Red Blush - O cabaré

Capítulo 31

Marcus ordenou que Kerchak conversasse com Juan Carlos e colocasse a polícia inteira do México atrás de Aurora. Não conseguia ficar parado. Estava ansioso, com medo e com muita raiva e ódio de Lorenzo. Se o mesmo fosse capaz de roubar o anjo do Red Blush e mais ainda, o seu anjo, Marcus não mediria esforços para acabar com a vida do próprio tio.

Entrou desesperado dentro da mansão e por sorte sua mãe estava acordada.

– Mamãe! Aconteceu uma tragédia!

A mulher se levanta do sofá totalmente aflita.

– Descobriram sobre o cabaré? – seu corpo arrepiou.

– Sequestraram Aurora e William.

Cassandra respirou aliviada, porém tensa.

– Como assim?

– Eu estava saindo do Red Blush quando um carro preto parou. Dois rapazes desceram do carro e um deles me atingiu. Tenho certeza que foi Lorenzo. Agora mais do que nunca eu preciso acabar com ele mamãe.

– E a sua arma?

– Andei desprevenido, foi um erro eu sei. E me odeio por isso. Lorenzo passou dos limites.

– Por que acha que foi ele, meu filho.

– Simples, ele queria comprar Aurora. Ele sabe que ela é que dá mais frutos ao Red Blush, e como ela não estava a venda ele a sequestrou.

– E onde entra Will nessa história, não deveria ser Dom?

Marcus parou e ergueu uma sobrancelha intrigado. Virou-se para sua mãe e naquele instante, Cassandra percebeu que havia falado demais.

– Dom? E por que Dom?

– Porque... Ora... – colocou a mão na cintura e a outra no peito andando pela sala. – Porque Dom é mais frágil. Will é genioso provavelmente teria os atacado, ainda mais quando se trata de Aurora.

– Tem certeza que é só isso? A senhora ficou muito tensa. – Marcus desfonfiou.

– Mas é claro que eu tenho. Por que mais seria?

– Eu não sei, nada me tira da cabeça que nossa família esconde muitas coisas.

Cassandra riu irônica.

– Não seja bobo.

– Enfim, o fato é que logo agora que o cabaré conseguiu se reerguer, Aurora é sequestrada e de praxe ainda me leva Will.

– Meu filho, não se desespere. Existem muitas jovens tão bonitas e tão talentosas quanto Aurora. Teremos outros anjos. O que me preocupa é o seu irmão.

Marcus apoiou as mãos sobre a mesa controlando o desespero.

– Você não entende não é mamãe. Nunca conseguiu entender! – gritou. – Não é só no cabaré que eu penso quando se trata de Aurora, mas da minha vida. – olhou no fundo dos olhos da mãe. – Eu a amo. Aurora foi a única mulher a qual eu fui capaz de amar e o fato de perdê-la me corrói por dentro e por fora. Eu preciso dela para viver.

– Não seja tolo. – Cassandra bronqueou. – Você sabe muito bem que amor não combina com o cabaré. Aurora foi sequestrada e não há nada que possamos fazer.

– É? – Marcus parou diante de sua mãe a encarando no fundo dos seus olhos. – E o seu filho querido? Não se importa com ele? Aurora foi sequestrada junto com Will.

Cassandra se sentou derrotada.

– E você já fez alguma coisa?

– Pedi para que Kerchak conversasse com Juan e que colocasse toda a polícia atrás deles.

– E o cabaré?

– Dom fará período integral e por enquanto Alejandra substituirá Aurora e pra todos os efeitos Aurora está de férias.

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Carmela havia juntado dinheiro suficiente para sair da cidade. Mais da metade do que havia arrecadado não foi pelas vias mais honestas, pelo contrário. A conta bancária de sua mãe acabou sendo reduzida, mas foi a única saída para que pudesse agilizar seu plano de vingança.

Saiu de casa sem dizer uma palavra deixando apenas uma carta para se despedir de seus pais. Uma carta carregada de sentimentos, e que por vezes pensou em sair em silêncio, sem deixar sequer que a escrita respondesse por ela.

Sua mãe olhou a carta pressentindo saber o que era. Tentou conter as lágrimas pelo destino de sua filha. Sonhava que ela seria para sempre sua menininha, mesmo saindo muito a noite, no fundo Carmela era uma filha dedicada e uma boa menina. Pelo menos era o que ela achava ao ver as notícias a respeito da filha.

Sentiu o coração despedaçado e quando finalizou a carta, apenas rezou para que Deus a iluminasse.

"Querida mamãe,

Sei que nunca fui a filha perfeita com quem a senhora sempre sonhou. Mas uma coisa é certa, eu jamais seria capaz de matar ou mandar matar alguém, ou cometer qualquer outra espécie de crime.

Eu já te disse isso inúmeras vezes,mas vou repetir – Não foi eu. Pelo menos não nesses últimos sete anos que passei presa por um crime que não cometi. Eu não posso entrar em detalhes para poupar a vida de você e do papai.

Mas esse tempo que eu estive na prisão muita coisa mudou. Minha personalidade se enrijeceu e a única coisa que me vinha e vem a cabeça é vingança. Não houve um dia sequer que eu não tenha pensado em você e no papai. No quanto vocês deveriam estar envergonhados e no quanto a minha vida havia acabado.

Tomei uma decisão drástica e então tudo fará jus. Tudo se complementará e eu prometo que devolverei cada centavo. Devolverei tudo até o último dia da minha vida que creio eu está próximo. Mas eu preciso mamãe. Preciso fazer isso para impedir que mais pessoas sejam vítimas como eu e Aurora.

Espero que algum dia possa me perdoar.

Com amor, Carmela".

A jovem embarcou no avião olhando em seu celular a sua primeira vítima. O seduziria aos poucos e depois o envenenaria da mesma forma como ele havia feito. Aproveitaria para aproveitar daquele corpo que tanto desejou e que tanto admirou. Agora sentia uma mistura de desejo e ódio o que não combinavam nem um pouco.

A comissária chegou lhe servindo um champanhe que a pouco havia pedido. Bebericou o gosto doce ao mesmo tempo em que amargo e deduziu ser esse o gosto da vingança, cogitando que deveria ser tão bom quanto.

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Próximo capítulo saberemos o que de fato aconteceu com Aurora e William. Red Blush está na metade da história e muita coisa ainda promete.

Estou ansiosa, e vocês? 

Como estou de férias, as postagens serão em dias aleatórios, mas sempre no mínimo dois por semana.

Me contem o que estão achando e não se esqueça da estrelinha.

Beijinhos.