~ CAPÍTULO 43 ~

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Ariella Young


Entro na cozinha na empresa sentindo dor de cabeça. Faço uma careta e sento na cadeira devagar. Pensar na conversa que tive com o Nicolas, o que piora ainda mais a dor. Não é possível que alguém teve a coragem de invadir o escritório, enquanto eu estava no restaurante almoçando. Praticamente uma hora para fazer tudo. Fico pensativa. Quem faria algo assim sabendo que tem câmera em todo andar? Isso é loucura.
- Ariella? Está tudo bem? - Mônica pergunta me despertando dos meus pensamentos. A encaro com um sorriso gentil. Ela coloca uma xícara de café para mim.
- Oh... Obrigada! Na verdade vim beber uma água, mas um café nessas horas é bom.- agradeço entristecida.
- Eu gosto de beber de vez em quando.- Mônica comenta sentando em uma cadeira na minha frente.
- Eu também. Está bem quentinho.- elogio dando um gole no café.
- Está bem? - Mônica pergunta novamente examinando minha feição. Suspiro.
- Não. Quer dizer, está sim. E você? - Pergunto vendo alguns funcionários entrarem para tomar um café.
- Só preocupada com alguns problemas de casa. Nada de mais.- ela responde desviando o olhar do meu um pouco tensa. Sorrio.
- Não se preocupe. Tudo irá se resolver. - incetivo tocando na sua mão com delicadeza. Seus olhos me encaram de forma triste. Não entendo o que se passa, mas percebo que não é coisa boa. Logo a vejo chorar na minha frente me deixando sem reação. Franzo a testa surpresa.
- Foi um erro. - ela desabafa aos prantos.
- Não chore, Mônica. Acredite que tudo vai passar. Não fica assim.- aconselho sem saber o que dizer já que não sei o que se passa na sua vida.
- Obrigada, Ariella. Você é uma boa pessoa apesar dos rumores dizerem outras coisas. - Ela soluça passando os dedos nos olhos.
- Rumores? Que rumores?- arqueio a sobrancelha.
- Mônica? Estão lhe chamando no quinto andar. - Diz uma senhora na porta que interrompe a nossa conversa. Volto a encara-la curiosa.
- Preciso ir. Foi bom revê-la. Obrigada pelas palavras.
- Qualquer coisa é só falar.- murmuro  a vendo se despedir com um sorriso fraco. Mônica se afasta me deixando na cozinha com os meus próprios pensamentos. Gostaria de saber que tipo de rumores que tem ao meu respeito. Curiosidade não me falta, mas não tenho dúvidas que são referentes ao Oliver. Nem me importo mais. Volto a beber o café.

~*~

Tudo se encontra em silêncio. Já deu o  meu horário. Preciso ir para a casa, mas ir sem saber de nada me deixa aflita. Ainda não vi ninguém, nem mesmo Nick.
Levanto-me da cadeira e pego minha bolsa em silêncio. Preciso devolver a chave do escritório já que fiquei o tempo inteiro com ela. Apesar que levar para a casa não será um problema já que pelo visto ele deve ter outra cópia já que conseguiu entrar no escritório sem mim.
Mas acho melhor devolver.
Me aproximo devagar da porta mordendo o lábio inferior. Respiro fundo. Ergo a mão e bato duas vezes. Aguardo durante alguns segundos a espera da sua voz permitindo que eu entre. Fingirei não saber de nada.
Ouço seus passos se aproximando. Engulo em seco. Tento controlar a respiração na sua presença. Calma, Ariella! Só manter a calma. Finalmente a porta se abre e meu estômago se aperta de nervosismo.
- O que foi? - ele pergunta próximo demais. 
- Vim entregar a chave do seu escritório. - aviso colocando em sua mão. Oliver segura a chave e toca em meus dedos vagarosamente fazendo meu corpo se arrepiar com o seu toque. Suspiro. Nos olhos intensamente quando sua mão agarra minha cintura me levando para dentro do escritório de maneira inusitada. Não esperava isso.
A porta se fecha com o meu corpo e fico prensada na porta. Percebo como está sério e chateado. Parece resistir ao desejo de me beijar já que seus olhos estão fixos nos meus lábios.
-

Imagino que já saiba sobre o ocorrido. - Ele comenta afastando o rosto. Sentir o seu cheiro me faz lembrar do dia que transamos em seu carro, na sua mesa... Meu corpo fica excitado.
- Não sei do que está falando. - comento. Finjo demência.
- Não minta. Nicolas deve ter contado. Vocês só vivem juntos, ele não esconderia isso de você suponho.
- Tem algo que eu deva saber?- Indago com as sobrancelhas arqueadas. Mesmo sabendo de tudo não entregarei o Nick. Sei que foi algo para se manter em segredo então assim o farei.
- Roubaram o cofre da empresa. Tem algo para me falar sobre isso?- Oliver perguntou examinando meu rosto. Me sinto ofendida. Isso significa que está acreditando que fui a responsável por isso? Que merda! O empurro para longe de mim.
Não entendo a sua postura.
- Não roubei nada.- falo exaltada.
- Eu não quis dizer isso.- ele corrige-me rapidamente.
- Mais pareceu. - retruco, irritada.
- Eu só quero saber...
- Se eu sei de alguma coisa ou se eu mesma roubei? Olha... Acho melhor eu ir embora. Só queria te entregar a chave. - rebato lhe dando as costas. Seguro a maçaneta.
- Ariella! Não falei isso... Espera.- sua mão me segura, porém desvencilho do seu toque.
- É melhor eu ir, por favor. - peço permanecendo de costas. 
- Você não é suspeita para mim. Fique ciente disso. - ele avisa soltando meu braço e saio do seu escritório em silêncio sem dizer mais nada. Fecho a porta, pego meus pertences sobre a mesa e vou embora para casa ouvindo meu celular tocar. Lucy não se encontra mais na recepção o que da entender que deve ter ido embora.
Tiro o aparelho da bolsa ao entrar no elevador e atendo a ligação.

Ariella - Uma Escolha (1° LIVRO) Onde histórias criam vida. Descubra agora