Capítulo dezoito.

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→ Kayla.

Quando Noah me deixou sozinha em seu quintal no meio daquele temporal, acabei percebendo o quão ingrata acabei sendo com ele, mas pense comigo ele falou um monte de merda para mim na festa e depois quase se engoliu com aquela mulher (não que seja da minha conta mas...) e queria que eu ficasse 100% bem e sorridente? E ainda pra “melhorar” a minha noite, quase sou estrupada mas graças a Deus primeiramente e depois ele, não fui.
Ainda parada em seu quintal percebo que esse louco saiu andando e deixou o carro todo aberto, um trouxa mesmo não é?.     Volto ao carro e me sento no banco do motorista, fechando as janelas e por último a porta aonde eu estava e fui caminhando pra dentro da casa dele, ao chegar lá o encontrei já sem camisa, com calça de moletom e uma toalha enxugando os cabelos de costas pra janela enorme que tinha na sala pegando alguma bebida na geladeira.

Abri a porta de vidro devagar e entrei na casa molhando o chão, olhei pra um espelho que havia ali e por sorte a maquiagem era a prova d'água, então não estava tão mal assim, agradeci mentalmente as meninas que fizeram a mesma hoje cedo.  

— Você têm uma toalha pra me dar?.— falo, mas Noah nem se mexeu, apenas continuou pegando algumas coisas na geladeira. — me desculpa Noah, ta legal?!. — falo alto demais, fazendo com o que minha voz ecoe pela cozinha inteira, o mesmo continuou pegando as coisas na geladeira enquanto eu estava me sentindo um lixo por te-lo tratado daquele jeito. 

— Tudo bem Kayla!. — ele diz e dá de ombros após uns três minutos depois, e se virou e me olhou. — Está chovendo muito hoje, não é?. — ele diz e da um pequeno gole em sua bebida e me olha atentamente. — vem vou pegar roupas secas, não quero que fique doente e perca o bebê!.— Ele diz.    Não podia disfarçar a minha surpresa, por ele ter falado que filho nenhum o seguraria e blá blá blá, mas já esta preocupado caso eu pegue uma pneumonia e morra.     Ele andou até a escada, fui o seguindo.

— Estou molhando sua casa inteira. — falo olhando para trás e depois quando me virei para frente seus olhos castanhos intensos me olhavam atentamente, me subiu um calor que não é de Deus.

— Eu seco depois!.—  ele diz calmo e voltou a olhar para frente.   Subimos as escadas e andou para a suíte principal, quando adentrei o mesmo me surpreendi por ser extremamente arrumado e  decorado em cores escuras, parecia até o quarto do Cristian Grey. — Vou pegar uma roupa aqui, você pode tirar a sua ali no banheiro!.— ele diz e abriu uma gaveta e tirou uma cueca box e me entregou, olhei atentamente aquele objeto em minhas mãos e o olhei. — O que? Está limpa!. — ele diz se sentindo ofendido e se virou novamente e abriu a parte das blusas e pegou uma camisa e me entregou.— Pode ir pro banheiro, vou pegar uma toalha!. —ele diz e eu assenti.

Caminho para o banheiro de seu quarto e tiro a roupa molhada e a espremo para sair o excesso de água e por fim ligo o chuveiro, deixando na água morna e começo a tirar a maquiagem na pia do banheiro, começando a tirar os cílios postiços, camadas de rímel, bases e etc.

A porta do banheiro se abriu quando eu já havia entrado no box, o mesmo me olha apenas de calcinha e acaba paralisando na porta do banheiro, olho para baixo para me certificar se havia algo fora do lugar, mas apenas tinha o volume em minha barriga um pouco perceptível.

— O que foi Noah?.— pergunto o olhando. —  Tem alguma coisa errada? você já me viu pelada antes, achei que tínhamos passado dessa fase...

— É que nunca imaginei ver uma cena como essa entende?...

— Uma mulher tomando banho? Isso é super comum. — falo rindo, o mesmo acabou sorrindo mas negou imediatamente.

— Uma mulher esperando um filho meu, ela aqui dentro da minha casa, eu vendo a barriga dela de pertinho.—  ele diz e olhou fixamente para os meus olhos. — Posso tocar?. — ele diz e eu assenti de imediato, o mesmo adentra o banheiro e coloca a toalha em cima da roupa que ele emprestaria para mim e andou até mim olhando em meus olhos e depois para a minha barriga sorrindo e colocando a mão em cima do pequeno volume.    O momento foi extremamente gostoso, uma experiência diferente fazendo meu coração bater muito rápido, enquanto eu estava em meu mundinho paralelo, acabei sentindo Noah beijando a minha barriga.

— Não acredito que falei aquelas coisas horríveis pra você!. — ele diz.—  Você está me dando uma coisa que não mereço e ainda te tratei como uma qualquer!...

— Está tudo bem Noah!. — falo colocando minha mão em seu cabelo.— Posso tomar um banho agora?.— falo sem graça o mesmo se levanta, tentando disfarçar os olhos um pouco avermelhados.

— Vou fazer algo para comer, te espero lá em baixo...

Não queria parar de sentir a sensação das mãos dele acariciando a minha barriga ou acabar com interrompendo uma possível conexão de pai e bebê mas precisava terminar o meu banho, a água estava morna como eu imaginei, deixando-me totalmente relaxada.

Deus, se for de sua vontade....
Sua filha esta pronta!

••••••

→ Noah.

Desci as escadas e adentro a cozinha, começando na preparar algo para comer com o que eu tinha tirado da geladeira, percorro meus olhos e encontrei a lasanha que Emma havia feito durante a tarde e eu resolvi esquentar pra mim e Kay, junto com algumas saladas que tirei e arroz branco, fiz um suco de laranja e coloquei na mesa enquanto a lasanha estava esquentando, fiquei fitando a parede pensando na merda da minha vida, quando ouvi um “ Noah? ” bem atrás de mim.

Me virei e encontrei ela com uma cueca e blusa minha e seus cabelos molhados e aquele sorriso.

— O cheiro está ótimo!. — ela diz e sorri novamente.

— Foi Emma que fez, não sei cozinhar!.— falo ainda encantado com sua beleza, era como se ela tivesse um brilho em volta dela que me encanta toda vez que a olho.— Merda...

— O que foi?..— ela diz, chegando mais perto de mim e eu não conseguia falar nada, apenas encarar aqueles olhos claros.     Será que o que falam por ai, que os homens se apaixonam mais rápido que as mulheres está acontece comigo em apenas uma noite?    Será que estou agindo por amor, pela emoção de ter um filho com ela ou por possessividade?

—  Nada amor.— falo e ela ficou me encarando por um momento.— o que foi?...

— Você me chamou de amor!.— ela diz como se fosse algo muito óbvio que a mesma parecia desaprovar.

— É apenas um modo carinhoso de se expressar Kay!.—  falo sério. – E se você aceitar, faremos com que dê certo, porque eu quero que dê certo!.— sussurro olhando em seus olhos e a puxando mais para perto, a mesma me encara e sorri de lado mas acaba me empurrando. 

— Devagar Noah, iremos devagar...— diz e sorri.

O Cretino do Meu Chefe Onde histórias criam vida. Descubra agora