~ CAPÍTULO 31 ~

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Ariella Young

Não sei por quanto tempo fiquei parada encarando a chave na minha mão. Nem quero imaginar o valor que Oliver gastou para compra-la. Ainda não sei o porquê gastou dinheiro para me ajudar, por mais que tenha me explicado... É que... Uma casa? É muita coisa. Não deveria ter feito isso. Me sinto pior do que antes. Muito mais. Enquanto tento machuca-lo, sou presenteada com uma casa... Não, Oliver. Eu não mereço. Se você soubesse realmente da verdade não iria dizer o que disse. Entro na minha casa vendo os rapazes levarem algumas coisas que pertencem a nós. Minha mãe está em pé assinando um documento. O que me deixa mais feliz é que ele colocou no nome dela... Porque foi algo que comentei de ser um dos meus maiores sonhos. Sorrio.
- Mãe. - a chamo em voz baixa.
- Filha seu chefe me explicou que foi ele.- Ela fala ainda com os olhos arregalados. Concordo.
- Sim. - suspiro.
- Vocês estão...
- Não, não estamos juntos. Não sei o motivo para tanto, então não me pergunte.- aviso soltando a respiração. Me jogo no sofá apreensiva pela situação que me encontro, mas também muito emocionada por estar indo para uma casa que é nossa. Não vamos morar na rua ou no teto de alguém.
Graças a Deus. A felicidade não cabe no meu peito. Estou muito feliz. Tenho vontade de gritar, correr e chorar por ter uma casa só nossa.
- Seu Chefe deve gostar muito de você, filha. - Cris se pronuncia com um sorriso largo.
- Ele é um cara imprevisível, mãe. Temos que adiantar as coisas. Vamos?- pergunto para mudar de assunto assim que me levanto do sofá.
- Senhoritas? - Um dos rapazes se aproxima. Olhamos para ele.
- O que foi? - Pergunto com um sorriso amigável.
- A casa de vocês já se encontra mobiliada. Não precisam levar os móveis. - o rapaz avisa olhando em volta. Faço o mesmo.
- Tudo bem. A maioria das coisas não são nossas. - minha mãe responde.
- Entendo. Então, já terminamos por aqui. Se quiserem levar as coisas que estão no quarto como as roupas o John levará. É um carro preto que está estacionado na frente da casa. Até mais, senhoritas! - o rapaz se despede indo até a porta e eu o acompanho educadamente agradecendo-lhe pela ajuda quando me deparo com quatro rapazes em volta da casa com a roupa toda preta. Tomo um susto.
- Não se preocupe são os seguranças do Oliver. - o rapaz comenta ao perceber o meu espanto. Sorrio sem jeito.
- Okay. - murmuro, surpresa. Não esperava que fosse querer manter minha segurança. Confesso que não esperava isso. Entro na casa de volta só para pegar a chave da casa alugada. Preciso devolver ao Luís já que vamos embora hoje mesmo.
Saio da casa caminhando até a onde ele mora. Bato na porta duas vezes. Sem esperar a porta se abre devagar. O vejo me olhar diferente.
Parece entusiasmado.
- Ariella que bom vê-la aqui.- ele fala, saindo da sua casa. Franzo a testa sem entender sua "bela recepção" com a minha pessoa, já que tivemos uma discussão.
- Sim... - respondo, desconfiada.
- Posso ajuda-la em alguma coisa?- Luís pergunta notando os seguranças perto da casa. Finjo uma tosse.
- Não! Só vim entregar a chave. - aviso ao colocar em suas mãos. Percebo a surpresa em seu olhar.
- Não estou entendendo, Ariella. - Ele diz, confuso.
- Como assim não está entendendo? Estamos indo embora. Você não pediu a casa? - pergunto com um semblante sério. Ele passa a mão no rosto frustado e se aproxima.
- Não, podem ficar. - ele fala gesticulando. O encaro com as sobrancelhas arqueadas.
- Você pediu a casa, está lembrado? Não é possível que esteja com amnésia.- reviro os olhos. Percebo um dos seguranças caminhar em volta da casa do Luís atento. Talvez, Oliver deve ter avisado que quase matei o meu vizinho. Nunca me sentir tão importante na vida.
- Foi de momento. Fiquei chateado com vocês por não entenderem a minha situação. - ele explica me deixando confusa.
- Nenhum momento eu disse que não entendia. Compreendi tudo, apenas fiquei indignada com a sua falta de sensibilidade. Estava colocando a gente para morar na rua. Enfim, não vim relembrar isso. Tchau! - dou-lhe as costas.
- Você e sua mãe sempre foram uma família para mim. Espero que possam me perdoar. - ele fala entristecido. Volto a encara-lo.
- Ah, quase ia esquecendo. Pagarei os meses que faltam, não vou dei...
- Todos os meses já foram pagos, Ariella.- Luís avisa confuso como se não entendesse o que acabei de dizer.
Arregalo os olhos.
- Como assim pagos? Quem pagou? - pergunto, surpresa.
- O rapaz se apresentou como Oliver Walker. Veio aqui pessoalmente e pagou todos os meses a vista, logo o reconheci, é o famoso empresário de vinhos. Não sabia que você o conhecia. - ele fala com um sorriso largo com empolgação. Logo entendo sua imensa vontade da minha permanência na sua casa... Dinheiro. Não entendo o que te faz pensar que terá vantagem nisso. Desvio o olhar ainda perplexa pela revelação. Oliver ainda pagou as minhas dívidas? Até isso... Ele fez. Minha nossa. Deve ter algum motivo para isso.
- É... Só vim entregar a chave e agradecer pelo tempo que ficamos aqui. Obrigada. - Digo demonstrando gratidão. Independente do que aconteceu entre nós, não posso esquecer que se não fosse ele não teríamos uma casa durante todos esses anos. Começo a caminhar até a minha mãe que já está na porta me esperando.
- Ariella? - Luís me chama em voz alta. Olho para trás em silêncio.- Me desculpa pela maneira como desrespeitei você. Eu não queria que...
- Não é a mim que você deve se desculpar, Luís. Adeus! - eu disse voltando a caminhar para a casa.

Ariella - Uma Escolha (1° LIVRO) Onde histórias criam vida. Descubra agora