12- Uma sensação ruim

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        Três semanas se passaram desde o meu primeiro dia em meus 2 empregos. A Jenni está cada dia mais empenhada em me ensinar tudo, não que eu não saiba, não foi atoa que me formei com louvor na faculdade, mas na pratica as coisas são diferentes. Tem mais pressão e adrenalina. A Ju e o Felipe tem saído algumas vezes por semana, acho que esse rolo está ficando mais serio.

    E no meu segundo "trabalho", tem sido muito prazeroso, eu definitivamente amo a Aninha. Ela me faz esquecer por duas horas quase toda a minha dor, meu sofrimento. Sinto calma quando estou com ela. As vezes ela fala comigo com certo sentimento na voz, no qual me identifico com minha mãe. Tudo isso seria extremamente maravilhoso se a saúde da minha mãe não tivesse cada dia pior.

    Sobre o Antony, temos conversado sobre minha mãe e também sobre coisas da empresa. Sinto que a cada dia estamos nos virando amigos, mas nada com muita liberdade, apenas conversas. Essas conversas tem me ajudado, pois a cada dia que passa percebo minha mãe mais fraca e isso faz meu coração sangrar.

     Ela precisou ficar internada após a quimio da semana passada. Acharam melhor interná-la e eu concordei. Ligo para ela duas vezes ao dia, mas conversamos pouco devido ao cansaço dela. Semana que vem vou receber meus dois salários e vou busca-la.  A Ju se ofereceu para bancar nossos gastos de casa no mês que vem, para eu conseguir pagar o hospital, que fará a transferência com os profissionais adequados e estão cobrando um absurdo. Vou aproveitar que estou no metrô a caminho da empresa e vou ligar pra ela rapidinho, que no terceiro toque atende.

-Oi filha. - ela fala e está bem fraquinha.

-Oi mãe, dormiu bem? Como estão te tratando? Está comendo direito? – pergunto preocupada e ela solta uma risadinha bem baixinha, logo tossindo.

-Mãe, não ri poxa. – falo rindo.

-Você me atropela com perguntas... – fala e tosse de novo.

-Ok mãe! Fica quietinha e só me ouve, então? – ela responde com um "uhum" e continuo.

-Estou tão bem no emprego. A Jenni tem me ensinado tudo com muita paciência. Nos tornamos amigas e ela tem ido la em casa nas sextas a noite só pra comermos pizza. – falo transbordando alegria.

-Me faz bem saber que está fazendo amizade. Também pela oportunidade que seu chefe te deu. – fala com otimismo na voz.

-É verdade mãe. Ele me apresentou a filha dele e ela entrou em meu coração com uma rapidez que não sei explicar. – falo e escondo meu segundo trabalho. Ela iria se sentir culpada por eu trabalhar tanto.

-Filha, a felicidade que estou sentindo é imensa em ver você feliz, mas estaria mais ainda se você tivesse encontrado alguem pra amar. – ela fala.

-Eu sou feliz! E vou estar mais ainda quando a senhora se recuperar. – falo e ela fica muda.

-Se cuida, meu amor. Não esquece que eu te amo e sempre vou está em seu coração, onde você for eu vou estar. –ela se despede pra descansar, mas fico com uma sensação ruim.

-Descansa um pouco e mais tarde no falamos na hora do meu café da tarde. – falo com aperto no coração, pois me dói muito vê-la assim.

-Eu amo você, fica com Deus! – ela fala e desliga.

    Chego na empresa rentando desfaçar minha tristeza, cumprimentando a todos por onde passo. Caminho direto para a minha sala e já começo todo meu cronograma, que a Jenni sempre  deixa pronto. 

  Assim começo a trabalhar, com as horas passando, mas minha mãe não sai da minha cabeça. Hoje está sendo difícil me concentrar.

Amiga vamos almoçar. – isso mesmo, foi amiga que ela me chamou e eu adoro. Quanto mais amigas melhor é, mas tem que ser de qualidade. Olho no relógio e vejo que passou dez minutos do horário de almoço.

-Claro amiga, nem tinha percebido a hora. – falo pegando minha bolsa e saindo.

Descemos o elevador, logo seguindo em direção ao refeitório, mas ela me puxa pelo braço e me assusto.

-Hoje nós vamos num restaurante que eu conheço a anos e é uma delicia. Você vai amar. – e a primeira coisa que eu penso é: não posso pagar! Claro que eu tenho dinheiro pra pagar um almoço, mas to juntando todo dinheiro possível pra trazer minha mãe pra cá. Já que vai ser bem caro.

- Ai amiga hoje não vai dá, mas obrigada pelo convite. - agradeço e ela sorrir.

-Amiga, já ouviu dizer que quem convida paga? Pois então, estou te convidando e não aceito não como resposta. – fala já me puxando para o carro dela.

-Ok! Mas não costumo comer pouco, hei. Melhor não me levar num restaurante de luxo senão vai sair de la devendo um rim . – falo e gargalhamos, dentro do carro.

Ela para em frente um lugar de fachada bonita, porem simples, amei!

-Nossa amiga, que lugar bonito. – elogio entrando no restaurante ao lado dela.

-Vou te apresentar os donos. – fala animada, me mostrando uma mesa nos fundos e uma senhora vem em nossa direção fazer os pedidos, assim que nos sentamos.

-Eu amo quando você vem aqui. – a senhora fala a beijando nas bochechas.

-Quero te apresentar minha mais nova amiga. Lara. Amiga, essa é minha mãe, Janice. - Jenni fala nos apresentando e sorrio pra ela oferecendo um abraço carinhoso.

Almoçamos as três juntas e estava uma delicia, prometi para Janice voltar outro dia. Voltamos para a empresa e continuei de onde tinha parado. Trabalho focada em cumprir todas as tarefas passada e assim que volto da sala da Jenni, resolvo ligar pra minha mãe quando dá a hora do café. Estou com uma sensação esquisita desde a ultima ligação e não via a hora de ligar.

Ligo para o celular da minha mãe, esperando que ela ou minha tia atenda, mas chama até cair. Ligo de novo e nada. Me desespero e ligo pra Ju, que la atende no segundo toque.

-Ju, ela não me atende, chama até cair. – falo rápido, sem deixar ela falar.

-Liga pro hospital, amiga. Não deve ser nada. – fala mostrando o quanto me conhece e eu concordo dando tchau, já ligando para o hospital.

-No terceiro toque a recepcionista do hospital atende. Digo os dados e ela digita em seu computador, buscando informações.

-Desculpa! Ela não está mais conosco,  senhora. - fala e meu chão se abre.

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xiiiiiii....


O amor curaOnde histórias criam vida. Descubra agora