Capítulo 33

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Aurora e William conseguiram passar da sala de embarque e adentrar ao avião. Aurora suspirou aliviada assim que se sentou na poltrona, mas ainda estava pensativa. Encarava a janela silenciosamente. Aliás, o silêncio havia se tornado o maior diálogo entre casal desde que adentraram ao aeroporto.

– Aurie, está tudo bem?

Aurora respirou fundo e se virou para encarar o rosto preocupado de William.

– Só um pouco nervosa. Monterrey me trás lembranças ruins, apesar de me ter feito conhecer pessoas incríveis. É só uma mix de emoção.

– Foi lá que tudo aconteceu não foi?

– Sim. Voltar para lá é como dar de cara com o passado novamente e eu não sei se estou pronta.

– Aurie, você chegou até aqui. Sabe que não tem mais volta. Está arriscando a sua vida e a vida de quem você mais ama. Se isso não é estar pronta, creio que nosso destino é viver presos ao cabaré para sempre.

– Você tem razão. Eu preciso ser forte. Agora não dá mais para fugir. – ela apertou as mãos do amigos. – Obrigada, por tudo. – Aconchegou em seu colo e suspirou. Era bom sentir o cheiro e o toque das mãos grandes e fortes de Will em seu cabelo.

Chegaram em Monterrey logo de manhãzinha. Pararam para tomar um simples café e Aurora decidiu que estava na hora de colocar o plano em prática.

– Quanto tempo de dinheiro?

– Eu juntei todas as minhas economias e Dom nos deu a dele.

– E as crianças?

– Tem o suficiente para elas por um semana. Por quê?

Aurora olhou para o lado e não encontrou o que queria.

– Me espera aqui. – levantou-se e foi até o balcão de informações. – Pode me informar onde tem uma loja de celulares aqui perto e uma lan house?

– Na esquina, vire a esquerda, final da rua tem uma lan house, mas uma loja de celulares é só no centro.

– Certo, obrigada.

Aurora voltou a mesa e fez sinal para que ela e Will saíssem do aeroporto.

– Está com o seu celular? – Will consentiu – Espero que o tenha desligado.

– Claro. Aqui!

A dançarina pegou o seu e o dele lançando-os a lata de lixo.

– É o seguinte, a moça me disse que temos um lan house aqui perto. Nós iremos para lá e pegaremos um taxi.

– Pra onde?

– Eu ainda não sei, mas logo saberemos.

– Aurora, não quer esperar e dormir um pouco?

– Faz sete anos que eu não sei o que é dormir, um dia ou mais não fará a menor diferença. E não me chame mais de Aurora, lembre-se que agora sou Sofia e você Daniel.

– Certo.

Ao adentrar a lan house, Aurora começou a fazer suas pesquisas sem perder tempo. Queria resolver os assuntos o mais rápido possível.

"Hospital Santa Guadalupe" – foi sua primeira pesquisa.

– Tem algum papel e uma caneta aí?

– Não, espera aqui. – Will saiu indo até a recepção pedindo uma caneta e um papel. – Aqui!

Aurora anotou o endereço e o telefone. Não foi difícil a ela esquecer o nome das ruas e muito menos como chegar a determinado local. A sua falta de vontade em ter que morar lá, assim como os traumas que passou, apagaram de sua mente certos detalhes.

Red Blush - O cabaréOnde histórias criam vida. Descubra agora