Aurora leu pela segunda vez a carta, certificando-se que não deixara passar nada. Na verdade ela queria que ter a certeza de que havia lido corretamente cada parágrafo e cada verdade. Suas mãos tremiam e seu coração batia forte e apertado.
Por fim, ao passar novamente pelo final da carta, soltou um soluço, o qual mais parecia um grito.
– Não! – berrou – Não pode ser – ela chorava descontroladamente.
Era como se seus múculos tivessem se enrijecido e ela não conseguisse se mexer de forma alguma. A palavra viva ecoava em sua mente e a jovem sentiu o sangue ferver ao mesmo tempo em que o desespero tomou conta. Por um impulso, amassou a carta a jogou longe. Praticamente havia perdido seus sentidos e, por isso, precisou apoaiar-se na cama.
Colocou a mão sobre o peito num mix de felicidade e completa obscuridade. Melina. Sua Melina. Sua filha que jamais esqueceu. Que apesar de tudo a amava intensamente. Aquela em que acreditou durante sete anos que estava morta, agora descobre que vive e que pode estar em qualquer lugar do mundo.
Aurora sentia como se tivessem trazido Melina de volta a ela e lhe arrancando brutalmente logo em seguida. A sensação não era nem de longe prazerosa. Em relação ao seu pai, indiferença definia o momento. Lembrou-se do que ele havia dito sobre sua mãe e usou isso para tentar perdoar e entender as atitudes de seu pai, porém, em nada ajudava quando se lembrava do que fizera com Melina.
Em sua mente encontrava-se uma única coisa: Encontrar sua filha, nem que fosse a última coisa que fizesse na vida, nem que tivesse que procurar pelo México inteiro. Então se recordou da noite anterior e da proposta que Chris fizera de ir pra Los Angeles. Sentiu seu estômago revirar porque as coisas mais uma vez mudavam de rota.
Não iria para lugar nenhum ate que tivesse certeza sobre o paradeiro de Melina, e Chris tinha que saber a respeito. Contaria coma a ajuda de quem quer que fosse para que pudesse encontrar a filha.
Secou as lágrimas e foi em direção ao papel que havia jogado, guardando tudo de volta na caixa e no lugar em que estava. Por mais duro que fosse ter que se livrar das memórias de sua mãe, a mansão dos Connor's não era uum bom lugar para deixá-las. Marcus e Cassandra não podiam sequer desconfiar da existência de Melina.
Saiu em direção ao carro sem se importar com o cavalheirsimo do motorista. Entrou e não conseguiu conter as lágrimas. A ansiedade, o nervosismo lhe tomava conta e naquele momento, desejou o colo aconchegante de Meg.
Abraçou a si mesma sentindo o rosto queimando. Um sentimento indescritível lhe possuía, porém, ainda assim, conseguiu sorrir somente por saber que ainda havia uma esperança. Que ainda havia uma oportunidade de ser feliz, de ter uma família.
– A senhorita está bem? Iremos para casa agora?
– Preciso ver minha irmã. Poderia me levar a casa do senhor William? – ele acentiu.
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Melany e Clair corriam pelo apartamento. As duas gargalhavam e quem quer que visse poderia ficar pasmo com todo o fôlego das duas crianças. Do corredor do hall de entrada era possível ouvir a algazarra que adentrava o apartemento. Aurora respirou fundo algumas vezes, controlando suas emoções para poder conversar com Will a respeito do que havia acabado de descobrir. Precisava dividir isso com alguém e nada melhor do que seu melhor amigo.
William preparava o almoço ao mesmo tempo em que tentava acalmar as meninas. Ouviu a campanhia tocar e sorriu radiante ao ver o seu o raio de sol. Aurora, porém, se esforçou em dar um sorriso na mesma intensidade, mas estava confusa e apenas entrou, sem qualquer formalidade.
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Red Blush - O cabaré
RomanceO cabaré mais requisitado do México entra em crise e o acordo entre Aurora e Marcus Connor está por um fio. Desesperada, Aurora busca consolo em sua irmã mais nova e da ajuda de seu amigo Willian Connor, mas não é suficiente. A situação está cada ve...