~ CAPÍTULO 11 ~

53 14 0
                                    

Ariella Young

Não consigo controlar a ansiedade. Ele está dirigindo a um tempo e ainda não me disse uma palavra para onde está me levando. Me preocupa? É óbvio. Por mais que seja meu chefe é uma pessoa qualquer que querendo ou não pode fazer algo comigo. Okay! Estou sendo dramática. No quarto da França não pensei nisso, fiquei de calcinha na sua frente parecendo uma virgem sedenta de sexo. Tento segurar a risada com esses pensamentos.
- Sr. Oliver? - chamo, olhando para a rua.
- Fale. - ele responde secamente.
- Aonde estamos indo? - finalmente, faço a bendita pergunta.
- Para a minha casa. Meu pai quer conhece-la e preciso lhe entregar uns documentos que estão no meu quarto.- Ele diz enquanto dirige. Fico surpresa.
-  Você contou para o seu pai sobre a reunião? O que aconteceu com Henrique e Osmar. - arregalo os olhos.
- Contei. - ele da de ombros.
-  Seu pai esta bravo comigo? - Pergunto, receosa.
- Por que ele ficaria? - Oliver pergunta, sem importância.
- Não sei... Talvez pela maneira como tratei aqueles homens. - Resmungo.
- Você tratou normal. - Oliver acrescenta me deixando mais tranquila. Milagre! Pensei que ouviria um sermão ou que prejudiquei tudo.
- Espero. - sussurro. Ainda preocupada.

~*~

Oliver para o carro em frente a um portão preto que tem alguns seguranças parados com um semblante sério. A casa dele é uma mansão. A medida que o portão se abre vou conseguindo ter uma visão geral do lugar. É tudo muito grande.
Oliver estaciona o carro devagar e olho para o lado vendo quatro seguranças rondando a casa. Saio do carro retraída, e olho para o arrogante que guarda as chaves dentro do bolso acenando para um dos seus guardas. Fico parada ao lado do automóvel sem saber para onde ir quando Oliver caminha em direção a sua residência. Vou logo atrás, muito admirada com tanta beleza em um só lugar. Assim que o vejo abrir a porta meu queixo cai de tanto encantamento. Sério mesmo. Nunca entrei em uma mansão, nunca vi de perto um lugar tão luxuoso. Me deparo com um homem sentado no sofá, que folheia as páginas  de um  jornal extremamente concentrado. Seus olhos notam a nossa presença, e fico envergonhada devido o que aconteceu na reunião. Não queria ter feito nada daquilo, mas não sabia que iria desaponta-los. Para ser sincera, desapontar o pai dele... Já que Oliver não se importou e ele diz que seu pai também não.
- Filho! Estava esperando você chegar. Achei que não viria mais. - O pai do Oliver disse com entusiasmo.
- Aqui é a minha casa. Eu chegaria a qualquer momento. - Oliver responde com um tom seco, deixando o clima mais tenso. Que grosseria. Até com o próprio pai ele age assim? Nossa.
 - E essa morena linda? - o pai pergunta com o olhar direcionado a mim. Estendo a mão direita para cumprimenta-lo.
- Ariella Young, Senhor... É... - tento dizer o seu nome, porém não lembro do Oliver ter mencionado. Fico sem graça.
- Mil perdões, sou William Walker.
Fiquei sabendo de algumas coisas que ocorreram na reunião. Por exemplo, soube até que insinuou que o Osmar fosse infantil. - William comenta, aos risos.
- Desculpa. - Murmuro, timidamente.
- Não precisa me pedir desculpas, Osmar não é muito bem aceito na empresa, você é  primeira mulher a trata-lo assim, muitas tem medo dele.- Ele acrescenta, sorrindo.
- Eu perdi a paciência com tanta... Competitividade. - eu disse, olhando em volta a procura do Oliver que não se encontra mais na sala.
- Vai passar a noite aqui? - Ele pergunta com um sorriso amigável.
- Oh! Não não, eu vi buscar apenas alguns documentos. - explico, com um sorriso.
- Sente-se, fique a vontade. Aceita alguma bebida? Comida? - William pergunta, curioso.
- Não, obrigada! - agradeço.
- Nem um vinho? - Ele insiste, com as sobrancelhas arqueadas.
- Um vinho esta ótimo.- Digo, sorrindo.
 William se dirige para a cozinha, e aproveito para apreciar um pouco mais a sala, olho cada detalhe com bastante atenção. Admiro as cores das paredes por serem neutras, o que deixa a sala bem aconchegante. Combina com diversos tons. Dou uma olhada para a escada a espera do meu chefe que me traz a sua residência e some praticamente me deixando sozinha. Dou olhada para os detalhes do lustre, o piso de mármore... Tudo é incrivelmente lindo.
- Aqui está, Ariella! Espero que goste do sabor. - William aparece na sala me entregando uma taça.
- Obrigada! - agradeço, envergonhada.
- Sabe... Você é a primeira mulher que Oliver traz em sua casa. Confesso que achei estranho quando pedir para lhe conhecer e ele se ofereceu em trazê-la.- Me engasgo com a revelação. Não esperava ouvir essa confissão já que o próprio arrogante disse que a ideia da minha presença foi a do seu pai. Não esperava que fosse dele.
- Bem, creio que o Sr. Oliver enxergou que sou uma boa pessoa. - Respondo, educadamente com um sorriso.
- Creio que ele deve gostar de você. -  William diz sorrindo e olho para ele com a sobrancelha arqueada. Não é algo que espero ouvir, para ser sincera estou muito surpresa.
- Olha Ariella, eu não posso falar nada a seu respeito pelo pouco tempo que te conheço, mas sei que é uma mulher encantadora pelo que demonstra ser. Você esta fazendo muito bem para ele, mesmo que não perceba e por se conhecerem em pouco tempo. Não digo no sentido carnal, mas pela profissional que está sendo isso está impactando na vida dele de forma positiva. - William explica com os olhos nos meus olhos. Engulo em seco.
- Eu... Fico sem palavras.- Desfaço o sorriso.
- Estou sendo sincero. Há tempos eu não o via assim. - Fico sem reação. Apenas a única coisa que passa pela minha cabeça é que não mereço ouvir nada disso. Estou em frente ao  pai do Oliver sendo agradecida por fazer seu filho se sentir bem, sendo que na verdade estou aqui por ter sido contratada para machuca-lo. Minha nossa... O Sr. William deixou claro que o meu chefe não fica bem há tempos? O que isso quer dizer? Eu sou um monstro. Não, não, não. Preciso ir embora. A vergonha, a tristeza esta estampada na minha cara. Como fui capaz de fazer isso?
-  Eu não mereço ouvir esses elogios. - Digo encarando a taça com um semblante sério.
- Você merece sim, sinto que é uma boa mulher. - William afirma, olhando para mim. Oliver desce as escadas e olha para a nossa direção entediado.
- Ariella preciso que me acompanhe. - ele ordena se dirigindo para um corredor. Assinto. Levanto-me colocando a taça na mesa de centro. Aceno para o Sr. William entristecida. Sigo Oliver pelo corredor e entro em um cômodo que logo reconheço imediatamente como seu escritório. Não é do mesmo tamanho que o da empresa. Aqui é muito maior.
- Preciso que ligue para essas pessoas e marque uma reunião na sexta-feira pela manhã e pesquise mais sobre esse Erick Manson, ele estará presente no jantar que ocorrerá aqui em casa. Conheço ele, mas quero que você saiba quem é quem. - Assinto, pensativa.
- Jantar? É alguma data especial? - pergunto.
- Sim, vamos celebrar a volta do meu pai aos Estados Unidos. - Oliver responde fazendo pouco caso.
- E o Senhor pode me informar o dia do jantar? - pergunto, receosa.
- Será depois de amanhã. Você terá apenas amanhã para fazer essas marcações. - ele avisa, gesticulando.
- Está falando sério? Só tenho amanhã? - Pergunto com os olhos arregalados.
- Não tenho tempo para brincadeiras.- Oliver resmunga.
-  Calma ai... Deixa eu só capturar tudo. Preciso virar uma detetive particular para pesquisar sobre esse cara e ainda sair para comprar uma roupa pra ir a esse jantar que vai acontecer depois de amanhã? - indago, perplexa. Oliver volta a mexer nos papéis soltando uma risada de canto. Primeira vez que eu o vejo sorrir com sinceridade.
- Sim! - Ele responde sem ao menos me olhar.
- Vou precisar dar uma de flash. É  muita coisa. - Digo passando a mão nos cabelos.
- Isso é um trabalho. Você deve aceitar e mostrar que é capaz de cumprir sem reclamar e sem colocar dificuldades. Dê o seu melhor todos os dias. - Oliver retruca com palavras sábias. O encaro com as sobrancelhas arqueadas.
- Não esperava ouvir isso ainda mais do Senhor. Belas palavras, filosofou. - elogio, sarcasticamente. Como ele sempre faz comigo. Ser sarcástico.
- Você deve ter algum problema, não é possível. - Ele sussurra para si mesmo balançando a cabeça em negação. Percebo um sorriso nos seus lábios.
- Por que preciso saber sobre Erick Mason? - pergunto, curiosa.
- Se está trabalhando comigo precisa estar bem informada sobre as pessoas que estão ao meu redor, como também quero que me informe quando não conheço tanto assim a pessoa, mas ele é um cara específico. Sempre quer está no meu caminho.- Oliver explica fechando uma pasta preta.
- E ainda assim vai convidá-lo! - murmuro.
- Ariella apenas faça o que ordenei. - ele avisa fazendo pouco-caso.
- Sua arrogância não me surpreende mais.- respondo encarando o chão com essa ideia de investigar o tal do Erick.
- Pronto. É só isso. - Oliver afirma ao se afastar da mesa.
- Por que você não fala muito com o seu pai? - Pergunto ao lembrar da forma como ele tratou o Sr. William.
- Esse assunto não lhe diz respeito, Ariella. - seu tom de voz aumenta.
- Oh... Claro! Mas você deveria tratar bem pelos menos a sua família. Não tem como ficar calada depois do que vi. - comento, indignada.
- Não tenho família. - Oliver responde seco. Arregalo os olhos, perplexa.
- Como pode dizer uma coisa dessa? Essa doeu em mim. - pergunto de boquiaberta.
- Por que não fica calada? Não pode simplesmente cuidar da sua vida, e parar de fazer perguntas sobre a minha? - Oliver pergunta com rudeza. Seus olhos fitam os meus.
- Me incomoda ver as pessoas que te amam serem tratadas assim.- retruco vendo ele soltar uma gargalhada.
- Não fale o que não sabe, Ariella. - ele me dá as costas.
- Seu pai é sua família, a sua mãe é...
- Assunto encerrado. Não fale mais nada, ouviu bem? Chega. - Oliver aumenta a voz me assustando. Tomo um susto com a sua reação.
Engulo seco.
- Tudo bem! - respondo, apreensiva. Observo ele se aproximar da porta, e faço o mesmo com alguns papéis na mão quando seus olhos me encaram novamente por cima do ombro. Oliver fecha a porta impedindo-me de sair. Ergue as sobrancelhas e permanece com a mão na maçaneta por alguns instantes antes de se virar na minha direção.
- O que você tem com o Nicolas Collins? - Ele pergunta com uma voz autoritária. Fico surpresa. Não esperava que fosse tocar nesse assunto de novo. Realmente, seu interesse me surpreende.
- Essa é uma pergunta pessoal, chefe. Como disse agora a pouco... Cuidarei da minha vida enquanto o Senhor cuida da sua.- respondo, reprimindo um sorriso.

Ariella - Uma Escolha (1° LIVRO) Onde histórias criam vida. Descubra agora