~ CAPÍTULO 4 ~

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Oliver Walker

Sinceramente nenhuma mulher ainda atendeu o perfil desejado que quero como secretária, porém não posso ficar exigindo demais. Preciso escolher uma delas já que estou sem paciência para ficar entrevistando as pessoas. Dou uma olhada nos nomes das candidatas e no perfil de cada uma quando meu telefone toca novamente. Atendo sem paciência. Lucy me avisa que tem mais uma moça para ser entrevistada, e olho para o relógio que está pendurado na parede. Vejo que já passou do horário. Digo para Lucy não deixa-la entrar e encerro a chamada. Volto a olhar o meu e-mail, quanto ouço uma gritaria do lado de fora do escritório. Parece uma discussão. Me levanto, rapidamente para ver o que está acontecendo. Quem trabalha comigo sabe que não suporto discussão em local de trabalho. Não tolero briga na minha empresa seja qual for o motivo. Abro a porta irritado, e caminho em direção a recepção. A discussão se torna mais alta a medida que vou me aproximando. Vejo uma mulher na recepção que está de costas para mim. Pelo seu tom de voz parece revoltada. Esta extremamente alterada. Não dou continuidade. Paro de andar enfiando as mãos dentro do bolso da calça. Observo sua postura. Isso é inadmissível. Começo a caminhar novamente ao seu encontro quando ela se vira na minha direção. Mas que porra! Arregalo os olhos surpreso ao reconhece-la. É a mulher que atropelei. O que ela está fazendo aqui? Veio queimar minha reputação ou pedir dinheiro? Merda! Estou muito surpreso por vê-la aqui, já que não lhe forneci meu endereço. Ignoro essas dúvidas e sigo até a recepção parando ao seu lado com um semblante sério.
- Lucy informe para o Michael ir para o meu escritório quando ele acabar de falar com a Vick.- ordeno.
- Sim, senhor.
- Posso saber o que está acontecendo aqui? - pergunto dessa vez olhando para a moça, cuja nome se chama Ariella. Lembro-me da sua mãe ter pronunciado isso na recepção do hospital.
- Você é o entrevistador? - ela pergunta com um ar esnobe.
- Sim, o dono dessa Empresa. - informo, impaciente. Percebo que a minha resposta a deixou desconfortável.
- Quero entender o porquê não posso fazer a entrevista. Ainda estou dentro do horário. - A moça explica, indignada.
- Você não tem modos? - pergunto, devido a sua gritaria.
- Mais é claro que tenho. Só quero uma explicação. - ela retruca.
- Não tenho que lhe explicar nada. Se retire da empresa. A entrevista está encerrada. - ordeno, dando-lhe as costas. Fico pasma pela sua forma de me tratar, nunca vi uma pessoa com tanta arrogância assim.
- Estúpido. Você me deve essa entrevista por ter me atropelado. Perdi meu teste por sua causa. - ela grita atraindo atenção dos funcionários que passam pelo local. Paro de andar, dessa vez extremamente enfurecido e irritado por ter revelado algo que tentei ao máximo manter em sigilo. Volto a encara-la.
- O que disse? - pergunto surpreso com a sua audácia. Ninguém nunca me enfrentou dessa forma. Puta merda!
- Isso mesmo que escutou. Você me deve essa. Não vim aqui em vão, para falar a verdade nem sabia que você era o dono dessa empresa, minha revolta só foi porque gastei passagem, passei por várias coisas para chegar até aqui com esse joelho pela misericórdia... E agora, descubro que não irei fazer a entrevista? Sério? - ela se aproxima de mim com cautela. Observo como anda com dificuldade por causa do joelho. Lucy permanece em silêncio sem saber o que fazer.
- O que você precisa passar para chegar até aqui não é problema meu. Se não esta satisfeita não tenho nada haver com isso. E trate de falar baixo antes que eu ordene para os seguranças te expulsarem. - falo grosseiramente percebendo que minhas palavras te afetou. Um silêncio paira entre nós e a vejo permanecer no mesmo lugar.
- Só te peço uma chance, por favor. Eu... Preciso... Desse emprego. - ela suplica aparentando aflita. Franzo a testa por alguns segundos. Suspiro.
- Lucy terei uma reunião agora? - pergunto com os olhos fixos na moça.
- Não, Senhor! Só mais tarde. Remarquei todos como você solicitou.- Lucy me avisa olhando na tela do seu computador.
- Não costumo fazer esse tipo de coisa. Então, espero que eu não me arrependa. Vamos acabar logo com isso. Me siga. - aviso indo direto para o meu escritório sem olha-la.

Ariella - Uma Escolha (1° LIVRO) Onde histórias criam vida. Descubra agora