~ CAPÍTULO 12 ~

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Ariella Young

Passo por ele para alcançar a porta quando sua mão segura o meu pulso impedindo-me de continuar. Nossos corpos se chocam.
- Não vai responder? - ele questiona.
- Como já disse. Não preciso falar sobre minha vida pessoal.- retruco.
- Está me afirmando que tem um caso com o Nicolas, então? - Oliver insiste novamente dessa vez com a testa franzida.
- Não afirmei nada. Só não acho válido falar da minha vida pessoal para o meu chefe.- respondo, educadamente.
- Agora a pouco você estava invadindo a minha vida por perguntar da minha família. Por eu ser o seu chefe e por ele trabalhar na minha empresa eu quero saber. - ele retruca, inconformado.
- É meu chefe na empresa. Não na minha vida pessoal. - rebato o deixando irritado. Ele assente soltando o meu pulso e ajeita o seu terno. Minha resposta aparenta incomodá-lo já que não falei sim e nem um não. Oliver engole em seco e sai do escritório dando o assunto como encerrado, me deixando para trás. Bufo. Isso foi... Estranho. Caminho logo atrás vendo o seu pai no sofá segurando uma taça de vinho. Me despeço com um braço amigável e vou embora com o arrogante que entra em seu carro em silêncio.
~*~

Ficamos o percurso todo sem trocar uma palavra, desdo momento que sair do escritório até agora. Fiquei muito surpresa quando o arrogante me perguntou o endereço da minha residência, nenhum momento pensei que ele iria me levar em casa. Na verdade, só o seu motorista sabe onde moro, mas Oliver não. Realmente pensei que iríamos para a empresa e de lá eu pegaria um ônibus ou ligaria para a Ivy me buscar, mas não... O meu chefe me trouxe em casa. Me sinto de uma certa forma envergonhada. Tiro o cinto de segurança assim que ele para o carro em frente a minha residência. Seguro os papéis com firmeza para não derruba-los. Oliver encara o volante, enquanto abro a porta e sem ser uma pessoa ingrata olho na sua direção.
- Obrigada! - Agradeço com um sorriso no momento que meu celular toca na minha mão. Ajeito melhor os papéis para consegui atender e vejo o nome do Nicolas no visor. Pelo canto do olho consigo perceber que Oliver fita o visor do aparelho enxergando o nome da pessoa que me ligou. Encerro a chamada sem graça sem atendê-lo.
- Posso te fazer uma pergunta? - eu disse, pensativa.
- Já está fazendo. - ele resmunga, impaciente.
- Quem é Erick Mason? - pergunto novamente, vendo a expressão do seu rosto mudar. Oliver me encara sem entender a pergunta que fiz.
- Se eu soubesse não teria te pedido para pesquisar. - seu tom é alto e arrogante. Reviro os olhos.
- Não sabe nada sobre ele? - insisto.
- Bem pouco. - Oliver responde curto e grosso.
- O que sabe? - persistir. Quero saber mais sobre esse homem na visão do meu chefe. A Internet só vai mostrar o que esse Erick tem de profissional. Não é isso o que eu quero saber.
- A única coisa que deve está ciente é o quanto que ele me odeia, e faz de tudo para saber sobre meu trabalho. - Oliver responde, dessa vez com tranquilidade o que me surpreende. Se eu soubesse que alguém sente ódio pela minha pessoa, não sei o que faria. É um sentimento forte e perigoso. Teria muito medo. Deve ser esse o motivo por ter tantos seguranças em sua volta.
- E o que ele vai fazer nesse jantar? Se ele não gosta de você... Não precisa comparecer. - ressalto.
- Ariella isso se chama negócios. É assim que funciona. - Oliver da de ombros.
- Que horror. - Resmungo saindo do seu carro, mas volto novamente ao me lembrar de uma coisa.
- Que horas começa o jantar?- pergunto.
- Quanta pergunta. - Oliver murmura passando a mão no rosto.
- Claro! O Senhor não me informa nada detalhadamente. - respondo entediada.
- Vai iniciar às sete da noite. - Oliver informa com um semblante sério. Me afasto do carro e aceno para ele que vai embora sem ao menos dizer um "tchau" ou "Até amanhã".
Entro em casa exausta vendo minha mãe deitada no sofá assistindo televisão. Seus olhos me examinam e logo um sorriso se estende.
- Chegou cedo hoje. - ela comenta ao conferir as horas.
- É... Não teve muita coisa na empresa.- respondo, sentando ao seu lado.
- Por que não convidou o rapaz para entrar? - um sorriso malicioso se intensifica dos seus lábios.
Arregalo os olhos.
- De quem está falando? - Pergunto, arqueando a sobrancelha.
- Do rapaz que estava lá fora com você no carro. - minha mãe sorrir.
- Mãe! Aquele homem é o meu chefe.- retruco.
- E qual é o problema? Só por que ele é seu chefe que não pode convida-lo para entrar? - Cris pergunta, com um ar duvidoso.
- Não disse isso. É só que... Ele já estava de saída mesmo. - minto dando de ombros. Realmente não o convidei, e não o convidaria. Não posso misturar as coisas.
- Vocês tem algum caso? - Cris interroga me fazendo rir.
- Não mãe, não tem cabimento isso. Esqueça.- começamos a gargalhar.
- Ele é tão ruim assim? - Cris pergunta, interessada.
- Bem, o meu chefe é uma pessoa muito complicada de lidar. É muito ignorante. Não consigo me relacionar com pessoas assim, trata mau as pessoas, entende? Agora, sobre a beleza dele é outra coisa. É um homem lindo.- comento com um sorriso.
- Percebi pela janela, mas não deu para ver muita coisa..  Só o achei familiar. - ela confessa assim que levanto do sofá.
- Estava me espionando? - brinco, jogando uma almofada na sua direção.
- Não. Estava apenas apreciando a rua.- Cris responde dando risada enquanto joga uma almofada em mim. Ainda não contei que meu chefe é o mesmo cara que me atropelou e para ser sincera não sei se vou contar.
~*~

Ariella - Uma Escolha (1° LIVRO) Onde histórias criam vida. Descubra agora