Ariella - Uma Escolha (1° LIVRO)

~ CAPÍTULO 45 ~

Ariella Young

Abro os olhos devagar me deparando com um teto branco. Reconheço aos poucos ser o meu quarto.
Escuto vozes ao meu lado e tento levantar quando sinto alguém me empurrar devagar para que eu permaneça na cama.
- Sou eu, amiga... A Ivy. Você precisa repousar.- ela abre um sorriso acariciando meu rosto. Sinto uma felicidade gritante por vê-la aqui. Meu Deus! Não acredito. Que saudade eu estava. Esfrego os olhos para me despertar percebendo a presença de mais alguém no quarto. Olho para a ponta da cama vendo Moisés sentado.  Franzo a testa surpresa.
- Se sente melhor? - Ele pergunta preocupado. Ajeito a cabeça no travesseiro e faço uma careta.
- Sim, eu estou. Obrigada!- agradeço.
- Qualquer coisa pode me ligar. - Moisés avisa para Ivy entregando-lhe um papel com o seu número.
- Te agradeço muito por trazê-la. Obrigada!- ela agradece com um sorriso amigável.
- Preciso voltar para a empresa.- Ele olha para mim e se aproxima da porta sorrindo.
- Onde a Lucy está? - Pergunto o fazendo parar. Seus olhos encontram os meus.
- Na empresa. Quer que eu mande algum recado?- Moisés pergunta com as sobrancelhas arqueadas.
Balanço a cabeça em negação.
- Só diga que estou melhor. - Respondo sorrindo e o vejo ir embora nos deixando a sós. Solto a respiração.
- O que foi que aconteceu?- Ivy pergunta sentando na cama ao meu lado. Fecho os olhos entristecida.
- Por onde andou esse tempo todo? Tenho tanta coisa para contar. - falo desesperada.
- Desculpa, amiga. Fiquei resolvendo alguns problemas da minha mãe. O que houve? Moisés não sabia me contar.
- Antes de tudo preciso dizer que Oliver e eu transamos duas vezes, nos beijamos, saímos junto para o cinema, depois fomos para o bar, cantamos no palco e... Ele já dormiu aqui também. - falo tão rápido a deixando de boca aberta.
- Eta, porra! Sério? Vocês transaram?- ela pergunta em voz alta batendo palmas. Peço para que faca silêncio.
- Amiga eu estou completando apaixonada por ele, mas hoje... Aconteceu uma coisa. A empresa dele foi roubada e fui tratada como suspeita pelos detetives. No fim, descobriram tudo sobre o meu trabalho com a Karen. Tudo foi revelado na frente do Oliver e do Nicolas.
- Não estou acreditando que você passou por isso, amiga. Como eles descobriram? Isso é impossível. Só nós três que sabíamos.- Ivy aparenta esta chocada.
- Com certeza a sua prima. Eles tinham até o contrato que fizemos. E para piorar, associaram essa situação com o roubo que teve na empresa. Disseram que conquistei o Oliver para rouba-lo.- exalto-me indignada.
- Não pode acusa-la sem provas concretas. Que absurdo.- ela reclama incrédula.
- Eles tem um vídeo de segurança que só mostra uma única pessoa entrando e saindo da merda do escritório do Oliver. Eu. Argh! E ainda a droga do contrato que assinei.-  grito enfurecida.
- Mas aparece você saindo com o dinheiro? - Ivy indaga.
- Não né amiga. Se eu não roubei. - rebato, intrigada.
- Então pronto! Deveria ser muito dinheiro, amiga. Acha que se fosse você, o dinheiro não seria perceptível na filmagem? Me poupe. Isso está errado.
- Sim, e percebi que o vídeo está editado. Tem dois cortes. - explico frustada. 
- E agora? O que faremos? - ela pergunta deitando ao meu lado me puxando para um abraço. Deito a cabeça em seu peito.
- Nós?- pergunto, sorrindo.
- Sim, estou nessa com você. - ela avisa acariciando meu cabelo. Solto um suspiro.
- Obrigada por ficar comigo, amiga. Temos que esperar e ver o que vai acontecer. Não posso nem viajar porque o caso está em aberto e sou uma suspeita. Então, tenho que aguardar. Provavelmente devem mandar o mandato de busca para vasculhar a casa. Talvez, devem pensar que encontrarão o
dinheiro aqui.- eu disse, exausta.
- Como Oliver e Nicolas deve está? - Ivy pergunta com um sorriso triste. Balanço a cabeça em negação. Só de imaginar o que esses dois podem está pensando sobre mim, é uma dor imensurável. Não quero perdê-los.
- Não quero pensar nisso. Os dois estão muito magoados comigo. Acho que jamais vão me perdoar.- sento na cama com cuidado e a encaro com os olhos marejados.
- Não pensa assim. Vai dá tudo certo. Dê esse tempo para eles. Vão refletir melhor sobre isso e o Nicolas a conhece. Vocês tem uma amizade linda. - Ivy aconselha com um sorriso gentil. Sorrio.
- O silêncio do Nicolas foi a pior coisa. A Karen conseguiu destruir a minha vida. - desabafo enxugando os olhos com a palma da mão.
- Acha mesmo que foi a Karen? Você fez o que ela pediu, conquistou o Chefe e o "dispensou" teoricamente. - Ivy retruca.
- Não o dispensei exatamente, ocultei a verdade só para consegui sair dessa locura. A Karen mantinha o contrato em mãos, eu lembro bem. O detetive disse que o contrato foi colocado embaixo da porta do apartamento dele. Foi ela, certeza.- eu disse.
- Não é possível que ela tenha feito isso sabendo que você é minha melhor amiga. Vou falar com Karen... Vou dizer um monte de coisa. Que loucura é essa? Mandar o contrato para o Detetive? Isso não tem cabimento, amiga. - Ivy exalta a voz enfurecida.
- Não se envolva. Deixa que eu cuido disso. Agora me dá uma notícia boa. Preciso parar de pensar nisso.- peço com uma voz de dengo.
- Meus pais estão vindo para New York. Imagina? Estou muito feliz.- ela fala com um sorriso doce.
Arregalo os olhos.
- Sério? Que notícia boa, amiga.- grito. Ivy me abraça carinhosamente, e encaramos o teto juntas por alguns segundos. Um silêncio prevalece, e o barulho das ondas do mar se torna audível. Fecho os olhos. É difícil lidar com tanta coisa. Espero que um dia isso tudo passe.
- Você disse algo a minha mãe?- Pergunto, preocupada.
- Não, mas acho que deve explicar. Ela parece desconfiada que algo aconteceu. Um motorista veio buscar a Camilla a pedido do Oliver. Não deram uma justificativa convincente, então... Você precisa conversar com sua mãe. - Ivy explica em voz baixa. Suspiro.
- Camilla não está mais aqui? Merda!- pergunto, pasma.
- Não! Agora tente repousar a sua mente. Evite pensar nisso agora, amiga. Não vai lhe fazer bem. Quer que eu durma aqui?- ela pergunta. Dou uma risada fraca, e a encaro.
- Obrigada por esta comigo, mas hoje preciso ficar sozinha. - eu disse com um tom amigável.
- Eu entendo. Se precisar é só me ligar.- Ivy avisa preocupada depositando um beijo no topo da minha cabeça.
- Tudo bem. - respondo dando-lhe um abraço. Beijo sua bochecha e faço cócegas em sua barriga a fazendo rir.
- Sua boba. - ela fala entre os risos e levanta da cama indo para a sua casa.
~*~