O amor cura

2- Que delicia de homem lindo!

-Olá, bom dia! Meu nome é Lara Boldrini e tenho uma entrevista de emprego para assistente executiva. -falo nervosa com a atendente de batom vermelho.

-Bom dia! As entrevistas serão no andar da presidência, mas irá ser feito pela assistente do presidente, a senhorita Jennifer. Andar vigésimo primeiro, a secretaria de lá irá te orientar melhor. Boa sorte! -responde sorrindo, como se em seu sorriso me desejasse toda sorte do mundo.

-Obrigada! - respondo com sorrindo em agradecimento e saio.

      Ai minha nossa senhora das desempregadas, se todas as pessoas daqui forem amáveis como a moça da recepção, eu vou amar. Já no elevador me sinto mais nervosa ainda, quando saí da grande caixa de metal, vejo mais três pessoas no sofá. Todas mulheres, com suas poses de "eu sei bem o que eu quero e essa vaga já é minha". Vou até a secretária, com nome de Alice no crachá e me identifico. Gentilmente ela me manda esperar com as outras mulheres e ainda diz que eu serei a última.

      Faço como ela falou e espero. Minhas mãos suam, como quando passamos hidratantes e saímos de baixo do sol. Meu nervosismo está nas alturas!

      Preciso desse emprego e espero que eu responda as tão difíceis questões que sempre fazem nessas entrevistas. Ouço meu nome na boca da tal Alice, dizendo que chegou a minha vez e me levanto. 

       Papai do céu! Fiquei tão perdida, ensaiando perguntas e respostas mentalmente, que não reparei que as moças já fizeram a entrevista delas. Para ajudar, Alice me informa que quem fará a entrevista será o próprio presidente, pois a assistente executiva Jennifer está se sentido mal.

       Pronto! Minhas pernas bambeiam e imagino que meu nervosismo irá me matar antes da entrevista acabar.

       Bato na porta e após ouvir um "entre", decido entrar cautelosamente empurrando a porta de madeira, como se pesasse uma tonelada. Só me resta vestir um personagem de mulher segura, daquelas que nunca se intimidam e entro mostrando toda a "experiência" que uma mulher de 24 anos tem que ter.

      Entro e fecho a porta com cuidado, evitando barulhos, respirando fundo ainda de costas para o meu entrevistador, mas quando me viro para cumprimenta-lo tenho uma grata surpresa. Estou paralisada!

       Meu Deeeusss! Que delicia de homem lindo!!!! Moreno claro, olhos azuis, forte e de ombros largos, aparentando ter 30 anos . Definitivamente, do jeito que eu gosto!

Estou vendo que vai ser difícil me concentrar nessa entrevista.

-Bom dia! Meu nome é Lara Boldrini, prazer!

        Falo assim que saio do transe, caminhando em sua direção, estendendo a mão e pra minha total surpresa, ele não retribui a gentileza.

Hummm! Não gostei disso, não!

-Bom, senhorita Boldrini, como quem vai fazer a entrevista com você sou eu, vou direto ao ponto. -Ele fala seriamente, sentado em sua poderosa cadeira de presidente e... minha nossa senhora das calcinhas molhadas, que voz!

-Gosto de pessoas ágeis, inteligente, disciplinada e acima de tudo discreta, acha que você consegue ser uma pessoa dessas? -  indaga olhando em meus olhos e preciso de forças para me concentrar na entrevista.

-Olha, senhor, tudo o que a empresa pediu eu tenho em meu currículo para preencher essa vag.... - começo a falar e ele me interrompe.

-No seu currículo só tem notas e desempenho na faculdade, mas nem tudo se resume a isso. Como você não tem experiência, quero saber se tem o que eu preciso. E aí você tem? - ele fala de uma forma extremamente intimidante, com seu frio olhar sobre mim.

Ahh, mas eu não vou deixar ele me intimidar, não!

-Entendo perfeitamente, mas se eu tenho o que o SENHOR  precisa eu não sei e não quero saber. Porém o que a EMPRESA precisa, isso muito me interessa e sim, eu sou essa pessoa.

      Está achando o quê? Não sou uma dessas que se oferecem em troca de emprego não. É obvio que isso fica só em meus pensamentos. Claro! Pois se eu falar, minha entrevista vai pro saco.

      Ele me olha surpreso com a resposta e vejo um sutil sorrisinho de canto de boca, mas foi só por segundos, pois ele rapidamente fala:

-Senhorita Lara, acho que no mínimo tem o pensamento rápido e é assim que eu gosto, porém me expressei errado. Não quero que você ou qualquer outra pessoa pensem em mim alem de profissional. - esclarece de uma forma tão taxativo e dominante que faz meus cabelos se arrepiarem.

-Obrigada pelo esclarecimento e fico feliz em nos tratarmos apenas no profissional, estou focada na minha carreira e não tem espaços para outros tipos de pensamentos. - respondo.

      Eu falei isso mesmo? Aahh quer saber? Isso é bom pra ele não se achar a ultima bolacha no pacote, ele está pensando o que? Homens lindos, charmosos, dominante e... já falei lindo? Então, lindo igual ele tem aos montes.

Quem eu estou querendo enganar, Lara?

      Ele arregala os olhos e percebo que impactei, só não sei ainda se foi bom ou ruim. Mas acho que vou saber agora. Ai Jesus!

-Bom, acho que está hábil trabalhar e a somar nessa empresa. Seu currículo é ótimo e você de fato tem tudo o que a empresa precisa. Está contratada e segunda você começa. Se ainda quiser, claro. - ele fala com aquele sorrisinho de canto de boca e é oficial: Já amo esse sorrisinho!!

-Obrigada, senhor! Vou fazer de tudo para ter o máximo de eficiência que a empresa precisa. - me levanto e estendo a mão a ele, como fiz assim que entrei e desta vez ele se levanta, aceitando o cumprimento. 

     Olho para nossas mãos unidas e sinto algo, não sei o que é, mas a retiro com urgência. Ele me olha meio espantado e acho que também sentiu a mesma coisa. Agradeço mais uma vez me levantando para sair e quando me viro rumo a porta, sinto uma tontura, mas antes de cair, sinto mãos ao redor da minha cintura me segurando forte. Fico presa em seus olhos por segundos, com nossas bocas próximas, sentindo seu delicioso halito. Ele não desvia e me olha também por bons segundos, mas saindo do transe, tento me afastar dos seus braços.

-O que aconteceu? Quer ir pro hospital? - pergunta todo preocupado, me colocando de volta a cadeira.

-Não precisa, estou bem, saí de casa sem tomar café. Me senti fraca, só isso. - explico após respirar fundo e ele fica passando a mão nos cabelos para aliviar o nervosismo.

Ele caminha até a sua mesa, pegando o telefone e logo disca alguns números.

-Alice, traz uma bandeja com tudo de café da manha e pede paro o doutor Marcos vir a minha sala o mais rápido possível. - pede olhando em meus olhos.

     Ouvindo isso, me levanto rápido para falar que não precisa e mais uma vez à tontura me pega, me fazendo sentar de novo. Droga! Por que eu não tomei um café reforçado antes de sair de casa? Na verdade, só agora lembrei que por causa da minha ansiedade para a entrevista, tenho me alimentado muito mau nos últimos dias.

      Caminhando até mim, ele se abaixa e passa sua mão direita por debaixo das minhas pernas, com a mão direita por debaixo das minhas costas. Me pegando no colo, eu o olho ainda fraca, mas assustada com tamanha proximidade com meu futuro chefe.

      Ele me leva pro sofá, que fica num cantinho da sala e me deposita cautelosamente no couro marrom.

-Você devia se alimentar melhor, não pode negligenciar o café da manhã. -  fala friamente e eu apenas concordo com a cabeça, ainda meia zonza. Que vergonha!

O doutor, um homem alto e bem magrinho chega para aferir minha pressão, vendo que está um pouco baixa.

-Há alguma possibilidade da senhora está grávida? - o doutor pergunta e eu fico chocada com o atrevimento exposto em frente ao presidente da empresa. E, logicamente, o chefão percebe.

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Ei meninas, o que estão achando? espero que gostem do fundo do meu coração.

Se gostarem peço que votem pois a votação é o termômetro... bjim!