-Como é que é? - meu chefe se levanta caminhando pela sala, passando as mãos nos cabelos varias vezes, tentando respirar fundo e depois olha pra mim.-Julguei você errado! Achei que fosse diferente de todas as pessoas interesseiras. – fala manso, com o olhar fixo nos meu e isso é como um tapa em meu rosto.
-Você está me chamando de interesseira? Você é louco? – Pergunto me levantando, completamente ofendida e ele ainda me olha intensamente.
Dentro dos olhos dele vejo frustração, entendendo o porquê dele pensar assim, mas minha dor grita no meu peito. Dor por ser julgada como interesseira, sendo que por toda minha vida quis ser digna e merecedora do meu sucesso.
-Saia da minha sala e passe o RH. Você está demitida! -Fala e meu coração quase pula pela boca, tamanho desespero.
-Me deixa explicar?- Pergunto e ele olha no fundo da minha alma.
-Você tem cinco minutos.
MEU DEEUS! Preciso desse emprego. Sinto que começo a descontrolar com a possibilidade de perder o emprego que mal conquistei e puxo o ar varias vezes pra me acalmar. Sento na cadeira de novo e ele faz o mesmo, aguardando minha explicação.
-Senhor cinco minutos é pouco pra eu lhe explicar. – digo e ele olha no relógio, mostrando que o tempo está correndo. Eu acho melhor resumir rapidamente, para depois explicar com detalhes.
-O câncer da minha mãe voltou pior que antes e não sei mais o que fazer. Tenho medo que ela... O senhor pode me ajudar com empréstimos ou qualquer trabalho extra? Que seja honesto, claro! – falo tudo muito rápido, com medo do tempo acabar e mal escuto o que estou dizendo.
Quando acabo de falar, percebo que estou de cabeça baixa e chorando. O choro toma conta do meu corpo, em busca de alivio para tanta dor e sinto mãos em cima de mim. Ele me levanta, abraçando-me forte em seu peito e eu apenas choro, não consigo parar, ainda mais com esse doce carinho. Calado, ele me guia até o sofá, onde sento me sentindo numa luta constante contra a vida e ele caminha até a sua mesa de bebidas, logo vindo com um copo de wisque.
- Obrigada, senhor, mas eu não bebo. – falo assim que me oferece a bebida.
-Mas está precisando de uma. Deve está carregando esse peso faz tempo. – fala e eu concordo aceitando o wisque, que desce rasgando minha garganta, anestesiando tudo .
-Preciso que me conte tudo, para eu poder entender aonde quer chegar. Consegue? – ele fala e concordo com a cabeça, ainda fazendo careta pelo wisque.
- Ha alguns anos minha mãe foi diagnosticada com câncer no pulmão. Vim para Nova Iorque para fazer faculdade, na expectativa de poder melhorar o tratamento dela com um bom salario e acabei conseguindo aqui. O que me deixa muito feliz, pois assim posso traze-la para ficar comigo assim que o dinheiro for entrando e mudar o plano de saúde dela para um que possa cobrir tudo. Mas sexta feira fiquei sabendo que o câncer voltou com tudo. Preciso de um trabalho extra ou empréstimo que me ajude a traze-la o mais rápido possível. Preciso dela comigo, não aguento mais ficar longe. -falo não conseguindo evitar que o choro se faça presente entre nós.
Ele me abraça apertado e isso me faz sentir protegida, não querendo sair daqui nunca mais. Retribuo o abraço para tentar expulsar a dor que me sufoca, sentindo seu cheio inebriante.
-Eu entendo tudo o que você está falando. Eu te entendo! – ele diz e a sua voz mostra dor e não pena de mim.
Percebo que ele também sofre por alguém e realmente deve entender o que estou passando. Lembro do que minha mãe disse no telefone e mais lagrimas passeiam pelo meu rosto e me afasto dele, ainda sentada no sofá.
-Ela disse que como eu nunca namorei, eu deveria começar agora e focar em mim, me divertir. Que eu sempre cuido dela, mas esqueço de mim. É como se ela estivesse se despedindo de mim. Como ela pode falar isso? Como ela pode querer que eu namore agora, que eu me envolva estando com o coração doendo? – pergunto chorando.
-Lara, olha pra mim. – pede limpando minha lagrimas. —Sua mãe te ama muito e está sofrendo. Ela tem medo de "ir embora" e vê que você não está feliz com o amor de um homem. Só dela saber que você abdicou a sua vida para poder fazer algo por ela, isso a faz se sentir mal. O corpo sofre com essa doença, mas o coração dela sangra em não te ver feliz. – fala calmamente e penso sobre isso.
-Você é uma lutadora e sua mãe deve ter orgulho disso, mas quer te ver bem. Sei que quando amamos não queremos pensar na perda dessa pessoa, mas sempre tem possibilidade, ainda mais com uma doença que pode ser devastadora. – ele fala e choro ouvindo.
-Eu não queria que ela fosse embora. a amo demais – eu falo chorando.
-Eu sei que não quer princesa, mas a vezes a vida é assim. Se alguém tivesse tido essa conversa comigo eu teria aguentado melhor a perda da minha esposa. – diz e agora entendo sua voz e olhar de dor.
-Dói muito? - pergunto com lagrimas escorrendo, só por pensar em perder minha mãe.
-Dói mais do que pode imaginar. É cruel e Por isso estou tendo essa conversa com você. Talvez seja preciso se preparar. – ele fala me abraçando e beija nos cabelos, assim que percebe o quanto essa conversa me atingiu.
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Estou com um nó na garganta e vocês,meninas?
votem se gostarem. bjim!
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O amor cura
Romance*Atenção! Contém palavras de baixo calão, alem de sexo explícito! Focada em salvar sua mãe de um câncer, Lara Boldrini de 24 anos se vê sem tempo para aproveitar sua idade, assim com para o amor. Ela decide ir para Nova Iorque tentar a sorte e a...