Ariella - Uma Escolha (1° LIVRO)

~CAPÍTULO 49~

Nicolas Collins

Abro a porta do carro na frente da casa de Ariella. Cumprimento o motorista gentilmente e permaneço calado assim que coloco o cinto de segurança. Observo a sua aparência. Parece bem cansado. Deve está trabalhando há horas. Enquanto o observo dirigir, tiro meu celular do bolso. Escolho uma foto de Ariella que mostra o seu rosto e ergo na sua direção.
- O Senhor pode me informar se pegou essa passageira ontem a noite?- Pergunto com um semblante sério. Ele desvia o olhar do trânsito rápido.
- Não consigo ver direito. Estou dirigindo.- Anderson fala diminuindo a velocidade.
- Pode encostar o carro ali. Não tem problema. - eu disse apontando para o encostamento sorrindo. Não quero assustá-lo ou que pense que sou um ladrão
- Esta bem. - ele assente. - Eu não sei quem é você como também não sei suas intenções.
- Não vou machuca-lo. Apenas quero a sua confirmação. Foi essa moça que o Senhor levou para um bar? - Mostro a foto de Ariella novamente.
- Sim. Por que a pergunta? - Anderson fica curioso.
- Sou o melhor amigo dela, aconteceu... Um problema. Gostaria de saber como ela estava quando entrou no carro.- Pergunto.
- Eu não me recordo muito bem, são muitos passageiros que pego, mas ela foi muito gentil comigo. Conversamos a viagem toda, porém percebi que estava triste com algo. Ela não mencionou.- ele explica.
- Você entregou seu cartão com seu número. - comento.
- Ah sim. Fiz isso para que me ligasse quando quisesse embora. Avisei que poderia buscá-la. - ele explica.
- Ela ligou? - indago.
- Não. - sua resposta me surpreende.
- Okay! Quero que me leve ao bar em que a deixou. Pode ser? - guardo o celular no bolso de novo.
- Posso sim.- ele responde ligando o carro de volta.
- Percebi que o Senhor usa uma pequena câmera em seu carro. Com certeza deve ter filmagens dos passageiros que levou ontem.- comento apontando para a câmera que está escondida perto do volante.
- Coloquei por segurança.- Anderson explica.
- Acho válido. Tem como me fornecer a filmagem que Ariella aparece?- peço vendo seu nervosismo se intensificar.
- Eu não quero problemas, moço. Tenho uma família, filhos. Não quero envolver minha vida.- Anderson se desespera. Franzo a testa.
- Não se preocupe, assim que você me deixar no bar não irei procura-lo nunca mais. Não irei prejudica-lo. Pode confiar em mim.- eu disse, tranquilizando-o.
- Mas eu apareço no vídeo, e se me prejudicar com isso? - ele retruca.
- Não se preocupe. Não vou divulgar. E mesmo assim posso colocar algo no seu rosto.- afirmo tentando convencê-lo. Anderson dirige sem olhar para mim. Fico em silêncio. Deve está pensando no que fazer. Não quero atrapalhar seu pensamento. Encaro a rua.
- Esta bem. Confiarei em você... Os vídeos gravados estão aqui- ele responde entregando a câmera para mim. Sorrio.
- Obrigado. - agradeço enquanto tiro o cartão de memória.

~*~

Finalmente consegui pegar o vídeo com facilidade, pois trouxe meu notebook na mochila. Não foi difícil fazer a transferência, o que me deixou mais aliviado. Oliver me ligou no caminho informando o que Breno informou sobre Ariella, e confesso que fiquei preocupado quando me disse que ela estaria com outras detentas. Sei que isso não é fácil. Ainda mais quando a mulher é linda, aparenta ter uma vida boa e Ariella chama muita atenção. A inveja atinge logo. Sei que vão querer atacá-la e não posso deixar isso acontecer.
Disco o número da Munique rapidamente.

Ligação ON.

- Olá, baby. Já sentiu minha falta?- ela brinca aos risos.
- Sabe que não sinto saudade fácil.- devolvo a brincadeira.
- Você é muito difícil, eu sei. Fala o motivo da ligação.
- Quero pedir uma coisa.- diminuo o meu tom de voz para Anderson não me ouvir.
-

O que quiser.- Munique responde.
- Coloque Ariella em uma cela sozinha, não a deixe com as outras detentas. Vão machuca-la.- suplico ouvindo sua risada do outro lado da linha.
- Olha o que está me pedindo, Nicolas. Se preocupa tanto com uma assassina assim? É inacreditável.- ela pergunta, deixando um suspiro escapar.
- Por favor, faça isso. - peço, preocupado.
- O que posso consegui é deixá-la em uma solitária. Só os piores ficam lá, mas não é tão diferente do que ela cometeu.- Munique avisa sem importância.
- Só quero que ela fique bem. Por favor.- explico, apreensivo.
- O que não faço por você? Não se preocupe. Darei um jeito aqui. - ela resmunga encerrando a ligação. Guardo o celular no bolso me perguntando como Ariella está agora e se já comeu.
~*~