Ele passa o nariz no dela de forma carinhosa, como se essa atitude fosse algo rotineiro entre os dois e ela ri. É lindo esse momento.-Papai, hoje o senhor teve impevisto de novo? - pergunta e depois olha para ver a pessoa que está atras do pai dela, me vendo parada, enquanto os olha.
-Quem é ela, papai? – pergunta levantando as sobrancelhas, repetindo o mesmo gesto que o pai, quando está curioso
-É uma amiga que eu trouxe pra brincar com você. Gostaria de conhecê-la? – pergunta a fazendo ficar visivelmente alegre.
-Simmmmmm. – ela grita batendo palminhas e nós rimos da situação.
-Vou te apresentar a ela. – diz a descendo de seu colo, pegando em sua mão e trazendo em minha direção.
-Anne, essa é a Lara e ela será sua nova amiga. - ele faz a apresentação, com sua filha se posicionando a minha frente.
-Ei Anne, tudo bem? – digo estendo a mão para cumprimentá-la, mas pra minha surpresa, ela abraça minhas pernas.
-Ei Lara pode me chamar de aninha, é verdade que você vai ser minha amiga? – ela pergunta e eu a pego em meu colo para um carinho.
-Só se você quiser. – respondo a vendo abrir um lindo sorriso.
-E do papai também? Ele não tem amigos na rua, só em casa, tia Lara. – ela fala e agora é a vez dele ficar vermelho.
-Nós já somos amigos, aninha. – falo a colocando no chão e ela olha espantada.
- Namorados também? – pergunta agora, me deixando espantada.
-Aninha! – Antony a repreendi, que ela vê onde errou
-Que foi papai? O papai da Jade ta namorando a amiga dele. – fala sem malicia alguma e ele me olha surpreso, tentando disfarçar a vergonha estampada em sua cara.
-Não filha, a Lara não é minha namorada, ela é nossa amiga. – esclarece.
-O papai da jade disse que a namorada dele, agora é a segunda mamãe da Jade. – fala parecendo esperançosa ou confusa. Não sei!
E agora Antony, quero ver você sair dessa.
-Filha, a Lara é nossa amiga. Minha e sua. – ele fala colocando um ponto final na conversa totalmente estranha.
-Então posso brincar com a tia Lara? – pergunta sorrindo.
-O que você acha de eu te ajudar no banho e depois ler uma historia de princesa pra você? – pergunto a ela antes do Antony responder.
Ela ouve minha sugestão, depois olha pro pai como se pedisse autorização, que assenti com a cabeça.
-Eu ia gostar muito, tia Lara. – fala e demonstra uma felicidade contagiante.
A levo para seu quarto de mãos dadas, enquanto ela dá pulinhos e canta a musica do filme Frozem. Seu quarto lilas, cheio de brinquedos e moveis modulados fica ao lado do quarto onde vejo o Antony entrar.
-Não vai entrar comigo na banheira, tia?- pergunta brincando com a espuma da água.
-Se eu entrar aí, vou derrubar a água toda e afogar as formiguinhas. - respondo brincalhona e a vejo achar graça.
Fico com ela durante o banho, enquanto falamos algumas bobeira do dia a dia, onde por diversas veze deixo escapulir uma alta risada. Como é bom trabalhar com essa idade. As crianças que eu era babá, que comecei quando a mais nova estava com 2 anos, cresceram e essas conversas engraçadas se acabaram.
Descemos após vesti-la e ajudar com seu pijama, jantamos juntas na mesa de jantar e o Antony nos deu a privacidade que pedi. Achei que seria melhor, já que ela não tava acostumada a mim, assim seria bom para ganhar a confiança dela.
Já no quarto, enquanto eu conto a historia da Cinderela ela me olha atenta.
-"Cinderela e o príncipe dançaram a noite inteira até que o relógio do castelo começou a tocar as doze badaladas. Cinderela ao ouvir o relógio, fugiu correndo pela escadaria que levava até aos jardins, mas no caminho, deixou ficar um dos seus sapatos de cristal. - leio a historia fazendo as vozes que todas as crianças gostam de ouvir.
-Tia, eu ia gostar muito se você fosse minha mamãe. – paro de ler assim que ouço a frase vindo da boca da Aninha e travo na hora de responder. Respiro fundo, vendo que aguarda ainda me aguarda falar.
-Meu amor, a tia pode ser a amiga que você mais ama? Por que a partir de hoje você vai ser a amiga que eu mais vou amar. Pode ser? – ela levanta de sua cama e me dá um "forte" abraço.
Com os sentimentos aflorados dentro desse quarto, lembro da minha mãe e de como ela cuidava de mim, de estar nos braços dela. Sinto o amor latente por minha mãe, que é incondicional e a tristeza de saber que essa criança não teve a mesma oportunidade. Não consigo impedir algumas lagrimas de fazerem seus percursos até minha boca.
-Não chora tia Lara, eu vou ser sua amiga, não precisa chorar. – ainda com lagrima nos olhos eu rio.
-Gatinha, eu não sei como vai ser, mas se depender de mim, eu não saio nunca mais da sua vida. Vou ser a sua melhor amiga, quero estar junto em muitos momentos seu. O que acha? - pergunto com ela em meus braços.
Acho que vou gostar muito, tia. - responde e sinto que está feliz, mesmo ela não sabendo o certo o significado das minhas palavras.
Sentada na lateral de sua cama, a arrumo debaixo das cobertas decidindo cantar uma musica. A mesma que cresci ouvindo por minha mãe. Canto baixinho, somente para nós duas ouvir e aos poucos seus olhos vão se fechando e o sono a tomando posse. Sinto o mesmo perfume que senti na empresas invadir o quarto e entrar em minhas narinas, me fazendo olhar rapidamente para trás.
Vejo o Antony escorado na porta, observando tudo. Dou um beijo de boa noite na Aninha e saio passando ao lado dele, que entra no quarto para o que imagino que seja para beijar a filha. Dou boa noite a Carla e vou embora. Não quero olhar para ele depois do que pode ter ouvido. Ficaria morta de vergonha.
Pego um táxi na esquina da casa dele e sigo rumo a "minha casa", que na verdade é um kitinete. Conto tudo para Juliana após o banho, deitada em nossa cama, numa de nossas diversas conversas. Fico pensando em tudo o que aconteceu, com o cansaço me pegando
********************************************
Ei meninas ... o que estão achando?
VOCÊ ESTÁ LENDO
O amor cura
Romance*Atenção! Contém palavras de baixo calão, alem de sexo explícito! Focada em salvar sua mãe de um câncer, Lara Boldrini de 24 anos se vê sem tempo para aproveitar sua idade, assim com para o amor. Ela decide ir para Nova Iorque tentar a sorte e a...