~CAPÍTULO 50~

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Ariella Young

Acordo ao ouvir a porta da cela se abrir. Tomo um susto de leve. Não sei o que pode ser... Nunca fiquei presa na vida. Sento-me na cama percebendo que já amanheceu devido a pequena janela com grades localizada na parte superior da parede. Logo o policial Vitor aparece. Meu coração dispara. Imagine se for para me colocar de volta na cela com aquelas mulheres? Meu Deus!  Sinto meu coração palpitar mais do que o normal. Fico em silêncio.
- Você tem visita. No máximo trinta minutos, nada mais que isso.- Ele avisa se retirando. Levanto da cama lentamente imaginando quem possa ser quando Nicolas entra com os olhos marejados ao perceber meu estado. Corro na sua direção começando a chorar e coloco meus braços em volta do seu pescoço.
- Como é bom ver você. Estou com tanto medo... Eu fiquei em uma cela que tinha três moças e elas queriam me machucar e... - falo apressadamente sem dá tempo de respirar. Suas mãos seguram o meu rosto.
- Se acalme! Não vou deixar que nada aconteça com você. É por isso que está aqui, pedi que a colocassem sozinha. - Nicolas explica me envolvendo em seus braços.
- Você pediu isso? -  arregalo os olhos.
- Sim. -  um sorriso carinhoso se abre nos seus lábios.
- Meu Deus! Não sei nem como agradecer, mas você não pode fazer isso. Vão estranhar sua preocupação comigo, podem até envolvê-lo nisso.- fico preocupada.
- Não se preocupe com isso, porque não estou nem um pouco preocupado.- Nick murmura beijando minha bochecha. Sorrio. Passo a palma da mão para enxugar as lágrimas.
- E a minha mãe? Já sabe de tudo?- minha garganta fica seca.
- Conversamos bastante, após a sua saída na casa. Ela está bem triste por te ver passar por isso e acredita na sua inocência. Agora eu imploro... Não afirme que a matou, Ary. Sua confissão já basta. Isso pode fazê-la ficar presa de verdade.
- Mas...
- Não tem mais. Se você não lembra, então não afirme, por favor. Me deixa ajudar.-  percebo que está preocupado comigo. Abro um sorriso e toco em seu queixo.
- O que seria de mim sem você? - Pergunto dando-lhe outro abraço quando percebo pela sua feição que está tenso. Afasto-me.
- O que foi? - pergunto o encarando. Prossigo. - Tem algo a me dizer não tem?
- Ary...
- Como a polícia me encontrou tão rápido? - Minha pergunta o deixa nervoso. É perceptível que não quer dizer. Dou um passo na sua direção.
- Encontraram fios de cabelos nos dedos da Karen e algumas digitais na... Faca. - Nicolas revela a informação em um sussurro desviando o olhar do meu. Ergo as sobrancelhas.
- As digitais e o cabelos são meus, Nick? - entro em choque.
- Ary, por favor.
- Me responde. - suplico passando a mão no cabelo agoniada.
- São sim. Mas isso não prova na...- Nicolas tenta justificar.
- Para Nick, para! Eu sou culpada. Sei que esta tentando me acalmar ou me fazer acreditar que eu não tenha feito, mas eu fiz. As provas mostram que a matei. Precisa aceitar. - exalto-me nervosa.
- Independente se tem essas provas, a história não faz sentido. Apenas confie em mim... Eu sei do que estou falando. - Nicolas rebate preocupado.
- Mesmo com as provas, porque insiste em acreditar que sou inocente?- confesso que estou surpresa com sua atitude. Por mais que eu diga ou grite que sou culpada, ele vai permanecer acreditando em mim. Não tenho palavras para descrever o quão maravilhoso é. Sua força me faz ser forte.
- Quando se tem dúvidas sobre os fatos,  é preciso continuar a investigação. Nesse caso, há várias perguntas sem respostas o que me faz querer descobrir mais coisas. E eu conheço o seu coração, a pessoa pode fazer o que for com você, mas jamais agiria assim. Sei que não faria mal a ninguém e nem com pessoas que não gosta... E tem outra coisa que você precisa saber. Eu serei seu advogado.- disse Nicolas,  me deixando completamente chocada. Fico sem palavras... Literalmente. Abro a boca sem acreditar no que acabei de ouvir.
- Você vai fazer isso? - meus olhos ficam lacrimejados.
- Sim, querida. - ele abre um sorriso por ver meu espanto no momento que seu celular começa a tocar. - É o Michael.
- Tudo bem. - reviro olhos sentando na cama pensativa. Só Nicolas para fazer isso tudo por mim. Se eu não o tivesse do meu lado, seria somente minha mãe e eu, já que a Ivy não quer mais olhar na minha cara - e com razão. Estaria me sentindo sozinha.

Ariella - Uma Escolha (1° LIVRO) Onde histórias criam vida. Descubra agora