Ariella - Uma Escolha (1° LIVRO)

~ CAPÍTULO 22 ~

Ariella Young

Acordo bem cedo para ir a empresa. Preciso buscar alguns documentos junto com a minha agenda por causa da reforma que ocorrerá no escritório. Coloco uma calça bem justa no corpo e uma blusa vermelha de alça com uma jaqueta jeans branca por cima. Deixo meu cabelo preso em um coque frouxo e saio do quarto segurando meu salto marrom.
- Vai trabalhar no domingo? - Cris pergunta ao me ver na sala completamente arrumada.
- Na verdade não. O escritório do Oliver vai ser reformado, só vou passar lá rapidinho para pegar algumas coisas. Nesse período vou ficar trabalhando em casa. - respondo, com um sorriso.
- Que mordomia.
- Nem queria. - brinco, a fazendo rir.
- Vai tomar café? - ela pergunta com uma xícara na mão.
- Não. Vou comer na rua. Beijinho. - Falo dando-lhe um beijo no rosto já que o motorista dele já me aguarda.
- Se cuida Young. - Aceno saindo de casa me deparando com Nicolas. Tomo um susto. Dou uma conferida no relógio. Não seria o motorista do Oliver?
- O que faz aqui? - pergunto.
- Não gostou? - ele desfaz o sorriso.
- É que...
- Eu sei, o motorista do Oliver teve um pequeno incidente com o pneu. Estava passando na hora e vim buscá-la.
- Ah, obrigada! - sorrio. - Para aonde vai?
- Vou na casa dos meus pais hoje.- ele responde ligando o ar-condicionado assim que fecho a porta e coloco o cinto de segurança.
- Eu preciso ir na empresa pegar algumas coisas. Não quero lhe atrasar.- confesso.
- Não tem problema, posso levá-la.- Nicolas da de ombros.
- Tem certeza? - pergunto, fazendo uma careta.
- Com apenas uma condição.
- Aí meu Deus! Começou... Diga!- franzo a testa.
- Eu a levo se você aceitar ir comigo para casa dos meus pais.
- Nick.... Eu não... - faço uma careta nervosa.
- Não aceito um não como resposta, Ary. Você não tem nada para fazer... Ou tem? - Nicolas insiste.
- Não sei, quem sabe? Ando bem atarefada. - ressalto.
- Vamos. - ele insiste.
- Onde eles moram? - pergunto, interessada.
- Times Square.
- Onde fica? - franzo a testa.
- Como posso explicar? Digamos que fica na central de Manhattan, junção da Broadway com a Sétima Avenida, eu acho. Não sei explicar muito bem. - Nicolas disse me fazendo rir.
- Acho que entendi, mas o problema é meu chefe. Se por acaso me ligar e...- penso nessa hipótese. As vezes, pode acontecer de precisar de mim. Não sei. Como ocorreu no dia do comercial.
- Mas você não pode se privar por isso. Você trabalha dentro da empresa, aqui fora é uma consequência. Além do mais, ele tem o Michael e a Lucy.
- É verdade. Então, se eu for teremos que passar na minha casa de volta rapidinho. Preciso pegar minhas roupas. - eu disse ao perceber sua mochila no banco traseiro.
- Perfeito. - ele concorda acelerando o carro.
Encosto-me no banco no momento que lembro da conversa que tive ontem com o Oliver. Preciso saber se foi ele que contou para o arrogante sobre o meu encontro com a Karen no restaurante. Fico com um semblante sério.
- Preciso perguntar uma coisa.
- Quando você diz assim é algo importante. - Nicolas fica apreensivo.
- É sério, preciso que me responda com sinceridade. - suplico encarando meus dedos da mão.
- Pergunte. - ele diminue a velocidade e olha para mim rapidamente.
- Foi você que contou para o arrogante que me viu com a Karen no restaurante? - Pergunto observando sua fisionomia.
- Arrogante? - Nicolas me olha confuso.
- Quis dizer, o Sr. Oliver... Foi você? - Pergunto, novamente.
- Por qual motivo eu contaria isso Ary? O que houve? - Nicolas demonstra surpresa. Desvio o olhar. Coloco uma mecha atrás de orelha.
- Uma pergunta atrás da outra. - Murmuro, desconfiada.
- Não contei nada. Uma coisa que não faço é perder meu tempo falando dos outros. Me surpreende você achar que fiz isso. - Passo a mão nos meus cabelos constrangida.
- Desculpa ter que perguntar, mas é que você foi o único que estava lá. - comento.
- Oliver conhece muita pessoa, Ary. Não só a mim, com certeza tinha mais alguém naquele restaurante. Agora não entendo o motivo disso, te afeta ele saber sobre Karen e você? - Nicolas faz uma pergunta muito boa.
- De forma alguma, mas parece que afeta ele já que foi na minha casa tirar satisfação sobre isso. Enfim, era só isso que eu queria perguntar. Só para saber quem foi. Me perdoe. Não foi por mal. - toco em sua mão com um gesto amigável. Assim que o carro vira a esquerda enxergo logo a empresa do Oliver. Como vai ser uma coisa rápida ele decide estacionar fora do prédio. Tiro o cinto de segurança
- Não sei a intenção da pessoa que fofocou para Oliver sobre você, mas foi no intuito de alertá-lo que ela está por perto, e isso não é bom. Sei que não devo está contando isso, só que a Karen quando ainda o namorava era literalmente um inferno. No início parecia uma mulher adorável... Depois pude perceber de longe que não era nada disso. Só queria fama, dinheiro, se engrandecer nas custas dele... Depois tentou engravidar para ter herdeiro, chegou a pegar dinheiro da empresa sem ele saber para usufruir seus desejos... Andava com pessoas que odiava o próprio namorado. Foi muita coisa. O término chegou quando em uma briga muito feia, ela o acusou de agressão. Isso foi o ápice, chegou a passar em sites de fofocas acabando com a reputação dele, mas com dinheiro foi possível retirar todas as postagens. No fim, conseguiu provar que os ferimentos foram feitos por ela mesma.
- Mas que merda! - fico espantada.
- Só tome cuidado. Sei que é prima da sua amiga, mas ela não é uma pessoa para se andar e confiar. Tudo bem?- Nicolas aconselha dando um beijo na palma da minha mão. Engulo em seco. A Karen mentiu. Mentiu sobre tudo... Na verdade, foi Oliver quem sofreu mais nesse relacionamento. Só não entra na minha cabeça qual deve ser a sua verdadeira intenção nessa situação? Dinheiro de novo?
- Vou e já volto. - aviso pensando em milhares de coisas. Agora tenho mais informação de que ela é realmente maluca. Sinto que vou me ferrar muito com isso ainda. Meu pai amado.