Ariella Young
Acordei com ajuda do despertador. Abro os olhos sonolenta e encaro o teto. Bocejo. Esfrego os meus olhos e permaneço deitada lembrando da noite passada quando saímos do estacionamento depois do... Ato. Oliver me trouxe em casa com ajuda de um dos seus seguranças que assumiu o volante por não estarmos em condições de dirigir.
Estico os braços para me espreguiçar. Nossa! Que noite foi essa? Foi melhor do que eu esperava. Fomos ao cinema, para o bar, cantamos juntos no palco e depois transamos pela segunda vez no banco traseiro. Senti-lo por inteiro foi perfeito. Levanto-me da cama sorridente e observo o céu pela janela. As nuvens estão carregadas e o mar está bem agitado. Solto um suspiro profundo e me encosto no muro da varanda para observar a praia. Tudo está fluindo tão bem que tenho medo das coisas darem errado. Não quero que Oliver descubra o que fiz com a Karen... Tenho certeza que tudo vai desmoronar em um piscar de olhos. Confesso que o silêncio dela me assusta. Volto para dentro do quarto e tiro um vestido preto do closet.
Dou uma olhada no relógio do meu celular vendo que são dez horas da manhã. Como voltamos bem tarde, Oliver me deu a liberdade de chegar no trabalho no horário que eu acordar. O que foi perfeito, pois se fosse sete horas da manhã estaria com muita dor de cabeça.
Faço um coque alto no cabelo e vou para o banho já que preciso trabalhar hoje.~*~
As portas do elevador se abrem.
Saio com um sorriso largo no rosto quando me deparo com Lucy na recepção sentada na cadeira com olheiras profundas sem o óculos de grau, ombros caídos, cabelos soltos e uma blusa branca de mangas compridas. Me aproximo preocupada.
- Pela sua fisionomia parece que não está nada bem.- eu disse, chamando sua atenção.
- Oi Ariella! É... Não dormir direito essa noite.- ela responde entristecida.
- Aconteceu alguma coisa? - Pergunto, preocupada.
- Sim. - Ela confessa com os olhos marejados. Me apoio na recepção impactada.
- Quer conversar agora?
- Não quero tomar o seu tempo. - Lucy suspira. Reviro os olhos sorrindo.
- Deixa de besteira, mulher. Pode me dizer o que houve que já estou preocupada.- eu disse olhando em volta para ver se tem alguém por perto.
- Meu pai e eu discutimos feio ontem a noite. As palavras ditas por ele me machucaram muito.- Lucy desabafou.
- Poxa! Por que brigaram?
- Lembra daquele dia que você me viu arrumada? O rapaz do encontro é uma excelente pessoa. Nos encontramos agumas vezes, até que decidi leva-lo para minha casa. Adivinha quem apareceu depois? Meu pai.- Lucy explica, furiosa.
Arregalo os olhos.
- Ele mora contigo? - Pergunto.
- Não. Eu moro sozinha. A casa é minha, mas ele acha que tem o direito de mandar na minha vida. Não suportou ver o rapaz, e quis dá um de autoritário dizendo que sair da casa da minha mãe para me envolver com vários homens. Fiquei sem chão, sem graça, você não tem ideia.- ela passa a mão no rosto.
- Estou perplexa. Eu no seu lugar não sei o que faria, mas você precisa deixá-lo ciente que as coisas mudaram. Você tem a sua vida e pode fazer o que acha melhor.- aconselho.
- Eu falei exatamente isso, mas ele não entende. Foi horrível. - Lucy solta a respiração e encara o chão.
- Imagino que seja difícil, é seu pai e... Lidar com isso não é fácil. Mas aconselho conversar com ele um assunto de pai e filha para fazê-lo entender que é você quem dita as regras da sua vida agora. O que você faz com ela é exclusiva e de responsabilidade apenas isso e espera que ele respeite isso e não invada mais seu espaço.
- Sim, conversarei com ele. Só que perdi o rapaz. Tenho certeza que não vai querer me ver mais. Que vergonha.- Lucy diz passando a mão no rosto quando vejo Michael se aproximar. Merda! Que cara chato.
- Aconteceu alguma coisa, Lucy? - Ele perguntou ignorando a minha presença. Reviro os olhos.
- Um pouco. - Ela murmura ligando o notebook.
- Vou para a minha a sala, qualquer coisa pode me chamar.- eu disse com um sorriso fraco.
- Ta bom. Obrigada por mim ouvir. - Lucy agradece mandando um beijo no ar para mim. Sorrio. Ando até a minha sala. Abro a porta, e coloco a bolsa na mesa quando escuto a porta da minha sala bater com uma certa força. Olho para trás em um susto.
- O que é Michael? - Pergunto ao vê-lo me seguir.
- Por que continua aqui? - ele pergunta de braços cruzados. Começo a rir sem entender a sua pergunta.
- Bom dia pra você também.- respondi com ironia. Encosto na mesa fitando-o.
- Você pode enganar a todos menos a mim, Ariella. Eu sei que você não esta aqui apenas para trabalhar. - Michael retrucou desconfiado.
- Sério?- cruzo os braços e o encaro com deboche.
- Descobrir que você trabalhava para Karen despertou isso. Ela não é uma pessoa boa e acredito que nem você.- ele respondeu. Sorrio.
- Oh! Minha vida deve está bem melhor que a sua, já que se interessou em tomar conta dela. Entendo... Vida entediante deve ser frustante. Já acabou seu show? Preciso trabalhar agora. - dou-lhe as costas com um tom elevado.
- Eu sei o que estou fazendo e Oliver ainda vai me agradecer.- ele avisa por entre os dentes cerrados. Assinto.
- Você também desconfiou de todas as secretárias que já trabalharam aqui?- Pergunto me aproximando dele.
- Não! Não tive motivos.- Michael da de ombros.
- Okay! Então divirta-se com a minha vida, ela está bem movimentada mesmo.- falo dando risada.
- Vai rindo... Pode rir.- ele recua tocando na maçaneta.
- Vai a porra, Michael. Me deixa em paz. - exalto-me o vendo sair da sala sério. Suspiro. Passo a mão no cabelo e penso que a Karen pode muito bem da informações do que acontece para ele, porém acho que não seria vantajoso fazer isso. A porta do escritório se abre. Oliver me olha com as sobrancelhas arqueadas. É a primeira vez que nos vemos depois de ontem. Fico congelada.
- Aconteceu alguma coisa aqui? Ouvir vozes alteradas. - ele pergunta olhando em volta. Engulo em seco. Nego com a cabeça.
- Não foi nada. O Michael estava apenas me ajudando com... Algumas encomendas.- mentir com um sorriso sem graça. Oliver assente se aproximando da mesa enquanto tira algo do seu bolso.
- Bem, quero que fique com a chave do meu escritório. Vou sair para uma reunião e vou demorar. Pegue três pastas da cor vermelha em cima da instante de livros e entregue tudo a Moisés, mas antes de entregar assine os primeiros documentos da segunda pasta. Faça isso sem falta. São importantes, por favor. - ele ordena colocando a chave na minha mão e sinto seu toque no momento que nossas peles se encostam. Nos olhamos.
- Tudo bem. - assinto. Um sorriso de canto surge dos seus lábios antes de sair da sala para ir a reunião. Ele está sentindo algo por mim. É notório... Até deu um sorriso ante de ir.
Fico parada durante alguns segundos quando retomo a consciência. Preciso adiantar esses documentos. Entro no escritório do Oliver, logo em seguida, e verifico a instante de livros que me informou. Procuro pelas três pastas. Seguro com cuidado para nenhum papel cair e saio do escritório indo até a minha mesa. Sento na cadeira. Começo a separar os documentos que preciso assinar antes de entregar todas as pastas. A porta da sala se abre e vejo Moisés entrar com um sorriso irradiante.
- Bom dia, Ariella! Vim buscar as pastas.- ele avisa ao se aproximar.
- Bom dia! Deixa eu só terminar aqui que o Senhor já leva.- eu disse, assinando os primeiros documentos da segunda pasta.
- Não tenha pressa, eu espero. E por favor pode me chama de "você", não tem problema. - Ele pede, sorrindo.
- Tudo bem. Aqui, já terminei. - Coloco os documentos dentro da pasta e entrego todos.
- Você é uma mulher muito bonita.- Moisés elogia me deixando envergonhada. Fico corada.
- Obrigada! - Agradeço.
- Espero vê-la mais vezes. Quem sabe um jantar? - Ele pergunta sugerindo um encontro. Fico retraída. Dou um sorriso amigável sem dá uma resposta. Ele assente sorrindo e sai da sala com as pastas embaixo dos braços. Me encosto na cadeira e começo a responder os e-mails para não esquecer. Faço ligações com alguns fornecedores, marco três reuniões para manhã e converso com Vick por ligação sobre o arrombamento da vinícola na França.~*~
Olho para o relógio que não para de fazer "tic...tac...tic...tac. Horário de almoço. Perfeito. Levanto-me da cadeira e pego a minha bolsa branca com minha carteira e documentos. Guardo a chave do escritório comigo por segurança e saio da sala trancando a porta. Olho para Lucy que se aproxima colocando sua bolsa preta no ombro.
- Vai almoçar comigo? - Pergunto com uma voz de dengo.
- Posso acompanhá-la? É bom que a gente conversa melhor.- ela pergunta, sorrindo.
- Claro que pode. Vamos. - eu disse colocando meu braço em volta do seu.
- Já vão senhoritas? - Olho para o lado vendo Mônica se aproximar com uma bandeja na mão para servir alguém importante. Sorrio. É difícil vê-la por aqui, geralmente não sai da cozinha. Até se torna estranho.
- Já sim, estou com muita fome. - Lucy comentou aos risos.
- Já é o horário do almoço. Você não vem? Nós esperamos.- comento.
- Eu vou comer aqui na empresa mesmo... É, mas agradeço o convite meu bem.
- Pode vim conosco... Eu pago seu almoço. - insistir, gentilmente.
- Oh, que adorável. Mas não precisa, muito obrigada!- ela responde, agradecida.
- Daqui a pouco estamos de volta. - Lucy avisa assim que o elevador chega. Mandamos beijos no ar antes de entrar.~*~
Dou mais um gole no meu refrigerante e coloco um pedaço de carne na boca ouvindo Lucy atentamente.
- Meu pai tem um temperamento difícil. Ele acha que pode mandar na minha vida como bem entender.- ela reclama, enquanto enfia um pedaço de brócolis na boca.
- A relação com seus pais sempre foi boa ou ruim?- Pergunto.
- Na verdade, eu sair de casa cedo. Então, meu pai sempre foi contra a isso, entendeu? Até mesmo quando eu morava com eles, era muito rígido. Minha mãe sempre apaziguou por ser mais tranquila.
- Entendo. - Limpo a boca com o guardanapo.
- E como é o seu pai? Mora com ele? - Lucy pergunta com um sorriso fraco. Fico pensativa.
- Não. Moro só com minha mãe. Nunca conheci o meu pai. - Dou de ombros sem importância.
- Nem por foto? - Lucy demonstra, surpresa.
- Não. Minha mãe nunca tocou nesse assunto. Então, deixei para lá. - respondo dando um gole no refrigerante.
- Você não fica curiosa para descobrir? Não sei, talvez entender o motivo desse sumiço.- Lucy sugere voltando a comer. Fico pensativa por um tempo. Realmente não é uma má ideia.
- Não parei para pensar nisso. A única coisa que sei é que ele abandonou minha mãe quando soube da gravidez. Então, ele sabe que tem uma filha, se não veio me procurar é porque não me quis.- me encosto na cadeira frustada.
- Sua mãe é guerreira.- Lucy responde com os olhos brilhando de orgulho. Concordo.
- Ela é sim. - Digo dando um sorriso fraco.
- Tenho uma coisa que preciso perguntar. Estou com uma dúvida absurda.- Lucy fala bebendo o resto do seu refrigerante. Começo a rir.
- Aí vem coisa. O que foi? - fico nervosa. Por um momento penso que é sobre a Karen ou minha discussão com o Michael. Não sei.
- Você e o Nicolas estão tendo um caso? - ela pergunta com entusiasmo. Começo a gargalhar devido a sua curiosidade. Olho para os lados vendo se tem algum fofoqueiro por perto.
- Não, somos apenas amigos. Por que pensou isso? - Pergunto.
- É que vocês estão sempre juntos. Você é uma mulher linda, maravilhosa e sei que o conquistou. - Lucy fala me fazendo rir.
- Não, Lucy. Somos grandes amigos.- escondo a parte do beijo. Óbvio. Não quero que ela saiba o que aconteceu entre nós.
- E o Senhor Oliver? - Lucy pergunta com malícia. Poderia contar tudo, mas não sei se posso confiar nela nesse ponto... Ainda não.
- Não temos nada. Ele é apenas meu Chefe arrogante. - murmuro encarando a taça.
- Você o chama de arrogante? - Lucy rir alto atraindo atenção de algumas pessoas a nossa volta. Tampo a boca com a mão para conter a risada.
- Shiu! Ninguém pode saber.- começo a rir.
- Não se preocupe. Mas você é muito sincera... Chama-lo de arrogante. Essa foi boa. - ela rir.
- Ele me irrita muito. - confesso aos risos.
- Ah, amiga... Mas parece que ele sente algo. Sério. Eu notei isso. E se for realmente verdade, pensa comigo... Nicolas e Oliver afim de você. O que faz? Que mágica é essa? Me passa a receita que quero chuva de homens assim também. - ela pede e começamos a rir juntas. Encho nossas taças de refrigerante e estendo no ar.
- Vamos brindar a nossa nova amizade.- falo amigavelmente.
- Adorei! A nossa amizade.- sorrimos uma para a outra enquanto brindamos. - Que venha um novo amor para mim também.- ela pede fingindo chorar. E bato palmas profetizando.
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Ariella - Uma Escolha (1° LIVRO)
RomanceAutora: Emily Silva Seja Consciente, PLÁGIO É CRIME Obra registrada na Biblioteca Nacional. 'Entre Vinhos e Palcos', a vida de Ariella Young, uma atriz dedicada, desenha um dilema cativante. Enfrentando dificuldades financeiras, ela recebe uma pr...