Capítulo 27

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Carmela conteve um grito, mas não a animação logo que recebeu as tão desejadas solicitações de amizade. Uma mistura de sentimentos tomava conta de seu corpo. Um mix de raiva, medo, ansiedade e desespero. Porém, dizia a si mesmo que era uma forma de fazer justiça, ainda que fosse com as próprias mãos. Além do mais, não se aplicaria só a ela, mas a todas as pessoas, as quais aqueles dois criminosos haviam feito de vitimas.

A medida que pesquisava sobre eles, aumentava ainda mais a raiva. Ela sabia a respeito de Aurora e, ao que tudo indicava, pelo seu sorriso radiante nas fotos , que apesar do ocorrido, ela estava feliz, mas seus olhos denunciavam certo sofrimento.

O fato de saber quer eles estavam em Cancun, ao mesmo tempo em que era um problema, também era uma solução. Acabaria com os dois sem nenhum rodeio ou sem nenhum esforço e gasto maior do que o planejado, mas precisava ser rápida, e se fosse necessário, utilizaria de outros meios ilícitos para tal feitio. Como ela mesmo disse, se for para apodrecer na cadeia, que seja por um verdadeiro motivo.

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– Quer dizer que o galinha mais renomado do México, o cara mais sem escrúpulos e cachaceiro que eu conheço, se apaixonou? E por uma prostituta ainda?

– Qual é, vai me zoar até quando?

– Pra sempre cara. É inacreditável. "Não, porque eu nunca na minha vida irei me apaixonar, nunca me casarei, viverei a vida inteira somente da grana do velho e dos prazeres da carne, e claro, da boa e velha cevada abençoada". – o rapaz levanta a garrafa de cerveja e imita o discurso do amigo em alguma ocasião do passado.

– Eu não sei cara. Sinto como se eu já a conhecesse. Ela é tão doce, tão delicada. Parece um anjo, porém por dentro é um verdadeiro demônio. Quente, sexy, dominadora. Tem um rebolado, uma desenvoltura na cama espetacular.

– Ei! Ei! Já entendi que está apaixonado, agora, sai do país? Para que isso? – senta-se na cama e amarra o cadarço do tênis;

– Algo me diz que corro perigo aqui.

– Esse negócio de sexto sentido é coisa de mulher, Chris. – pega a toalha molhada e joga a toalha na cara do amigo.

– Pode até ser, mas eu estou com medo.

– Medo? Chris Trainor com medo? É isso mesmo produção? – caçoa novamente. – Chris, você é meu brother, mas esse lance de estar apaixonado está te deixando sensível demais.

Chris se levanta andando pelo único cômodo do apartamento do amigo.

– Pode ser estranho, mas eu chego a sonhar. Eu preciso o quanto antes sair daqui e que seja com a mulher que eu amo. Não só por isso, mas para ela também será melhor já que diz sofrer dentro daquele cabaré.

– E o que vai fazer com a pirralha?

– Ainda não pensei a respeito, mas a gente dá um jeito.

– Certo, Chris, mas ainda acho besteira você sair daqui. O México é a nossa história cara. Sabe o quanto somos conhecidos aqui. O quanto fizemos nome. Você é o cara mais rico que eu conheço, com certeza, seja qual for o problema que está te perturbando, não há nada que o dinheiro na resolva.

– Talvez você tenha razão. Mas ainda há muito o que pensar. Em todo o caso, é bom estar preparado.

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Aurora chegara a mansão com a cabeça a tona, sem sequer dar ouvidos as reclamações de Marcus em relação aos horários. Subiu em direção ao seu quarto ansiando por um cigarro e um whisky de primeira mão. Foi em direção a banheira de hidromassagem, e por lá passou consideráveis minutos, enquanto tentava organizar a sua mente para dar início a tudo o que ela e Will havia conversado. Era tanta coisa a se pensar e a fazer, que qual qualquer erro de cálculo poderia colocar tudo a perder, e pior ainda, colocar vidas inocentes em jogo.

Aurora trancou a porta para que Marcus apenas berrasse e não lhe atacasse. Cantarolou tentando não dar importância as incontroláveis batidas na porta. A música era Nowadays do musical Chicago. Quando se deu conta, estava cantando, e era possível até balançar as pernas e fazer alguns movimentos dentro da água, sem perder o ritmo, ou o cantarolado e até mesmo a melodia.

Marcus deu uma última batida na porta com toda a sua força e desistiu de incomodar a esposa. Aurora simplesmente gargalhou, apesar de o rosto estar inundado em lágrimas. Saber que Melina estava viva, foi o suficiente para ter a coragem de enfrentar Marcus a todo o custo e de ir até o fim do mundo atrás de sua filha.

Assim que saiu. Secou-se, mas não se preocupou em se enrolar na toalha. Pela primeira vez, sentia-se leve e queria aproveitar esse momento. Respirou fundo e fez alguns alongamentos no pescoço, e enquanto isso, sentiu como se William estivesse lá, tomando-a em seus braços, e no mesmo instante, seu rosto de transformou no de Chris. Sua cabeça estava confusa e seu coração dividido, mas não queria pensar neles. Queria esquecer-se do sexo masculino por alguns instantes.

Depois de trocada, pegou o notebook e o apoiou em seu colo preparando-se para acender o próximo cigarro. Digitou o nome inteiro de Melina, como havia sido registrada no atestado de óbito, a fim de querer saber se de repente ela estaria em algum orfanato, mas não obteve sucesso.Aliás, Aurora não tinha informações nenhuma. Nem de quem era a mulher que havia levado Melina, nem quem era o pai da garota e o que havia acontecido com ele. Sequer sabia seu nome. Por mais que se sentisse aflita em ver novamente ou tentar se lembrar do rosto de quem a havia estuprado, talvez a ajudasse a encontrar sua filha quando a visse. Foi então, que quando pensou em fechar a tela do notebook, um flashback invadiu a sua mente. Novamente focou naqueles olhos intensos e intimidadores. Lembrou-se de ter caído e de abraçado alguém muito forte. Mas, mais do que isso, havia algo em seu pescoço.

*RA 

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Amores, sinto muito pelo meu sumiço. Ando atolada a trabalhos e provas da faculdade. Fim de semestre está corrido e ando meio sem tempo para escrever. Mas assim que tudo der uma ajeitada, eu volto com tudo. 

Com isso, os capítulos não terão dias fixos, por enquanto. Mas tentarei postar toda semana.

A partir de agora, estamos entrando em um ponto importante da história, e só digo uma coisa: " A guerra vai começar".

Bem, é isso. Espero que tenham gostado, e boa semana e bom feriado a vocês.

Beijinhoooos

Red Blush - O cabaréOnde histórias criam vida. Descubra agora