Oliver Walker
Sei que por muitas vezes fui duro e ignorante com Ariella como sou com todas as pessoas. Só que tinha momentos que não era necessário tamanha arrogância e mesmo assim a tratava de forma errada.
Uma coisa tenho que preciso concordar com ela, é que as vezes, me escondo por trás do meu lado frio para não demostrar minha fragilidade, não gosto que pensem que sou fraco.
A vida me moldou desse jeito, e acho melhor assim. Por um momento tento pensar na empresa, já que meus pensamentos são direcionados sempre a Ariella. Não consigo. É impossível pensar no trabalho agora. Toda vez ela vem na mente. Uma mulher encantadora, corajosa, determinada e gostosa que me faz... No que diabos estou pensando?
Apesar de beija-la duas vezes, pude sentir como meu corpo gritou para senti-la. Ela me deixou louco de prazer. Mas algo ainda dentro me diz quer distância, não quero entrar em um relacionamento. Não estou disposto a ter alguém novamente ao meu lado, e possa ser que eu fique por um bom tempo assim. A minha prioridade neste momento é a empresa e vou me dedicar ao máximo para da o meu melhor.
Entro em casa depois de mais um dia de trabalho, e coloco minha pasta no sofá. Sinto cansaço. Camilla desce a escada com um semblante entristecido. A observo preocupado. Ela senta no sofá e coloca a mão na cabeça. Me aproximo as pressas.- O que esta sentindo? Esta pálida. - Digo a examinando.
- Não estou me sentindo bem, filho.- Ela diz fechando os olhos com uma respiração profunda. Meu coração começa acelerar e fico nervoso a vendo nesse estado, Camilla é muito importante para mim. Em todos os momentos da minha vida ela se manteve presente, e nunca me julgou pelos os meus atos mesmo quando me considerava errado. A considero como uma mãe e é a pessoa que eu posso afirmar sem vergonha que a amo com toda minha força. Ela fraqueja caindo um pouco nos meus braços e a carrego desesperado. Porra! A chamo por diversas vezes sem ouvir uma resposta. Isso é preocupante.
Saio de casa atraindo atenção dos seguranças que se aproximam as pressas ao ver meu estado.
- O que aconteceu, Chefe? - Jeff pergunta, preocupado.
- Não sei... Me levem para o hospital. Rápido. - ordeno assim que a coloco no banco de trás da minha Lamborghini.
~*~Ariella Young
Sabe quando tudo está dando certo, aparentando que nada vai da errado? Pois é, fico bem apreensiva quando tenho essa sensação. Parece que o medo de algo ruim acontecer é tão forte que a cada passo fico retraída a espera de alguma coisa. Estamos morando em uma casa em frente a praia, posso nadar no mar a qualquer momento. Que delícia! Solto um suspiro. O que mais pode da errado? Espero que nada mais. Solto uma risada com esses pensamentos.
Na vida sempre tem um lado bom. Então, vou focar nessas coisas. Se eu não tivesse aceitado esse "trabalho" ruim, jamais teria conhecido o Nicolas, a Lucy e o... Oliver. Tudo acontece por algum motivo. Saio do meu quarto e vou direto pra rua. Preciso caminhar na praia, andar na areia e sentir a brisa. Assim que passo pelo portão, não demora muito para chegar próximo ao mar.
Ando pela praia devagar pensando no arrogante. É incrível como minha cabeça gira em torno dele. Mesmo depois da sua estupidez ou ignorância não consigo guardar rancor. Sorrio.
Olho para o lado direito, e vejo três mulheres correrem para dentro do mar sorridentes. Que coragem. Não sei como conseguem se molhar. Esta fazendo frio em Brooklyn e a água está muito gelada. Mas bem que eu poderia ir também, não é? Olho para o céu, e fecho os olhos. O sol ainda permanece intacto. Penso por um momento o que fazer quando devido tirar apenas a blusa. Não vou nadar no frio. Com apenas um movimento tiro a blusa, e a coloco na areia ao meu lado.
Observo a água.
- Que vontade de entrar nesse mar. - Murmuro com um sorriso frango, quando algo atinge minhas costas com força. Olho para trás de imediato revoltada.
- Ai... - grito.
- Me desculpa, te machuquei? - Um homem de olhos escuros, alto, cabelos negros com um corpo bem malhado me pergunta parando ao meu lado. Ele alcança a bola que me atingiu..
- Claro! Foi um chute forte. - confessei me levantando.
- Estava brincado com meu cachorro Snup. Desculpa. - Ele disse, olhando para o lado. Sigo o seu olhar vendo seu cachorro sentado na areia com a boca aberta. Que fofo.
- Só por causa dele irei te desculpar.- aviso o fazendo rir. Observo seus traços. Ele me parece muito familiar.
- Está vendo, Snup? Só por sua causa essa bela mulher aceitou meu pedido de desculpa. - o rapaz brinca, acariciando a cabeça do cachorro. Dou uma risada.
- Exatamente. - respondo de braços cruzados.
- Está sozinha? - ele pergunta, curioso.
- Sim.
- Mora ali? - Ele pergunta apontando para a minha casa. O encaro perplexa.
- Como sabe? É detetive? - Ergo a sobrancelha, desconfiada.
- Não, apenas a vi saindo de lá.- o rapaz da um sorriso.
- Hum... Então, o chute foi proposital?- Indago, dando risada.
- Não, não... Imagina. Acha que eu faria isso?- ele pergunta no momento que noto um homem parado com os olhos fixos na nossa direção. O observo atenta.
- Eu já vi esse homem em algum lugar.- Resmungo quando Snup o cachorro corre na direção dele parecendo o conhecer. Fico surpresa.
- O que disse? - O rapaz que em atingiu com a bola perguntou sem entender.
- Estou falando daquele homem... Parece que... - não consigo achar palavras corretas para defini-lo.
- Está falando daquele cara? - ele pergunta risonho.
- Sim. - olho em seus olhos.
- É o meu pai. O que tem ele? - O moço responde com um sorriso largo. Fico constrangida e muito envergonhada. Não acredito nisso. Quero me enterrar, voar para Marte, desaparecer para qualquer lugar. Que vergonha, e se eu tivesse falado algo ruim ou o chamasse de perseguidor? Seria o cúmulo.
- Oh... É o seu pai? - Pergunto com um sorriso falso.
- Isso mesmo, você o conhece? - ele franze o cenho, surpreso.
- Não! Quer dizer... Minha mãe o ajudou. Roger, não é? - Pergunto ao lembrar da sua feição. Foi o homem que vi saindo da nossa casa e quando o interroguei disse apenas que ajudou minha mãe.
- Roger? - ele rir arqueando as sobrancelhas.
- Sim, seu pai não se chama Roger?- Pergunto com um semblante sério.
- Não, meu pai se chama Pedro. - Ele responde dessa vez, fitando seu cachorro que volta correndo com a língua para fora. Fico de boquiaberta. Lembro que não foi esse o nome que ele se apresentou. Por que mentiria sobre isso? Que estranho.
- Devo ter trocado. - murmurei.
- Acho que sim. Como você se chama?- O menino perguntou voltando a me encarar. Parece interessado.
- Ariella e você? - respondo, sorrindo.
- Arthur! Seus olhos são muito bonitos. - seu elogio me deixa sem jeito. Sorrio, agradecida.
- A mesma cor dos seus. Bem bonitos. - Devolvi o elogio o deixando envergonhado. Nossos olhos se fitam por alguns segundos quando Snup corre na nossa direção para brincar. Pedro se aproxima, surpreso. Não sei se me reconheceu por causa do dia que o abordei ou por esta de alguma forma gostando de mim. É possível? Espero que não. Ele tem idade de ser meu pai, mas é porque ele não para de me encarar.
- Eu preciso ir. - aviso pegando minha blusa do chão.
- Foi um grande prazer conhece-la, Ariella. - Arthur confessa estendendo sua mão.
- Eu digo o mesmo. - respondo, retribuindo o gesto. Me despeço com um sorriso, e caminho de volta para a minha casa. Corro em direção a porta dos fundos, e viro-me mais uma vez para olha-los. Arthur e Pedro caminham um ao lado do outro enquanto Snup corre para todos os lados empolgado. Sorrio com a cena de pau e filho e por um segundo penso sobre o meu pai. Será que está vivo? Como ele deve ser? Nunca o conheci, já que minha mãe não fala dele para mim, e sempre quando toco no assunto ela demonstra se incomodar. Suspiro.
Entro em casa pensativa, e subo a escada exausta para voltar ao meu quarto. Aproveito para escolher uma roupa e entro direto no banheiro. Necessito de um banho.
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Ariella - Uma Escolha (1° LIVRO)
Lãng mạnAutora: Emily Silva Seja Consciente, PLÁGIO É CRIME Obra registrada na Biblioteca Nacional. 'Entre Vinhos e Palcos', a vida de Ariella Young, uma atriz dedicada, desenha um dilema cativante. Enfrentando dificuldades financeiras, ela recebe uma pr...