Capítulo 28

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- Você tem noção do que está me dizendo, Aurora? Por acaso pensou na gravidade disso? - diz enquanto coloca as suas calças.

- Claro que eu pensei. É óbvio. Disseram a uma mãe que sua filha estava morta quando na verdade esteve viva esse tempo todo e pode estar em qualquer lugar do mundo. Sim, isso é grave e é cruel. - Aurora sentiu sua voz fraquejar e lutou com todas as sua forças para não chorar.

- E quem é o pai dessa criança?

- Isso é o que menos importa Chris. Por Deus.

- Acho que eu deveria saber se vamos fugir juntos.

- Ninguém sabe sobre isso e é algo que eu prefiro esquecer por completo. A única coisa que eu quero saber nessa história é onde está minha filha. Eu achei que você me ajudaria.

- Aurora, eu te ajudaria se a situação fosse mais fácil. Mas, veja só, essa criança pode estar em qualquer lugar e até acharmos o paradeiro dela, podemos levar muito tempo. Um tempo o qual não temos.

- Ao invés de sairmos do país, podemos procurá-la em Monterrey e de lá, tentar achar algumas pistas. Qualquer coisa que me ajude a encontrá-la.

- Ir para Monterrey é assinar a sua sentença de morte. Aurora minha querida, Connor iria do céu ao inferno atrás de você.

Aurora bufou frustrada e quase derrotada. Chris respirou fundo e pôs as mãos na cintura esperando pela próxima reação de Aurora.

- E o que vamos fazer?

- Eu vou embora com ou sem você. Não posso esperar encontrar uma garota que não tem nada a ver comigo. - ele pega a camisa prestes a se vestir.

A melindrosa sente o sangue ferver. O nervosismo se sobressair pela sua pele evidentemente avermelhada.

- Isso significa que você vai me deixar aqui? Nesse maldito lugar? Ou melhor, que se os planos corressem devidamente bem, minha irmã não incluiria nisso?

O rapaz olha para a camisa em suas mãos tentando absorver o ódio de Aurora e contornar a situação. Seu coração estava divido, mas a insegurança em sua voz ao dizer que algo estava para acontecer, falava mais alto.

- Talvez eu não seja o cara que você pensou que eu fosse Aurora.

- Não! Não é! - ela engoliu seco. Jurou internamente que não choraria - A idiota da história sou eu. Como eu fui boba em acreditar que um rapaz que frequenta um lugar como esse poderia ter sentimentos. Ou melhor, se interessar por uma prostituta a fim de fugir com ela. - riu debochada e nua foi até sua bolsa em busca de mais um cigarro.

- Você não deveria fumar tanto assim.

Ela deu de ombros, acendeu seu cigarro, deu a primeira tragada e entre a fumaça pronunciou:

- Você não deveria se preocupar comigo tanto assim. - sorriu.

Chris ficou surpreso pela resposta e tranquilidade de Aurora. Acreditou que ela choraria ou pediria pelo amor de Deus que ele a levasse, mas não. Aquela mulher a sua frente era muito mais do que ele imaginava que fosse. Diante daquele lugar banhando de luxúria, corrupção, e longe de quaisquer escrúpulos, existia um coração. Um coração que batia silenciosamente, porém dolorido. Por mais que o terror daquele lugar fosse o pior pesadelo de Aurora, o amor que ela sentia pela sua irmã e agora, a sua filha, era maior do que tudo.

A jovem sentou na poltrona, totalmente concentrada ao nada e Chris quase ficou sem palavras diante daquela cena.

- Eu prometo que vou pensar a respeito. Eu... Eu gosto de você. Só que tudo é novidade pra mim e eu preciso de um tempo para pensar. Certo?

Red Blush - O cabaréOnde histórias criam vida. Descubra agora