capítulo 47

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Aurora havia acabado de sair do banho. Sua empregada a ajudava a se arrumar, já que a mesma encontrava-se fragilizada e mal tinha ânimo para qualquer movimento. Deitou-se na cama, encarando o teto e sentindo como se nada fizesse sentindo naquele momento, e de fato não fazia.

A cada dia perdia as esperanças. Estava agoniada por não saber dos planos de Martin e muito menos o que Iara queria.

Naquela manhã, havia acordado um pouco melhor. Marcus havia liberado que Aurora pudesse dar uma volta pelo jardim e tomar um pouco de ar fresco, claro, com a sua supervisão ou com a de Cassandra. Ela não sabia dizer qual das companhias era pior, mas não poderia reclamar. Sua única saída era essa, em todos os sentidos.
Bateram na porta e Aurora não precisou nem pedir que a pessoa entrasse. Era Marcus, que apenas queria certificar-se de que sua esposa estava devidamente vestida para a ocasião. Ele não precisava de cerimônias para com sua esposa em nenhuma hipótese.

Ela suspirou fundo. Mas quando encontrou Marcus com Melany e Clair em suas mãos, levantou-se num impulso sentindo seu coração ser preenchido novamente. Não queria sequer se conter em deixar algumas lágrimas caírem quando as duas crianças pularam em sua cama, indo para cima de si e enchendo-as de um carinho puro e terno. Um carinho que Aurora sentia imensa falta. Se ela tivesse mais felicidades como aquela, talvez nem tudo, estaria perdido.

— Eu vou deixa-las a sós.  — despediu-se Marcus, mas antes que saísse pela porta, Aurora fez um pedido.

— Marcus, por favor, deixe-me sair com elas no jardim. Permita que eu as leve para ir até a piscina?

— Sim, piscina — Clair bateu palmas.

— Deixa tio Marcus, por favor. — ela juntou as duas mãozinhas implorando para o tio.

— Certo. Vocês podem ir.

— Obrigada — sorriu Aurora, num sentimento profundo de agradecimento mesmo sabendo que Marcus não o merecia.

Por outro lado, o rapaz sentiu-se satisfeito por ganhar um mísero “obrigada” de sua esposa e, inclusive, cogitou a possibilidade de ser mais maleável e romântico para poder ter a mínima chance de Aurora amá-lo.

— Melany, eu sinto muito. Por tudo. As coisas saíram do esperado. Eu juro que não te abandonei.

— Tudo bem. Will nos contou o que aconteceu.

— Como assim? — Aurora desesperou-se.

— Disse que foram viajar a trabalho e que quando chegou foram assaltados e você ficou um  tempo com medo. Como você está? Não me parece muito bem — notou Melany.

— Eu ando um pouco cansada, mas tudo vai se ajeitar e, como está Will?

— Papai esteve no médico esses dias. Está todo machucado. Tio Dom está ajudando ele. É tão engraçado. Os dois vivem reclamando um do outro — Clair dá risada.

Aurora sentiu alívio e saudades. Uma enorme saudades que fez seu peito arder. Pela primeira vez havia conhecido um grande amor.

— Mas então, preparadas para entrar na piscina?

— Sim! — animou-se a filha de Will.

— Aurie, tenho que te contar uma coisa. — Melany ficou um pouco envergonhada.

— O que foi? Algum problema?

— Digamos que... bem. Aquela coisa que acontece com as mulheres...

Aconteceu comigo. — ela sorriu de lado.

— Oh meu Deus!  — Aurora animou-se — Você está crescendo. Minha doce Melany já é uma moça. E você está assim hoje?

Red Blush - O cabaréOnde histórias criam vida. Descubra agora