30- Adeus, mãe!

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 Resolvo fazer o almoço, apesar de todos tentarem me convencer a pedir pelo telefone, mas eu preciso de algo pra me distrair.

 Jenny se ofereceu para ajudar, enquanto minha tia e meu primo conversam com o Antony. Eu estou muito triste pra ficar conversando e a Jenny percebeu, me ajudando sem perguntas. Ouço a campainha tocar e pensei que era a Ju, mas lembro que ela teve que ir trabalhar pra poder ficar livre pro enterro a tarde.

-Mamãããe, eu chegueei. –minha bebê fala entrando ao lado do pai, correndo pela cozinha e abraça minhas pernas, me fazendo abaixar para vê-la.

 Sem conseguir me segurar, sento no chão com minhas lagrimas saindo e eu não queria que ela me visse assim. A Jenny saia nos dando privacidade, deixando Aninha, eu e o Antony na cozinha.

-Mamãe você ta chorando?  - olho pro Antony e disse sem som um: desculpe! Com lagrimas rolando por minhas bochechas.

-Aconteceu uma coisa com a mamãe da Lara, princesa. Ela estava doente e foi ficar com papai do céu. – ele fala olhando a ela, que me olha e me abraça, me fazendo chorar no abraço dela.

-O papai disse que você curou ele mamãe, então deixa ele te curar também. – ela pede e eu olho pra ele sorrindo com os olhos cheio de lagrimas.

-Vou deixar, meu amor. – falo pra ela, me levantando e dou um selinho nele com ela ainda em meu colo.

-Ecaaa! – fala cheia de nojo e nós rimos.

    Finalizo o almoço em 10 minutos e almoçamos reunidos, ouvindo a Aninha conversando igual uma tagarela. Depois de almoçar e me despedir da minha gatinha, sigo para o meu quarto na intenção de me preparar pro enterro. Entro no banheiro, me olhando no espelho e vejo tristeza em meus olhos, encosto na parede  ao lado e sento no chão chorando. choro de soluçar e sinto mãos nos meus joelhos, levantando a cabeça e a Ju está na minha frente chorando junto comigo.

-Amiga, está doendo tanto. Não sei como agir, não sei como vai ser daqui pra frente, tudo o que pensei e fiz foi pensando nela. Como vai ser agora? Essa vai ser a ultima vez que vou ver minha mãe. Com quem vou conversar, falar sobre meus medos, pedir conselhos, contar minhas vitorias... está doendo. Até na sua morte ela se preocupou comigo, me dando conselhos, ela sempre pensou em mim. Tenho que ser forte, mas não sei se consigo. – falo tudo chorando e ela chora comigo.

-Eu queria tirar a sua dor, mas não posso, amiga. - ela fala chorando.

-Dói muito, ela foi a pessoa que eu almejei ser um dia, mas Deus a tirou de mim. – falo e choro desesperada, sem conseguir parar e ela levanta saindo.

   Lembranças da minha mãe ronda em meus olhos, seu cheiro está em minhas narinas, seu beijo está impregnado em minhas bochechas, seu toque... ahhh seu toque, que delicia era ter seu toque sobre mim. E nada disso eu vou ter mais.

De repente sinto mãos me levantando e percebo que é o Antony, vendo a Ju atras dele. O abraço forte, fechando os olhos e choro, choro tudo que posso nesse momento.

-Amor está doendo, faz parar. – imploro sentindo a tristeza profunda, como se entrasse em meus osso e fizesse doer.

-Se eu pudesse arrancaria essa dor meu amor, mas não dá. – ele fala me olhando e lagrimas saem dos seus olhos.

    Ele me abraça e depois começa a tirar minhas roupas, enquanto choro, vendo a Ju fechar a porta do banheiro. Decidido, ele me levando pro chuveiro, onde tomamos banho, com ele me ensaboando carinhosamente. Visto calça branca, camiseta branca, terninho branco e um sapato nude. 

   Quero que seja branco e não preto, minha mãe simbolizava paz, amor e amizade pra mim. Vejo o Antony vestindo um terno de três peças cinza, ja que eu pedi que não fosse preto. Ja devidamente prontos para sair do quarto, ele segura em meu queixo, o fazendo olhar nos olhos.

O amor curaOnde histórias criam vida. Descubra agora