As lagrimas começaram a escorrer antes que eu percebesse.
Tony sentou-se na poltrona ao lado da cama e segurou minha mão.
- Eu sinto muito - Falou. - Ele também era... ou foi, meu amigo. Não queria isso para ele tanto quanto você.
Aperto sua mão de volta, segurando-a com força. Deveria ter passado uns cinco minutos.
- Você não imagina o quanto eu lamento por ter acabado assim, S/n - Tony murmura, vendo meu estado após tantas noticias horriveis.
- Eu preciso pensar, Tony - Digo, soltando sua mão.- Pode me deixar sozinha um pouco?
Ele se levanta, mesmo sua expressão deixando clara que ele não quer sair. Assim que a porta se fecha, levo as mãos ao rosto, tentando em vão me controlar.
Eu sabia. Sabia que isso não acabaria bem, sabia que algo terrível aconteceria.
Primeiro Thor, agora Steve... estou perdendo todos os meus amigos, todos os que amo, estou vendo minha familia sumir.
Eu simplesmente não estou mais conseguindo me conter e estou chorando compulsivamente agora. E estou supresa com isso, nunca fui fraca assim, não costumo chorar. Mas todos esses acontecimentos vem deixando meu emocional terrivelmente abalado.
Meia hora mais tarde, quando estou um pouco mais controlada, consigo respirar fundo e por meus pensamentos em ordem. Teria de ficar algum tempo aqui, não tenho condições de sair agora, meus ferimentos precisam ser tratados. Assim que estiver recuperada irei pessoalmente verificar como as coisas andam, a sociedade super-humana deve estar passando por um colapso.
A porta se abre lentamente, não contenho a exclamação de supresa ao ver quem entra, Clint Barton, o Gavião Arqueiro, vestindo seu traje detalhado em roxo. Ele fecha a porta e se aproxima da cama.
— Você esta horrível – Comenta.
Sorrio minimamente com aquilo. Sempre fomos grandes amigo, sinto falta de quando conversavamos.
— Obrigada, canario – Brinco.
— Você nos deu um susto e tanto – Ele suspira. – Quando caiu daquela altura e não levantou mais. Achamos...
— Sou mais forte do que pareço.
— Sei disso, nunca duvidei da sua força – Clint segura minha mão e sorri para mim novamente.
— Como estão as coisas? Sem ele?
— Complicadas. O vovô faz falta para muita gente – Ele suspira.– Ainda não consigo entender.
— Imagina como está sendo para mim. Não faz nem duas horas que sai do coma e me sinto em outra vida.
— Vamos superar – Ele sorri.– Somos os Vingadores, não somos? Os heróis mais poderosos da Terra.
— Sera que somos? – Questiono.– perdemos muitas pessoas, Clint. Não somos como imaginavamos. Acreditávamos que eramos os mais poderosos e invencíveis, mas... depois disso tudo...
— Eu sei – Concorda. – Vamos nos recuperar de mais essa.
Assinto e lhe puxo para um abraço, me sentindo um pouco melhor por ainda ter meu amigo.
— Preciso ir – Diz, afastando-se e depositando um beijo em minha testa. – Não sabe o inferno que esta lá fora essas semanas.
— Gostaria de nunca saber.
— Logo você vai estar lá no meio – Ele diz, em tom de humor, mas logo esta sério outra vez. – Precisamos de você.
Ergo uma mão, para me despedir e ele faz um sinal de cabeça antes de sair.
***Os remédios para dor devem ter feito efeito, pois só acordei horas após a saída do Gavião de meu quarto. A dor estava razoavelmente melhor e eu estava pronta para encarar Tony. Como se lesse minha mente, a porta se abre e ele entra. A expressão retraída, mas assim que me vê ela se suaviza.
— Achei que estaria dormindo.
— Eu estava – Digo com voz rouca.
— Quer que volte mais tarde?
— Não – Digo, pedindo que se aproxime.– Preciso falar com você.
Ele para diante minha cama e eu faço uma inspeção total em Tony. Ele estava tão diferente. Olheiras, o cabelo uma bagunça, até sua postura estava mais caída. Era como uma sombra do que um dia ele foi. Aquilo doeu em mim, porque nunca o quis assim, eu o amava e não podia ver ele sofrendo daquela maneira.
— Perdi muitos amigos nesses ultimos meses – Começo, segurando em sua mão e o puxando para mais perto.– Não aguentaria perder mais alguem que amo.
Refleti muito sobre isso. Eu estava arrependida por ter escolhido um lado nessa luta ou invés de tentar evitar que um destruísse o outro. E agora que acabou e sobrou apenas as ruínas, sinto a necessidade de reconstruir tudo novamente.
— S/n... – Tony me envolve em um abraço apertado e afunda sua cabeça em meu pescoço. Passo meus braços a sua volta.
— Vamos nos recuperar disso – Falo, lembrando-me das palavas de Clint.
Sinto os lábios de Tony se prenderem nos meus, ele me beija com cautela, acredito que seja medo de me machucar. Ele se afasta e eu afago seu rosto, sentindo sua barba em meus dedos.
— Eu amo você, idiota Stark, mesmo com tudo o que aconteceu e o que vai acontecer. Somos fortes o suficiente para nos reerguer outra vez e passar por cima de qualquer coisa.
Ele sorri para mim e me beija outra vez, ao se afastar de meu rosto ele passa seu polegar em minha bochecha.
— Vou me redimir, com você, com nossos amigos e... não vou deixar a memoria de Steve ser manchada pela S.H.I.E.L.D, acredite em mim – Fala, seu tom levemente solene quando volta a me encarar nos olhos.– Eu amo você.
Desço minha mão de seu rosto para a nuca de Tony, beijando-o.Eu sei que as coisas não estão completamente em seus lugares, muito pelo contrário, estão uma bagunça só. Mas não vamos resolver nada brigando, guardando ressentimentos um do outro.
Tony tem seus defeitos, eu tenho os meus, Steve tinha os dele e todos os outros heróis e humanos tem também seus próprios defeitos. Essa guerra foi uma consequência de vários desses defeitos mesclados com nossas escolhas erradas e precipitadas.
Não acabou como nenhum dos dois grupos esperava, muito menos como eu esperava, mas sera que algum de nós tinha realmente alguma idea sobre como seria o fim?
Bem, eu definitivamente não imaginava um desfecho, não conseguia escrever um final para tudo, entretanto posso muito bem acreditar que é possível e de fato fazer um novo recomeço.
Afinal, sou uma vingadora!Fim.
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Pronto, pronto. A parte final.
E o fim da pausa também por enquanto.
Espero que gostem gente.Bjks da tia Meg ❤
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Imagines MARVEL/DC COMICS || PEDIDOS FECHADOS
DiversosEsse livro tem imagines envolvendo os universos Marvel e DC Comics. Podendo ter fics com qualquer personagem de ambos os mundos.