O amor cura

7- Faço qualquer coisa!

     Acabo de chegar da minha corrida matinal e sigo direto para o banheiro, que o suor está tomando conta de mim. Saio do banho de lingerie e visto vestido branco justo ao corpo, porem nada apertado ou vulgar. Com decote nas costas bem ousado, decido por um terninho por cima. Preciso comprar roupas para trabalhar. Depois dos sapatos nude, cabelos soltos ainda molhados e a make um pouquinho mais forte, porém ainda dentro do básico pra trabalho.

-Será que vai dar certo? - Ju pergunta incrédula com a minha decisão.

-Não sei, mas preciso tentar tudo o que estiver ao meu alcance. - Respondo pegando minha bolsa e a posicionando em meu ombro.

     Me despeço da Ju em frente do nosso prédio e dia de semana é assim mesmo, quase não nos falamos. Geralmente chegamos podre de cansaço, só querendo comida e cama. 

Vou pro trabalho pensando em como iria abordar o assunto com meu chefe, sem que ele interpretasse de forma errônea. Ensaiando varias abordagens, chego ao andar da presidência e Jennifer me chama a sua sala.

-Ei Lara, bom dia!  - fala vindo em minha direção para um beijinho e me surpreendo pela intimidade.

-Ei Jennifer, bom dia! – respondo sorrindo completamente grata pela liberdade.

-O Tony me informou que vocês terão uma reunião agora. –  fala sentando em sua cadeira e gelo com receio dela achar que tenho interesse nele. Na internet fala que ele é solteiro, mas acho que ela tem muita intimidade com ele. 

-Não é o que você está pensando, meu assunto com ele é totalmente profissional, não tenho interesse nele, pode ficar sossegada. – Esclareço atropelando as palavras e ela me olha, explodindo na mais alta gargalhada que já ouvi.

-Jennifer? – a chamo, vendo que tenta se controlar, mas não consegue.

-Não estou entendendo, você não é a namorada dele? – ela me olha e gargalha ainda mais.

-Essa foi foda! Eu e o Tony somos amigos há mais de 20 anos. Éramos vizinhos e fizemos faculdade juntos. Quando ele comprou a empresa, me chamou para ajuda-lo. E claro, aceitei feliz em ajudar meu amigo e também trabalhar com o que eu mais gosto. - ela explica ao parar de rir.

-Já vou avisando que ele não se envolve com ninguém. – alerta.

-Não se preocupe, não tenho a intenção, somente assunto profissional mesmo. – falo e ela concorda com a cabeça.

-Pode ir la, que ele está te aguardando. Quer que eu vá junto ou está tudo bem? –  pergunta em sinal de apoio.

-Não precisa, obrigada! Acho que o assunto vai ser rápido. – falo me levantando e indo em direção a sala dele, onde bato na porta, entrando apos a autorização.

Entro sem cerimônia sem cerimonia, fechando a porta atras de mim e o vejo sentado em sua poltrona, atras de sua grande mesa, vestido em seu terno preto.

- Bom dia! – o cumprimento vendo ele apontar para a cadeira a frente dele, indicando pra eu me sentar.

-Bom dia! – ele responde, mas não esboça nenhum tipo de afeição, sempre frio e isso me faz ficar com um pé atrás.

-Então.. err.. –começo gaguejando, visivelmente insegura e ele me interrompe.

-Sei que você é direta e clara quando está numa conversa, então gostaria que continuasse assim para tratar dessa reunião. –  fala e me convence a ser como gosto de ser: transparente.

-Senhor Blake, tenho um problema e acho que o senhor pode me ajudar, mas antes de tudo gostaria de esclarecer uma coisa. -  falo e ele continua olhando pra mim, que  respiro fundo e continuo.

-O que vou te perguntar, nunca perguntei a ninguém, portanto não quero que  pense mal de mim, nunca faria nada que me envergonhasse. – esclareço e ele ainda continua olhando para mim, dando a entender que é pra eu continuar.

-Teria como você falar de uma vez? - ele fala e.. Nossa! 

Vou falar de uma vez e seja o que Deus quiser.

-Estou com problema, preciso de dinheiro e faço qualquer coisa. Pode me ajudar? – Despejo tudo em cima dele  e ele me olha com os olhos arregalados.

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Putz!