23- Quase no estagio 4

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-E chegou a hora de termos essa conversa. – ele diz e faz sinal com a cabeça para o seguimos.

   Fomos para sua sala e Antony segura minha mão, com a Ju nos seguindo.

-Você não pode entrar. – Victor fala pra Ju e sinto vontade de esganar lo.

-Pode entrar sim, ela é da família. – falo com raiva, a fazendo entrar e ela fica em pé atrás de nós, que estamos sentados ainda de mãos dadas.

- Desde quando ela deu entrada nesse hospital, nós entramos com um tratamento temporário, enquanto fazíamos os exames. Hoje de manha esses exames ficaram todos prontos e nos juntamos com toda junta medica de oncologia para discutirmos sobre o caso dela.

-Nós determinamos que o câncer da senhora Elizabeth está no estagio 3B. Para a maioria dos pacientes, o estágio 3B é difícil de remover cirurgicamente, é uma doença perigosa. No caso dela, o câncer se espalhou do peito para outros órgãos do corpo. Sinto informar, mas o estagio 3B está caminhando para o estagio 4 que é o estagio final da doença. – ele fala, eu e a Ju choramos.

-O que podemos fazer nesta etapa? - Antony pergunta.

-Nesta etapa o que podemos fazer é amenizar a dor e dar muito conforto a ela. – responde e eu tento segurar o choro.

-Podemos vê-la? – indago limpando minhas lágrimas.

-Sim, vou leva-los. – respode se levando e levantamos para o acompanhar.

-Podem nos dar licença um minuto? – Antony pede e eles concordam saindo.

-Baby, vem cá. – ele fala e lagrimas caem.

-Se quiser chorar a hora é agora, você precisa ser forte para ela. – ele fala me abraçando e não consigo mais segurar. Choro abraçada ao Antony e ele alisa meus cabelos.

-Vamos. – falo apos me recompor e fomos em direção a UTI.

-Quanto tempo minha mãe tem de vida? – pergunto antes de entrar.

-É difícil dizer. Ela está sedada, não se assuste, mas quando passar o efeito você poderá conversar com ela. – ele avisa.

    Entramos eu e Antony, a vendo sedada. É difícil vê-la nesse estado. Fico alisando seu rosto, lembrando de tudo o que passamos juntos e depois de um tempo o Antony vai à lanchonete me dando privacidade. Aliso os cabelos dela e choro baixinho, mas paro assim que a vejo acordando.

-Oi minha rainha, se sente melhor? – pergunto sorrindo e ela faz que sim com a cabeça

-Você me assustou sabia? – falo e sorrio pra ela e ela sorrir de volta.

-Filha..- ela fala e fecha os olhos

-Não fala mãe. – digo preocupada, vendo seu esforço.

-Filha, quero que seja forte, nós sabíamos dessa possibilidade, não é? Você realizou meu grande sonho, encontrou seu amor, ele vai ajudar nesta etapa. – ela diz e tosse.

-Eu te amo, mãe! A senhora sempre esteve comigo mesmo eu estando longe, é uma guerreira, aguentou tudo sendo forte..- falo segurando o choro.

-Fui forte pra você filha, assim como fou pra mim. Precisava te preparar pro amor, não estava pronta ainda , mas agora acho que minha missão está completa. – ela fala e lagrimas descem por meu rosto.

- Filha, eu acredito muito em Deus e creio que quando eu não estiver mais aqui é por que vou estar com ele. Tem que ter esse pensamento sempre, nunca esqueça de Deus. - ela fala e lagrimas escorrem pelo rosto dela.

-Vende a nossa casinha, doa as minhas coisas, não se prende a pequenas coisas. Guarde nas lembranças só o que te faz feliz, seja forte e não se fecha pro mundo quando eu for embora. – ela fala e a ouço chorando

-Mãe ... – falo e o Victor entra pedindo pra eu ir pra casa, ela está cansada e mesmo relutante, preciso concordar.

Vou ao banheiro e jogo uma água no rosto. Saio e encontro a Ju e Antony conversando. Minha amiga me abraça chorando e eu aliso seus cabelos, coloco meus óculos escuros e saio de mãos dadas com o Antony.

-Amiga? – chama e tirando dos pensamentos e olho para ela assustada

-Oi? Que foi, Ju? – pergunto com o susto que levei

-Estou perguntando se você vem comigo. – ela fala

-Não, ela vem comigo, quero levar ela em um lugar. – ele fala e concordo com ele.

-Estou com você para o que precisar, sabe disso, né? – ela fala me abraçando e mais lagrimas caem.

-Entramos no carro e seu Jonas vai dirigindo, como é domingo, o transito está tranqüilo. Olho pela janela, desatenta ao detalhes e ele alisa minha mão, uns 10 minutos depois o carro para em frente a um prédio. Antony abre a porta do carro e seguimos,  passando pelo porteiro, que o cumprimenta e fomos para o elevador. Ele digita um código no painel do elevador e que logo se movimenta

As portas se abrem no vigesimo terceiro andar, onde saímos e estamos numa sala linda, mas estou triste pra reparar em tudo. Ele caminha até o sofá e bate a mão do lado indicando que é pra eu sentar ali. Sento ao lado dele e coloco meu rosto em seu peito.

-Esse apartamento é seu? – pergunto curiosa

-Sim, vamos ficar um tempo aqui. Já volto. – ele fala se levantando e sumindo pelo extenso corredor.

    Alguns minutos depois ele volta, me estendendo a mão e eu o sigo. Ele entra num quarto e depois no banheiro, ainda me puxando. É tudo muito lindo. Olho e vejo uma banheira cheia e com óleos, cheia de espumas. Ele tira minha roupa devagar e a sua também, entrando na banheira, me estendendo a mão. Eu entro e sento na frente dele,  ficando assim até ele começar a falar.

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estiveram neta situação ou algo parecido? 

O amor curaOnde histórias criam vida. Descubra agora