20- Não vem com idiotice.

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     Hoje é sábado e estou com a ansiedade a mil, pois vou passar o dia todo com minha mãe. Levanto, faço minha rotina matinal e hoje me permitir correr um pouco mais. Chegando em casa, me arrumo do jeito que eu adoro. Blusa de malha soltinha, calça jeans skinning bem colada ao corpo e uma bota de salto com o cano até os joelhos. Pra completar o visual deixo os cabelos soltos bem selvagem, pulseiras, relógio, óculos e boné camuflado. Me olho no espelho e ual, to sexy sem ser vulgar. Não sou santa, gosto de um visual mais ousado.

    Ouço um barulho de mensagem no celular e quando olho e sorrio. Antony pergunta se quero passar o dia com ele em sua casa.

-Bom dia, baby! Desculpa, mas vou passar o dia com minha mãe. – respondo deixando passar um dia gostoso ao lado dele e da Aninha, mas hoje minha mãe vem em primeiro lugar.

-Tudo bem, vou passar o dia com a Aninha. Vamos jantar a noite? –  pergunta.

-Sim, me liga mais tarde, estou saindo agora. Bjos. – falo já fechando a porta.

-Ok. Bjos na boca. – leio e sorrio, seguindo rumo ao hospital.

-Bom dia, mãe! – digo assim que entro.

-Bom dia, minha filha. Tudo bem? – fala tentando passar animação, mas a acho tristinha.

-Tudo bem comigo e a senhora, como está? Estou achando que está tristinha. 

-O medico veio aqui e deu noticias que me deixaram um pouco triste. – fala e eu estranho.

-Que noticia, mãe? 

-Ele disse que está otimista, mas o câncer atingiu uma parte grande do meu pulmão e parte dos órgãos ao lado. –  fala e minha vontade de chorar entala em minha garganta.

- Vai dar tudo certo, mãe. A senhora está recebendo o melhor tratamento que poderia receber. – falo tentando ser otimista.

- Sinto que dessa vez não vou ter cura física. – ela fala tentando me alertar. 

Sem conseguir manter a personagem de  mulher maravilha, choro sentada na cadeira ao lado dela, que me chama para deitar com ela. Quebrando as regras do hospital, deito em seu lado e a abraço. Seu cheiro, seu carinho e seu amor se chocam ao meu corpo e choro em seu "colo".

-Filha, as vezes a vontade de Deus não é a mesma que a nossa. -fala, me fazendo lembrar da conversa que tive com o Antony, sobre ter que me preparar, mesmo contra a minha vontade.

-Verdade mãe. — concordo e ela fica surpresa. —O Antony me disse a mesma. – explico e ela sorrir.

-Ele é um excelente homem, filha. Fez tudo sem pedir nada em troca. – fala feliz.

-Ontem ele disse que me ama e eu também me declarei a ele, mãe. Estamos namorando. – falo e vejo lagrimas em seus olhos.

-Fico tão feliz com isso, filha. Lembre-se do que eu te disse: o amor cura, liberta, mas tem que ser cultivado. Se você deixar de regar ele com carinho, paixão, companheirismo e muito mais coisas, ele morre. Cuida dele filha, cuida do amor entre vocês. – ela fala com tanta delicadeza que me emociona.

-Bom dia, dona Elizabeth. Bom dia senhorita! – o medico entra na sala e me cumprimenta com aperto de mão, olhando minha boca, descendo pro meu corpo. Sério isso produção?

-Bom dia! – eu e minha mãe respondemos.

-E como está se sentindo hoje? – indaga e eu puxo uma cadeira pra perto, sentando ao lado, escutando tudo atenta – sentiu algum desconforto a noite? 

-Eu sinto dores na região do peito, nada forte, mas é incômoda pra puxar o ar. – minha mãe fala e me preocupo.

-Como hoje vamos fazer mais exames, vou deixar anotado essa observação. Ok? –  fala e me olha

O amor curaOnde histórias criam vida. Descubra agora