29- Perdi minha mãe!

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-Mãe? Mãe?- a chamo balançando seu corpo de leve, mas sinto ser puxada pelo Antony num abraço e choro alto, ouvindo o barulho da maquina.

-Sinto muito! – alguém fala desligando a maquina, olho para o lado e vejo o Victor declarar o óbito.

-Vamos cuidar de tudo e depois te aviso. – fala olhando para o Antony, que concorda com a cabeça.

     Saímos do quarto e apesar de não ser nenhuma surpresa para os médicos, eu ainda tinha esperanças.  Caminhamos abraçados pelo corredor para a sala de espera e não quero me entregar ao desespero, preciso ser forte. 

    Olho pra Ju sentada com as mãos no rosto e os cotovelos nos joelhos, vendo a Jenni dando forças a ela com carinhos em suas costas, mas assim que a ju levanta a cabeça, olhando em meus olhos, deduz que minha mãe se foi.

-Amiiga. – ela se levanta me abraçando, chorando em meus braços e apesar de lagrimas se fazerem presente em meu rosto, meu choro está sendo guardado para quando eu estiver sozinha.

-Vou pra casa, amiga, quer vir comigo? – pergunto para a Ju, que chora sem nenhum pudor. 

-Eu liguei pro Felipe, ele está vindo me buscar. – diz chorando, mas quando acaba de falar o Felipe entra e a abraça. 

-Sinto muito, amiga! – Jenny fala com os olhos vermelhos e me abraça.

    Fomos embora para o apartamento, ficando somente a Jenny pra resolver tudo, ja que se ofereceu para a tarefa. Abro a porta de casa e caminhamos para o quarto, sentando na cama enquanto o Antony vai para o banheiro. 

-Perdi minha mãe! 

Falo baixinho, ainda sem acreditar que a perdi. Me levanto da cama sentindo meu peito queimar, puxo o ar, mas ele não vem, como se algo me prendesse. Tiro minha roupa, ficando só de lingerie, na tentativa de aliviar, mas ainda me sinto mal. Coloco minhas duas mãos na parede, puxando o ar, que insiste em não vir.

Meu Deus, não consigo respirar!

Tiro o sutiã desesperada, deixando meus seios livres de qualquer amarras e nada. Sinto ser virada, ficando de frente para o Antony, que coloca as mãos em meu rosto, percebendo meu desespero.

-Calma! Olha pra mim, olha em meu olho. Você tem que ser forte, mas aqui comigo, eu que vou ser forte pra você. Chora, pode chorar. – ele fala e uma rajada de ar entra em meus pulmões.

 Ele me abraça ao ver que agora consigo respirar e eu caio no chão chorando alto. O choro que estava prendendo é liberado e como uma cachoeira sem fim, meu choro ecoa pelo quarto.

-Por que, baby? Não entendo! – questiono chorando alto e ele apenas escuta. —Ela não é só minha mãe, é também minha amiga. Todos os dias eu ligava para ela e contava as coisas que aconteciam comigo. Rindo ou chorando era com ela que eu desabafava meus medos e alegrias. — digo abraçada a ele como se nada impedisse meu choro.

-Eu tinha um objetivo, baby, mas falhei com ela, falhei como filha. – falo chorando, arrependida de ter ficado tanto tempo longe.

-Não diz isso baby. Você abdicou sua vida pra dar algo bom pra ela. A fez feliz até seu ultimo momento. 

-E agora, baby? Como vou fazer? Estou me sentindo perdida. – pergunto com o peito cansado de tanto chorar e ele levanta meu rosto para ele.

-Eu vou está aqui, lembra? Posso ser mais que um namorado, posso ser o que você quiser que eu seja. – fala me um selinhos, após limpar minhas lagrimas.

-Eu te amo, não sei como ia ser se você não estivesse aqui. – falo dando outro selinho, reconhecendo sua importância em minha vida.

-Como você quer fazer com o velório e enterro? Desculpe perguntar isso agora, mas é preciso, baby. – pergunta receoso.

O amor curaOnde histórias criam vida. Descubra agora